domingo, 27 de dezembro de 2020


    Vou contar um pouquinho da nossa história. Maria Pietra nasceu como um feixe de luz, e, como todos nós, ela veio com várias missões na terra. No entanto, uma dessas missões foi bastante peculiar: salvar a minha vida...
    Eu estava em um dos momentos mais obscuros da minha existência, Cássia havia se matado e o desligamento precoce de sua vida pairou sobre a minha como uma onda densa de escuridão. Eu não comia, não dormia, passava mal quase que 24 horas por dia, e chorava copiosamente, eu não via saída a não ser me entregar a tudo aquilo. Tenho certeza que minha família também achava que eu iria morrer, não do mesmo modo, mas sim aos poucos, como eu já estava adentrando no processo. Para completar, não tinha aquela desculpa de se agarrar com Deus, pois sempre fui agarrada a Ele, e a Nossa Senhora também. Desse modo, o único jeito era esperar, esperar que um milagre acontecesse.
    Lembro quando colocavam Maria no meu colo para ela dormir, pois, com 2 meses, era só o que ela fazia, ou pelo menos o que nós conseguíamos ver, e assim eu me embalava com ela e chorava perguntando infinitas vezes: Por que? Inclusive, se você perdeu alguém muito importante, independente do modo, você há de se perguntar infinidas vezes o porquê, o motivo pelo qual. Bem, a resposta nunca vem, e nem virá, mas comecei a perceber que Maria não dormia apenas, ela também me escutava, ela me sentia, e respirava para me ajudar a suportar tamanha dor. E assim minhas lágrimas e dor foram se misturando aos primeiros sons de Maria; os espinhos cravados em meu peito foram diminuindo de tamanho conforme os dentinhos de Maria cresciam, e as lágrimas que desciam nas maçãs de meu rosto foram se misturando aos primeiros sorrisos e gritinhos dela. Seus cabelos foram tomando forma, seus olhos a cada dia mais graúdos e singelos, e suas primeiras sílabas, como um ato mais sólido de comunicação, foram: bebé. Bebé passou a ser para mim o som silábico mais lindo que os meus ouvidos puderam escutar, Bebé, que é uma tentativa de dizer Roberta, passou a ser o chamado mais próximo do divino que já pude receber. Bebé, que sou eu, passei a entender que eu não precisava de respostas, e sim de amor, eu só precisava de amor. 

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Paradoxo inesperado: 

a era digital que nos deixou cada vez mais conectados, é a que também nos deixa mais distantes. 

Eu nunca tinha visto tanta gente solitária na história da humanidade. Estamos nos perdendo de vista, "era um sonho dantesco...".

- Roberta Laíne.  

terça-feira, 17 de novembro de 2020

terça-feira, 13 de outubro de 2020

É incrível, toda pessoa que me despe, na hora do sexo/do amor, olhar-me de cima a baixo e diz o quão sou linda, no entanto eu nunca acredito. Nessa hora sempre dou um meio sorriso e viro meu rosto para o lado, achando as palavras um magnífico absurdo. A beleza não vem do corpo, é o que engulo à seco, enquanto meu corpo se agita com a ideia de ser belo, mas eu não acredito, minha alma rejeita. Em comunhão a isso, também já me deparei com pessoas que me olharam no fundo dos olhos e disseram: quanta beleza! Infelizmente também não acredito, a beleza não vem do corpo, é o que engulo à seco. Certa vez, não me olharam no corpo, nem no rosto, muito menos nos olhos, só sentiram, sentiram, mas não o corpo, não a pele que habito, nem os olhos que se sobressaltam, apenas ouviram minha voz e disseram: quanta tristeza! Essa foi a primeira vez que acreditei na beleza do corpo, no retrato que minha voz fez da minha alma, na folha seca que caiu no chão pela vontade de Deus, meu Deus, eu acreditei, eu acreditei! Mesmo julgando que a beleza não vem do corpo, eu acreditei que a minha voz revelou um feche da magnitude de minha alma, eu acreditei. Uma folha seca não cai, eu acreditei, se não for pela vontade de Deus, eu acreditei. 

- Roberta Laíne.  

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

A melhor coisa que aprendi em minha vida foi ler; a segunda melhor foi escrever; e a terceira melhor foi sentir, sentir tudo o que leio e escrevo.

- Roberta Laíne.

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Em um mundo tão plástico, com relações tão fluidas e superficiais, ser profunda, intensa e verdadeira é quase que uma patologia...

- Roberta Laíne.

sábado, 5 de setembro de 2020

Amanda.

Nos olhamos por um breve eterno segundo, você sorriu para mim e, naquele momento, mesmo nos escombros, eu sabia que havia luz. Ali havia luz. 

Nos beijamos lentamente e tudo lá fora perdeu o sentido, éramos apenas eu e você, e todas as galáxias e dimensões. A maneira como tu pusestes as mãos em meu peito, enquanto eu repousava as minhas em tua cintura, a gente se aquecia, em uma coreografia perfeita... Como que eu sabia a velocidade do teu beijo? Como que eu sabia o lampejo da tua alma? Como? Como que eu sabia?

Minhas mãos deslizaram da tua cintura até o fechiclé da tua calça, de lá deslizaram ao infinito. Era doce, era doce como nos movimentávamos até as estrelas. Meu corpo entendia perfeitamente o teu, dançamos com passos perfeitamente encaixados como num balé clássico. Tu gemeu, e nos meus ouvidos recebi uma poesia. Ah! Tu gemeu de novo, e começamos a nos perder no infinito, porque enquanto dançávamos no universo, tu gozava em meus dedos, em meu peito, em minha alma, em poesia.

- Roberta Laíne.

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Saudade é aquilo que fica no meio da vírgula, depois do ponto, nas entrelinhas do "mas" (...)

- Roberta Laíne.

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Eu não esperava me apaixonar novamente, mas aí ela me olhou e sorriu, naquele momento o universo ficou meio bambo, todos os planetas saíram de órbita e começaram a se desalinhar, enquanto ela inclinava a cabeça para baixo, eu via tudo em câmera lenta, aquela fileira de dentes perfeitos, o arco que se formou em sua boca, os olhos se comprimindo para sorrir, meu Deus, parecia uma pintura de Monet, meu Deus, antes que eu perdesse totalmente o fôlego, ela parou de sorrir e eu percebi que todos os planetas se realinharam, e que eu estava perdidamente apaixonada por ela.

 - Roberta Laíne.

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Não é sobre não haver mais tempestades, ou se esquivar delas, é sobre aceitá-las e se tornar marinheiro.

- Roberta Laíne.

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Sonhei com você, na verdade, eu nunca parei de pensar em ti, mesmo nas situações mais medíocres ou banais, eu queria você por perto. Eu sinto a tua falta todos os dias e eu já aceitei, eu aceito e agradeço, mas sei que não tenho o direito de te procurar, eu não posso, porque acredito que não faça mais sentido... Eu não sei sobre você, não sei se encontrou outra pessoa ou voltou com a mesma, não sei se estás bem ou mal, se ainda almeja intensamente ir embora ou mudou de ideia e queira ficar, eu não sei mais, eu não sei. A única coisa que sei é que você não faz mais parte, e não entendo o motivo de você fazer falta todos os dias. Se não faz mais parte e nem sentido, então por que ainda sentir? 
Sinto vontade de te procurar, mas uma força me impede, porque além de eu não ter o direito, você não faz mais parte... Então por quê?

Com carinho,

- Roberta Laíne.

domingo, 2 de agosto de 2020

A saudade é mesmo engraçada, ela espera a semana toda, fica à espreita, te ronda, mas não te segura, quando chega o domingo à tarde, perto das seis, ela te abraça, te visita, invade o teu quarto, te faz carinho e fica. 

- Roberta Laíne. 

domingo, 26 de julho de 2020

Gostaria de falar um pouquinho sobre nossas bolhas.
Primeiro, você já parou para pensar que vive em uma? 
Pois bem, uma bolha é um local que criamos com nossas características, por meio dos nossos gostos musicais, cinematográficos, gástricos, de vestimenta, intelectuais e uma porção de muitos outros...  Envolvendo tudo o que você vê, ouve, usa e toma como verdade. Bem, isso é normal e necessário, no entanto, estamos fazendo de nossa bolha um castelo com um forte altamente armado do qual negamos, rejeitamos e pomos à margem tudo o que não está dentro das características de nossa bolha; inclusive, é por isso que você acha que o seu gosto musical é melhor do que o dos outros, assim também como acredita que os filmes que você assiste são bem melhores e mais conceituados do que o que os outros assistem, a roupa que você escolhe é bem mais estilosa e bonita do que a dos demais e que seu intelecto, sua bagagem cultural, é muito superior a das outras pessoas, porque os livros que você lê, as suas leituras e compreensão de mundo, são bem melhores. Enfim, você fica dentro do seu castelo, com sua artilharia pronta para dizimar tudo o que for diferente. É aí que mora o perigo das bolhas, quando os olhos cerram para as demais e a visão fica turva, você não reconhece e nem vê com bons olhos os que te circundam, nos fechamos em crenças de par perfeito, com amarras de dias perfeitos, comida perfeita, roupa perfeita, férias perfeitas, e tudo o que foge disso tudo é imperfeito e infeliz. Você vai ficando infeliz em sua bolha porque você não aceita que precisa das outras e que entendê-las é pecaminosos e incerto.
Você já parou para pensar que sua bolha é apenas uma perspectiva? E mesmo que ela reúna um número maior de pessoas, isso não faz com que ela seja duas bolhas, continua sendo uma, apenas uma... Você não é melhor, você não é melhor, você não é melhor, você é apenas uma perspectiva.
Só há uma maneira de vencer uma guerra, e é quando você sai do castelo com toda a tropa, chega no "inimigo" e enche-o de perguntas, bombardeia de ideias e se prontifica a escutá-lo, a única maneira de sair da bolha e se sentir feliz fora dela é pedindo licença para entrar em outras e conhecê-las, com a sensação de pertencer a um pouquinho de cada coisa, e saber que nós não somos nada, e muito menos ninguém. Você não é melhor, você não é melhor, você é apenas uma perspectiva.

- Roberta Laíne.

Escrevo pela necessidade de ser para sempre

Quantas vezes eu já não vim aqui e escrevi minha própria morte só para não morrer? Quantas vezes corri assustada, ofegante, com os olhos sobressaltados, de medo, de dor e desespero e corri para cá, só para não morrer... Aos trapos, estilhaçada, com o coração na mão, vim aqui, só pra não morrer, só pra não morrer.

- Roberta Laíne.  

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Eu não escrevo porque gosto ou acho bonito, eu escrevo porque preciso, porque é a única maneira que tenho de sobreviver, porque se houvesse outra maneira... Ah, se houvesse outra maneira... Eu escreveria.

- Roberta Laíne.

domingo, 12 de julho de 2020

À LTA, você ainda está em mim.

Não ficarei com outra pessoa até esquecê-la, e isso não é sobre ser otária, é apenas sobre ser fiel aos seus próprios desejos e sentimentos, afinal, do que me adianta beijar outra boca que não seja a tua? É pior, depois fico pensando em você, em como seria se fôssemos nós. 

- que ninguém me toque até que eu te esqueça, meu bem.

sábado, 4 de julho de 2020

Sempre fui responsável, nunca fui de duas palavras, as pessoas sempre confiaram em mim, e no que eu digo. Elas sempre dormiram tranquilas mesmo sabendo que eu tenho depressão maior, eu nunca dei trabalho a elas com ameças de suicídio ou coisa parecida. Mas ultimamente estou me desconhecendo, estou pensando um milhão de coisas e todas elas em relação a Cássia e a mim. Não importa se já fazem 3 anos, Cássia sempre será uma ferida aberta, porque eu não tive a capacidade de superá-la e por isso vivo uma vida insignificante da qual não sou feliz, nem prevejo ser. O que me incomoda são esses pensamentos e absurdos que circulam a minha cabeça, sinto uma vontade imensa de morrer, de pôr fim a minha vida e acabar com essa existência sem sentido, sem motivo, sem amor, sem liberdade, sem futuro.


Sinto muito por mim.


- Roberta Laíne.

terça-feira, 30 de junho de 2020


Acabo de desligar minhas coisas, fecho os meus livros, e dou-me por vencida pelo cansaço. Produzir vídeo aulas não tem sido uma tarefa fácil, no entanto eu amo estudar, e tenho estudado bastante. Só que hoje, no horário que o cansaço me ganhou, eu ganhei um presente ao apagar a luz e deitar-me...
Como de costume, olho pela janela antes de dormir, e hoje, ou melhor, agora, vi a lua, e abri um largo sorriso! Seguido dos dizeres: "meu Deus, eu não sabia que iria ganhar um presente, não precisava..." E olha ela, como está incrivelmente fantástica! Que sorriso doce a noite tem, que magia envolta de ti, astro que cintila nos céu, você está se derramando toda na terra em forma de luz... Fecho meu bloco de notas e encerro essa prece, oh, dama da noite, boa noite, e até breve.

- Roberta Laíne.

segunda-feira, 29 de junho de 2020

Obrigada por lembrar de mim.

Obrigada por ter voltado, e, principalmente, por fazer eu me sentir um lixo... Eu já havia esquecido como era horrível se sentir assim.

- Roberta Laíne.

sábado, 27 de junho de 2020

Todas as pessoas que fico lembro de você logo em seguida, por que não vais embora de uma vez, ou fica?

- Roberta Laíne.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

O dia em que a terra parou, o livro, peteca, memória.

Estava conversando com um amigo sobre filmes e  ao dizer que os assistia desde a época do VSH, lembrei-me da minha escola favorita, na qual fiz da primeira à quarta série. Eu gostava de tudo lá, do prédio que era altos e baixos, do qual além de exibir-me e achar aquilo magnífico, também distorcia-o na minha mente, considerando-o o prédio mais alto da cidade, imaginando-o ser de uma altura muito maior do que ele realmente era, por isso dava-me medo de olhar pela janela, pois eu conseguia aumentar sua altura ainda mais, com o poder da minha mente e dos meus olhos gigantes... Gostava de chegar na escola e ter de se enfileirar para rezar alguns salmos e cantar cantigas religiosas, gostava de subir as escadas e ficar cansada, mas sentindo-me vitoriosa. Gostava de, na hora do recreio, abrir minha lancheira e vê que mamãe havia colocado o meu refrigerante favorito, na época, fanta laranja. Agora escrevendo consigo sentir o cheiro, o gosto, a textura de tudo isso, meu Deus, como era bom, como era bom! E foi absorta nessas memórias que lembrei-me de um dia atípico, do qual intitulei "o dia em que a terra parou", mas para narra-lo você precisa saber de um fato peculiar... Talvez eu fosse a única criança que amava a diretora da escola e não sentia medo dela, mas nunca soube o porquê, e, até hoje sei seu nome completo, Carmélia Martins dos Santos, uma senhora de cabelos bem penteados, evangélica, e de uma postura séria, mas que uma vez, ao olhar para mim, e sentir que eu gostava muito dela, falou comigo e perguntou-me: "Você gosta de livros?" respondi que sim, então ela assentiu com a cabeça, pegou um molho de chaves e disse: "vou te dar um presente, acompanha-me." E foi aí que eu entrei no paraíso, era o depósito onde guardavam todos os livros didáticos da escola, que chegavam para a distribuição aos alunos, o lugar era rodeado de pilhas e mais pilhas de livros, eu simplesmente fiquei fascinada, meus olhos grandes rodavam junto comigo em 360 graus para tentar visualizar todo o lugar, senti que uma luz me iluminava naquele momento, e que estava diante da fração de segundos feliz que não conseguimos prolongar por muito tempo, eu estava ecstasiada e então a diretora disse: "Escolhe um livro, o que você quiser, será seu, mas não conta para nenhum aluno." Eu dei uma leve olhada no lugar e fiquei um pouco confusa, eu era muito peteca na época, só meus olhos eram grandes, mas minhas mãos eram muito pequenas e meu corpo muito franzino, mas não podia sucumbir ao medo das pilhas, e em uma caçada miuda eu vi um livro que tinha uma capa meio roxa, cor de açaí, alguns desenhos e o nome "viva a vida", eu já sabia ler, fui a primeira da turma a aprender e aquela cor roxa com o título me chamaram muita atenção, "é esse diretora." "Tem certeza?". "Sim, tenho certeza." Peguei o livro e choquei-o ao meu peito, abracei-o como se fosse um grande prêmio, e algo demasiadamente raro. A diretora sorriu para mim e eu subi o lance miudo de escadas para retornar até minha sala, cheguei sorrateira, guardei-o como o bem mais precioso que alguém poderia ter, e passei o restante da aula ansiosa, contando as horas para chegar em casa e abrir minha mochila, correr para o quarto e folhear o meu grande prêmio, e assim o fiz. Passava horas folheando o livro, lendo suas histórias e narrando para todo mundo daqui de casa o feito, e o quão aquele era o meu livro favorito. Todos sabiam o cuidado extremo que eu tinha com o meu livro da capa roxa,  todos sabiam o quão aquele livro era tudo pra mim, e hoje eu recordo da escola, do depósito, da diretora, do livro e desse dia como um feche de luz, como aqueles segundos que não conseguimos segurar por muito tempo, pois são os mais importantes e felizes de nossa vida.

Escola: Pastor Ananias Rodrigues.
Aluna: Roberta Laíne Costa Bahia.


terça-feira, 16 de junho de 2020

Estou novamente sentindo aquela dor de cabeça terrível, que me faz sentir medo da morte, mas sei que morrer é bom, morrer não doi como essa dor, morrer é tênue. Morrer não faz eu me sentir um lixo como hoje. Morrer não é como a menina que eu gosto que me faz sentir-me sozinha. Morrer não é como passar o dia sem comer, sentindo apenas o peso de existir e resistir. Morrer não doi como a carga de não ter conseguido fazer as minhas aulas, e se sentir uma incompetente e irresponsável, porque quando eu morrer não vou levar essa dor, não terei crises de ansiedade, não me sentirei só, nem irresponsável por não ter feito minhas aulas, porque depois que a gente morre não sobra tempo, não existe mais turma, nem aulas para fazer, não existe dor de cabeça, e nem a menina que eu gosto, quando a gente morre não existe mais mensagem inesperada, troca de olhares e abraço, nem amor, nem amor, não existe mais amor.

Com carinho, 

Roberta Laíne.

domingo, 14 de junho de 2020

Sem dúvidas hoje eu tive uma das piores crises de ansiedade do ano, na verdade, ainda estou tendo. Estou me sentindo exausta, um lixo completo, e foi o que eu tive para hoje, o dia inteiro.
Não pedi ajuda a ninguém, não consigo mais pedir ajuda, já me convenci que devo e mereço sofrer sozinha...
Mas tudo o que eu mais queria era que alguém pusesse aos mãos em volta de mim e me protegesse, de tudo, do mundo, porque hoje eu estou me sentindo um lixo, algo vil, sórdido, e totalmente sem sentido. Excepcionalmente sem sentido. 


Abraça-me hoje à noite papai, por favor.

- Roberta Laíne.

domingo, 7 de junho de 2020

Ontem me perguntaram o que eu já havia feito de mais perigoso e arriscado na vida. Pensei, no intervalo infinito que há entre 0 e 1 segundo, e respondi calmamente: escrever... Escrever era tudo de mais arriscado que eu já havia feito.

- Roberta Laíne.

domingo, 31 de maio de 2020

Toda vez que algo me magoa eu corro para cá, para esse blog idiota repleto de merdas tristes que só comprovam a minha incapacidade de conseguir. Eu queria saber construir as coisas, mas eu só sei escrever umas merdas bem tristes que são reflexo do quão incapaz eu sou. Eu não quero mais ser legal e muito menos tentar ser feliz, e que se foda o que escrevi em "um bilhete a mim própria" e que se foda também eu e a merda desse blog idiota, lotado de coisas inúteis, que só servem para me mostrar o quão eu sou uma completa imbecil. 

É um texto sobre a minha incapacidade de conseguir as coisas.

- Roberta Laíne.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

À Maria Pietra

21 de maio de 2017, tu nascia na terra e eu renascia aqui. Tu viestes para me proteger, e salvar a minha vida, pois pouco depois do teu nascimento eu iria enfrentar o momento mais sombrio e devastador da minha vida, no qual fiquei submersa na dor e na escuridão, e tu fostes luz. Você nasceu para que eu pudesse renascer e acreditar novamente na vida, e no amor. Quando você crescer, vou te contar toda a história com muito carinho, e quando eu estiver velhinha, vou te perguntar milhões de vezes se já te contei. Eu não sabia que eu tinha a capacidade de amar como eu te amo, e eu nunca vou amar ninguém como eu amo você. Acompanhar tuas primeiras palavras, teus dois primeiros dentinhos nascendo, teu cabelo tomando a forma encaracolada, tuas perninhas tentando alçar voo para andar. Eu não sabia que Deus me amava tanto, até que você sorriu pela primeira vez, depois ficou sorrindo com a boca cada vez mais cheia de dentinhos, não tenho dúvidas de que teu sorriso é o que há de mais lindo no planeta terra, e teus olhos é meu maior pacto e conexão com Deus, porque tu és luz, tu és luz. Quando tu cresceres, vou te contar todas as aventuras que fizemos juntas, e como você me deu trabalho na hora de vir embora da praça, logo eu que não sei mentir, tinha que inventar histórias extraordinárias para irmos embora, e no caminho te ouvir contando como foi incrível no pula-pula, na piscina de bolinhas, tomando sorvete ou comendo batata. Eu sou feliz, eu sou feliz porque tu és luz, tu és luz. Esses três aninhos representam o momento que eu conheci o amor genuíno, que é aquele que você não pede absolutamente nada em troca, porque você é luz. O amor genuíno fez com que eu inventasse música pra gente cantar, palavras e brincadeiras só nossas. O amor genuíno é aquele que fez com que eu arrumasse meu quarto 14 vezes por dia, esperando ansiosa para que tu viesses novamente brincar aqui, e eu pudesse arrumá-lo mais uma vez. O amor genuíno faz eu largar tudo ir a Castanhal te ver, porque não existe distância, nem dificuldade, nem empecilho que nos impeça de estar próximas, seja por vídeo chamadas, seja por inúmeros áudios no WhatsApp, ou por orações pela tua saúde, antes de dormir. Porque tu és, tu és luz. Feliz aniversário, vida. Bebé te ama (amo-meu-gagau) nessa e em todas as outras vidas que houver, porque tu és luz.


sexta-feira, 15 de maio de 2020

Um bilhete a mim própria.

Não sei escrever sobre coisas felizes, tampouco sei falar bem de mim própria, mas esse texto não é triste, e não falarei mal a meu respeito. Pela primeira vez, há muito tempo, eu não estraguei as coisas. Estou acostumada a estragar os meus relacionamentos e observar a decomposição das coisas, ajudando ainda mais com que elas se dissipem para bem longe. Eu sempre mando as pessoas para um lugar distante de onde eu esteja, de mim, e deixo com que os meus medos me dominem, acabando sempre por deixar minhas paranoias engolir as minhas relações. Por um período de anos, muitos anos, eu passei a me odiar, e por isso perdi inúmeras mulheres incríveis, e após muitos anos, como um feixe de esperança a mim própria eu disse, já chega. Eu quis me entender, eu quis me perdoar, eu quis ser feliz e não ter medo de aceitar as coisas. Eu quis e quero deixar o passado para trás, e me concentrar em novas memórias, em aventuras novas, por mais que o meu coração esteja desgastado, a verdade é que eu sempre vou acreditar no amor, o de fora, e o de dentro, o próprio, e o ao próximo. Por muito tempo eu rejeitei a mim, eu eliminei qualquer possibilidade mínima de ser feliz, mas agora eu não quero mais. Engraçado, isso aconteceu justo quando a menina que eu queria estar não pode estar comigo, e ainda é estranho me observar e ver que eu aceitei ternamente sua impossibilidade, pela primeira vez eu vi alguém agindo como eu agia e eu tomando outra atitude, aceitando e dizendo que estava tudo bem, fiz tudo isso sem excesso de fúria, sem socar parede, sem digitar um monte de palavras ruins, sem me odiar por inteira. Eu quero ser feliz, eu sou feliz, eu quero compartilhar a minha felicidade com outra pessoa, e sou capaz disso. Por muito tempo me convenci de que eu era e sempre seria destrutiva, de que tudo o que eu tocava ou que se aproximasse de mim acabaria mal, de que eu não tinha capacidade alguma de ser feliz com alguém ao meu lado, no entanto eu não acredito mais nisso, eu não deixarei mais com que isso me domine, e sei que sou capaz de compartilhar a minha felicidade com alguém e deixar com que outra pessoa compartilhe a sua comigo. Sei que a possibilidade de falhar é real, talvez eu caia e volte para a outra Roberta, e, na verdade, eu não me desfaço dela, jamais faria isso, só eu sei o quão ela também fora importante, mas que precisava de muitas ajustes para deixar-me ser feliz ao lado de alguém. Escrevo esse bilhete, pois, acaso caia, quero lembrar que em um momento imprevisível senti que poderia conseguir, e só de sentir isso uma onda de felicidade se chocou a mim violentamente, que sou feliz sozinha, mas que também posso ser feliz ao lado de outra pessoa. Quero deixar registrado, para a próxima menina que eu me apaixonar, e amar, que eu posso até cair, mas que estarei fazendo o possível para ser feliz e fazê-la feliz. Prometo deixar-me no presente, prometo tentar, acima de tudo, deixar-me no presente, prometo, a mim, e ao universo, ser o presente, o presente mais vivo que eu possa comportar. Prometo ser feliz no presente, prometo me amar no presente, e prometo amar a próxima pessoa no presente, como feixes de luzes, como uma esperança rara e perigosa, capaz de matar-me, mas também de salvar todo o presente, e toda a minha vida.

Com carinho,

Roberta Laíne.

domingo, 10 de maio de 2020

É um texto sobre a pertinência de tua partida.

Você não me faz falta, você me faz saudade.

É um texto sobre a pertinência de tua partida.

Se eu soubesse que somos reais, eu iria correndo até a tua casa e te daria um beijo. 

É um texto sobre a pertinência de tua partida.

Se eu fosse especial, te olharia nos olhos e sorriria, você entenderia o motivo de cada estrela está disposta no universo. 

É um texto sobre a pertinência de tua partida.

Se eu soubesse que tu serias feliz ao meu lado, eu faria uma prece aos astros. Você entenderia o que o sol faz com as flores.

É um texto sobre a pertinência de tua partida.

Mas ai de mim, falta, partida, irreal, (in)especial, infeliz, e prosa. 
Mas ai de mim, página virada. Mas ai de mim conto cor de marfim. Mas ai de mim sinfonia de Chopin. Mas ai de mim, verso de Jobim, ai de mim, ai de mim. 

Sou assim? Sou assim? Irreal, vento nublado, chuva da tarde, ai de mim, ai de mim.

Como pode? Ai Ai de mim! "Como pode um ser como eu não se despedaçar", ai de mim,  ai de mim! 

É um texto sobre a pertinência de tua partida.


- Roberta Laíne.

sexta-feira, 8 de maio de 2020

"I wish I was special, but I'm creep"

Cássia, Pai, por favor, me tirem daqui! Eu não estou bem, eu não estou conseguindo, eu estou exausta. Por favor, eu quero ir, eu quero ser especial, levem-me daqui. Cássia, eu nunca te julguei, eu sempre te entendi, eu te entendi tanto, o que posso fazer para também ir? Leve-me. Pai, isso não é vida, você não escolheu isso para mim, tu sabes, tu sabes o que sinto, então tira-me. Eu não quero dinheiro, eu quero ser especial, eu não quero fama, eu só quero meu pai e minha namorada.

- Roberta Laíne.

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Estava me sentindo inteiramente triste, atolada de sentimentos confusos e perturbadores, o mundo lá fora refletia aqui dentro. Eu sentindo frio e cansaço, era no corpo, era na alma, era no sal e no sol que faltava nas paredes de minhas células. Uma necessidade extravagante de carinho, de afeto, de mãos entre os fios dos meus cabelos que pudessem amenizar toda e qualquer coisa, o peso de existir. Eu estava exausta, esvaindo aos poucos, deitada em minha cama comecei a acariciar os meus cabelos, minha testa estava suada, limpei com cuidado, fiz-me carinho, acalentei-me, e de repente, quando tomei por mim estava tranquila, quieta, como um bebê que dorme após ser amamentado. Eu estava tão minha, era minha, mais minha do que nunca fui, e como era bom! Como era bom me ter novamente, tocar-me, sentir-me, está em mim, apenas em mim, eu estava de volta! Ah, como era bom estar de volta! Recoberta de carinho, de afeto, de sentimentalidades, tudo tão ameno, tudo tão sereno, o mundo lá fora não me atingia mais, apenas o mundo aqui dentro, minhas células comportadas, prontas para dormir. Puxei o lençol e embrulhei-me, beijei-me ternamente, acariciei de último os cabelos e me pus para dormir. Dormi calma como o fundo de um oceano, em mim tudo era atlântico, sob corais nadei o universo, coberta de mim eu era minha, tão minha, só minha, e de mais ninguém.

- Roberta Laíne.

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Escrever é a acordar sorrindo e dormir fodida... Foi o que eu disse, foi o que eu disse.

- Roberta Laíne.

quinta-feira, 30 de abril de 2020

Hoje sou eu quem olho para os pássaros e sinto inveja, que gostosa é a palavra l i b e r d a d e, escorrega em minha boca e se afoga em minha vontade. Mas que tamanho de para sempre, do cumprimento do mar, com a extensão do universo, e altura de minha saudade! 
Liberdade deveria ter o teu nome, meu bem.

- Roberta Laíne. 

terça-feira, 28 de abril de 2020

Eu vim para cá, mas não tenho certeza se quero mesmo escrever. Estava me sentindo um pouco triste e resolvi vir até mim, a que nunca me abandonou. Mas não sei exatamente o que escrever, não vim com nada pronto, não surgiu nenhuma ideia genial ou extraordinária na minha cabeça. Eu apenas vim, e acho que todos nós já nos sentimos assim, uns com mais frequência outros com menos, mas todos já nos sentimos assim, sem saber bem o que fazer. Eu queria fazer algo por mim, mas não sei muito bem por onde começar, eu estou cheia de buracos, sabe, aos frangalhos, parece que todo lugar que há em mim está dolorido, ou há de doer, é como uma rua cheia de buracos, você tem que ficar desviando, e é cansativo chegar até o outro lado. Mas o que há do outro lado? E se não houver outro lado? Uma ideia genial acaba de assaltar-me, e se o outro lado for um buraco imenso? Uma onda cinza me invade, o dia está acabando, e sinto o cheiro de saudade, sinto que mais uma vez estou escrevendo coisas absurdas e desconexas, em harmonia com a mente, mas em desconexão com a realidade. A noite está caindo lá fora e dentro de mim as palavras atravessam o quarto e ganham força até tua casa, entra pelos teus olhos e te afrouxa a alma. Se eu fosse minha, provavelmente seria tua, mas como não sou, então eu te ofereço a porta de saída, longe de mim, perto da r(l)ua. E... Por mais que não haja um buraco imenso do outro lado, antes do final, há uma longa jornada, na lama, onde eu sempre estive.

 Com carinho,

- Roberta Laíne.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Poesia molhada.
Cabelos longos, olhos apertados, corpo sinuoso. Você tem cara de saudade, tem cheiro de maçã verde.

Poesia molhada.
De fim de tarde, de resto de água, de chuva branca como diz a vovó. Só me diga, você é chuva ou é lágrima?

Poesia molhada.
Água na sacada, telha com gosto de barro, barro com gosto de Eva, poesia feita na calçada.

Poesia molhada.
Pássaro encharcado, palmeiras paradas, beija-flor foi embora, sabiá se escondeu, o homem branco se encolheu, tudo por conta da poesia molhada.

Poesia molhada, você cai do ceu ou da minha
alma?

Poemas (fora do) Quarto.

- Roberta Laíne.

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Eu nunca vou escrever sobre você.

Será que o universo sabe que... É que ele chorou a tarde inteira, não parou de chover, ainda goteja, ainda baixinho, ainda tristonho... Eu sinto muito.

- Roberta Laíne.

terça-feira, 21 de abril de 2020

Eu tenho mais algumas coisas para falar sobre um texto. Um texto é, pois, uma necessidade, é um argumento, opinião, é o nosso posicionamento moral, ético, político, cultural. Um texto é a tentativa de ser eterno, pra sempre, é uma bomba que explode silenciosamente em cima da mesa, dentro de um livro, em um bilhete, nas páginas do jornal, nas cores de uma revista. Um texto é uma verdade, inventada ou não, um texto é uma crença de que tudo é real, inteiramente real. É, pois, uma explosão de átomos se expandido no universo...

- Roberta Laíne.

sábado, 11 de abril de 2020

Um texto é uma consequência. E eu não tenho mais absolutamente nada para falar sobre isso.

- Roberta Laíne.

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Silêncio. 
Nós estamos em silêncio.
Esperamos e tememos os barulhos de uma Terceira Guerra Mundial, mas dessa vez foi diferente... Dessa vez ela veio muda, invisível, sorrateira, envolta de um silêncio ensurdecedor. 
Fechado. Fechado. Fechado. Aberto somente das 08 às 14 horas. Fechado. Fechado. Estamos fechados. 
E foi assim que tudo começou... nos fechamos.
Viver era difícil, mas morrer se tornou ainda pior... Agora é mais solitário, sem cânticos fúnebres, sem lágrimas de despedidas, sem poder se debruçar em desespero sobre o corpo enevoado. Fechado.
O vírus afeta a economia, a educação, a saúde, mas principalmente o nosso afeto, a.fé.to. A rua está vazia, mas não há derramamento de sangue. A igreja está vazia, mas não é por falta de padre. O domingo na praça está vazio, mas não é por falta de crianças. O vírus inquiriu: fechado, fechado, fechado. 
A dispensa do pobre está vazia, e a dos ricos recheada, mas até quando? O vírus responde? Até quando seremos egoístas? Até quando vamos perpetuar essa raça vazia, pobre de poesia, pobre de fé em si e no outro, pobre de vida. Até quando? 
Uma folha não cai se não for pela vontade de... 
Ainda tenho esperança, mesmo que o vírus tenha fechado as portas, ainda acredito que seremos melhores... na fé, na doação, e no caráter. Esse vírus que a tudo tem fechado deixou o meu coração aberto em prosa, em verso, em poemas de quarto. 

- Roberta Laíne.

domingo, 29 de março de 2020

Fui ao banheiro, lavei o rosto, e inúmeras palavras caíram dos meus olhos, eu não sabia o que fazer. Escreva um livro, escreva um livro... A voz dizia tênue e prateada. Eu apenas sorria com uma expressão muito difícil de se decifrar. Talvez eu devesse, mas só faria se fosse para esquecer tudo o que sinto a respeito das coisas, no entanto, escrever só faz com que elas ganhem vida, sobrevivam, e transgridam as barreiras do espaço e do tempo. Peguei a toalha de rosto para limpar aquele excesso de palavras, mas nela estava escrito: quer dizer então que você é covarde? Recusei-me a enxugar as palavras, eu só queria lavar a droga do meu rosto em um banheiro normal, onde as coisas não deixassem uma mensagem a mim. E eu não sou covarde, eu só não sei... Espiei o interior do banheiro e abracei a ideia de banhar-me, então me despi, porém, antes de girar a engrenagem do chuveiro, resolvi ler o que tinha grafado, bem ao centro, junto com a logo da marca, e lá estava registrado em letras miúdas: você não confia em si, não é mesmo? Girei a engrenagem violentamente e deixei a água cair, ela viajou entre meus cabelos, pescoço, seio, barriga e foi desaguando em algum mar... Ufa! Eu estava em paz debaixo d'água, aqui é puro, é cristalino, não há mensagem, não há código morse para eu decodificar. Então pensei, se não olhar, não haverá mensagem... Com os olhos cerrados resolvi apalpar a cantoneira para pegar o shampoo, alcancei-o, abri o frasco, e o cheiro que surgiu da tampa foi caloroso e preciso em dizer: você não tem muitas opções!. A curiosidade matou o cego a ouvir, não é só através das palavras que há de haver comunicação, eu sou patética mesmo! Lavei os cabelos fatigada com um nó na garganta, eu não vou chorar, não irei entregar-me, contudo não resisti, e vários verbos e substantivos iam caindo dos meus olhos, inundando todo o banheiro em poesia. Ainda em soluços, com o banho incompleto, peguei a toalha vagarosamente, e depois de enrolar-me e abraça-la por completo, vi bordado em sua barra, com uma letra suave e graúda: ou você escreve ou morre.

- Roberta Laíne. 

quinta-feira, 26 de março de 2020

Estou aqui, em poucos movimentos, entregando-me a este papel que agora me consome em fogo, eu estou em chamas... Não consigo falar sobre o que sinto, por que o que sinto é muito, é enorme, é gigantesco, então prefiro falar sobre o que eu não sinto, eu não sinto você. Eu não sinto que você faça parte de mim, eu não sinto tua presença em minha cama, corpo, alma. Eu não sinto que estás ao meu lado. Há memórias se apagando rapidamente, eu estou em chamas para detê-las, pouco a pouco você se apaga virando uma luz serena, tão prata quanto a lua, tão mórbida quanto a minha vida, solitária como Gogh, introspectiva como Lispector, e trágica como Julieta. E eu contiuo aqui, em chamas...

É um texto sobre quando você não sente mais a pessoa.

- Roberta Laíne.

terça-feira, 24 de março de 2020

O corona serviu, entre tantas coisas, para mostrar que nós somos mesmo divididos, independente do assunto, sempre vai existir um lado que é descuidado, irresponsável, cego, alienado e desumano, em contra partida a um outro lado que, por sua vez, tenta com todas as forças manter o equilíbrio, sendo responsável, abrindo os olhos, se informando, e dividindo o pouco ou o muito que se tem, pelo bem coletivo.

- Roberta Laíne.

sábado, 21 de março de 2020

Algumas dicas para pessoas ansiosas/depressivas/com síndrome do pânico, em tempos de corona vírus. 

Estava pensando em uma maneira de contribuir, nas minhas redes sociais, a respeito da pandemia que está ocorrendo, pois geralmente leio muitas coisas, mas a maioria delas são ruins, ou somente sobre os cuidados que devemos ter com a galera do grupo de risco (sobre eles ok, todo cuidado é pouco). No entanto, percebo que estamos esquecendo de auxiliar uma população gigantesca que são as pessoas com patologias psicológicas. Basicamente quase todo mundo que lerá isso tem ansiedade, por mais que você não se trate (por “n” fatores) ou não admita por ter vergonha, afinal estamos falando de patologias que socialmente não são aceitas, ou tratadas como vis. Enfim, a primeira dica é para quem tem síndrome do pânico, então cola na intro!!! Quem conhece bem a patologia sabe que pacientes com a síndrome acabam somatizando MUITO o conjunto de sintomas, por exemplo, de uma determinada doença. Uma crise de pânico pode ser desencadeada por inúmeros fatores, e em tempos de pandemia, provavelmente a pessoa irá se fixar nas notícias da doença. Infelizmente a mídia é absurdamente sensacionalista e vai procurar divulgar as informações mais desastrosas ou ruins, pois sabe que choca e/ou comove a população. A pessoa com pânico, antes de ter uma crise, faz uma busca volumosa por notícias dramáticas, e é óbvio que vai desencadeá-la, então seus batimentos cardíacos irão aumentar e haverá dificuldades ao respirar, suas mãos ficarão geladas e você vai ter a terrível sensação de que está morrendo, e é óbvio, vai querer ir a um hospital. No hospital o cenário vai ser de total correria e coisas ruins, afinal, ninguém vai ao local para comemorar o dia do seu aniversário ou uma promoção no emprego, vamos ao hospital porque estamos mal, por algum motivo. É interessante lembrar que, como pessoas com pânico ou ansiosas leem bastante sobre doenças e tomam para si os sintomas, ela irá desenvolver uma carga significativa deles, e obviamente vai achar que tem a doença, nesse caso o corona, E NÃO, VOCÊ NÃO ESTÁ COM O CORONA!!! Essa dificuldade em respirar é toda e simplesmente devido ao fato do seu cérebro ter jogado uma carga significativa de adrenalina para todo o seu corpo, fazendo seu coração trabalhar mais, assim como seus pulmões e outros órgãos... Tudo o que você precisa é respirar fundo, ligar para alguém em quem confie e que SAIBA LIDAR COM PESSOAS COM CRISES DE PÂNICO E QUE POSSA TE ACALMAR. Estamos em quarentena, então se a pessoa não poder ir até você, ENTENDA. Aos poucos ela irá te acalmando e conduzirá a conversas para coisas mais otimistas; vocês podem lembrar momentos legais, podem assistir um filme ao mesmo tempo e compartilhar coisas boas. O QUE VOCÊ MENOS PRECISA NESSE MOMENTO É DE UM AMBIENTE HOSPITALAR. Se não tiver alguém para ajudá-la, você pode digitar na pesquisa do Youtube a palavra “mantra”, irá aparecer uma porrada de mantras incríveis para te acalmar, ouça-os, apenas ouça-os e deixe que eles realizem o processo de cura em sua mente e, consequentemente, em seu corpo. Tudo vai ficar bem! Você é a primeira pessoa que precisa acreditar nisso! 
A dica agora são para as pessoas com depressão; organicamente você tem baixa na produção de serotonina e outras substâncias responsáveis pela sensação de bem-estar, prazer e alegria. Você também deve de estar caçando inúmeras notícias ruins e se isolando, caso não as procure, elas encontram você, então feche a porta! Augusto Cury perfeitamente nos mostra a síndrome do circuito fechado, (dica para os ansiosos também), você vai lendo uma notícia ruim, depois outra e outras e quando dá por si sua única vontade é de chorar ou de morrer! Não é por menos não é mesmo? Segue a dica do Cury, a cada pensamento ruim, pense dois bons, assim você irá quebrar o circuito fechado e conseguir se sair de sensações de mal-estar ou desesperadoras. 
Por fim, a última dica é para pessoas ansiosas; quem é ansioso sabe que possui “preocupação intensa, excessiva e permanente”, os sintomas são quase idênticos aos do pânico, taque cardíaco, dificuldades em respirar, palpitações, medo etc.; os pensamentos invasivos são os grandes violões, é hora de combate-los! Já que o ansioso se preocupa com o futuro, sabemos que por ora as notícias não são agradáveis, mas o corona vírus não irá dizimar a gente, ok? Lembra que na China a população está quase liberada para transitar livremente, as taxas de contaminação caíram significativamente e eles, inclusive, estão enviando toneladas de medicamento e especialistas para ajudar os lugares mais afetados pelo corona. Então respira fundo, quebra esse circuito fechado e se acalme. Quando sentir que está entrando em crise, ligue para um amigo que esteja bem e que seja otimista, procure plataformas de streamings e escolha um filme de comédia bem divertido ou assista um documentário bem interessante. Para quem gosta de ler, eu sei que é difícil se concentrar, mas não custa nada tentar, procure livros instigantes, com tramas envolventes, pois eles têm o poder de te fazer se desconectar do mundo, e, falando nisso, larga esse celular, viva mais com você e com a pessoa ou as pessoas que estão em quarentena contigo, falem sobre tudo, menos sobre o corona, ok? 
Quero que você saiba que eu acredito em todos os seus sintomas, e sei que você está sentindo tudo isso em uma crise, por exemplo. E quero que saibas que além de acreditar em você, eu acredito veementemente no teu poder de lutar contra pensamentos, sensações e pessoas que nada tem a contribuir para o seu bem-estar. Não se esqueça de lavar bem as mãos e não assistir aos pronunciamentos do Bolsonaro. Fé, sempre!

- Roberta Laíne.

domingo, 15 de março de 2020

Todas as noites, antes de dormir, eu leio de três a cinco poemas de Bukowski. Há noites, porém, que estou muito cansada e leio somente um. As noites mais frias são aquelas que estou extremamente cansada e só abraço o livro e durmo, com vontade de ter lido um ao menos. Já estou acostumada com ele, com a maneira que ele fala, que ele usa e aloca as palavras, não quero que chegue ao fim de modo breve. Acho que Bukowski é realmente aquele tipo de homem canalha que a gente se apaixona perdidamente, e luta para esquecer. E acho que não vou esquecer Bukowski, ele veio em um momento do qual eu estava frágil e insegura, e assumo toda a culpa de ter dado abertura para ele se aproveitar de mim, pois eu queria, eu queria que fosse um imbecil, um escroto, um asno, mas que falasse a verdade, totalmente a verdade, por mais que doesse,  eu queria que fosse Bukowski.

- Roberta Laíne.

quinta-feira, 12 de março de 2020

O livro dela, que é do Bukowski

Nós brigamos e prometemos nunca mais ficar uma com a outra, isso nunca tinha acontecido e agora vou ter que terminar a merda do livro que ela me emprestou, é que o livro é do Bukowski, e o título é a minha cara. Nós nunca fomos nada, sempre vivemos no "se", "se" a gente se encontrar, "se" eu for para aquela festa", "se" der, "se" eu lembrar. Eu não a amo, ela também não sente coisa importante por mim, mas eu também não desgosto, não consigo olhar para ela e não sentir nada, há um magnetismo que está fora do meu entendimento e controle que diz: fique próxima a ela. A gente tem uma conexão tipo Gogh e o amarelo, tipo Dalí e os meus sonhos mais loucos, ou tipo Bukowski e a solidão. Mas, que fique claro, eu não a amo, só nos dávamos bem com o lance do olhar, toda vez que nos olhávamos sabíamos pôr o universo de cabeça para baixo... Engraçado, nunca nos tocamos, mas conheço por inteiro o corpo dela, sei como beijá-la, como abraçá-la, e como olhá-la, como se a vida fosse um dia de sábado ensolarado e estivéssemos indo à praia. Eu não sei de muita coisa sobre a vida, e não entendo muito sobre as pessoas, mas sei que ela era como ir à praia, num dia potencialmente ensolarado.

  A verdade é que nunca entendi nossa conexão, somos duas pessoas totalmente diferentes, mas que compartilham a mesma inquietude... Solidão, independentemente de com quem estejamos, somos as pessoas mais solitárias do universo. Só que quando eu olhava para ela eu via um feixe de luz vindo diretamente de outro planeta, talvez ela fosse a lua e eu uma astronauta perdida no universo, tentando encontrar a terra, guiada por seus olhos que eram luz.

Com carinho,

- Roberta Laíne.

quinta-feira, 5 de março de 2020

O poema mais urgente que já fiz em toda a minha vida: tu.

- Roberta Laíne.

domingo, 1 de março de 2020

Mesmo sem fome o poeta sempre come o pão que o diabo amassou.

- Roberta Laíne.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Depois que eu escrevi, meu coração começou a bater mais devagar, livre... eu estava livre dos demônios que me amedrontavam. Escrever para mim sempre foi um ato de liberdade, mesmo que eu sempre tenha parado para me perguntar se liberdade existe de fato. De qualquer forma, ou por qualquer motivo, eu sentia a palavra vibrar em mim, conseguia sentir todas as letras, o L, o I, o B, o E... liberdade, eu estava livre daquilo que fazia meu corpo agonizar, se retorcer e rolar de um lado para o outro na cama, eu estava livre, pois escrever para mim sempre foi um ato de alívio, de candura, é como acordar depois de uma profunda e tranquila noite de sono, abrir as janelas e deixar os raios do sol incidir sobre sua pele, atravessando o coração e tocando a alma. Escrever para mim é atravessar o coração e tocar a alma, tênue e silenciosamente, como o raio de sol. E depois sentir-se milagrosamente livre, porque escrever foi a única maneira que encontrei de sobre(viver).

- Roberta Laíne.
Eu sinto meu corpo desmoronar, como quando alguém fala alguma coisa muito ofensiva a nós e não contemos as lágrimas. Eu sinto que estou perdida no meu próprio universo particular, no qual não existe absolutamente nada nem ninguém, apenas eu. Eu sinto que perdi a capacidade de sentir, não sinto pouco, não sinto muito, apenas não sinto nada. E, talvez isso seja a depressão falando essas coisas. De qualquer maneira, ela ou não, isso tudo é o que há de mais genuíno em mim. E o mais intrigante, sem dúvida, é essa minha capacidade de nem me matar por completo, nem viver plenamente. Eu estou exatamente entremeios, e esse equilíbrio, por mais paradoxal que seja, não representa o equilíbrio de absolutamente nada. Eu não sou segura, eu não estou segura, não há segurança alguma quando o assunto sou eu.

Com carinho,

- Roberta Laíne.

sábado, 1 de fevereiro de 2020

O perfume dela lembra a última pessoa que senti algo verdadeiro, ela tinha câncer e eu também. Mas o dela era no corpo, o meu na alma. Ela ficou curada, eu não.

Engraçado, eu nunca senti o perfume dela. Foda-se, eu imaginava...

- Roberta Laíne.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Mas não adianta, não há ladainha que dite o inverso, eu só dou o que recebo, trato feito, acabo o verso.

- Roberta Laíne.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Sou feita de seda, se você não souber me tocar eu vou desmanchar, vou me rasgar por inteira. 

É sobre pessoas bruscas 

- Roberta Laíne.

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

"Se todo mundo a odiasse e a considerasse perversa, mas se sua consciência a aprovasse e a abosolvesse de toda culpa, você não estaria sem amigos." 
É de Anne with an "E" e é assim que eu me sinto. Hoje foi um dia excepcional, eu me senti uma merda o tempo inteiro, e tudo o que eu precisava era correr para os teus braços e pedir que você me protegesse, eu queria que você me protegesse... Porque hoje, justo hoje, eu estou muito sensível... Mas, infelizmente, você está do outro lado, do lado dos que me veem como um problema e se afastam o quanto antes. Sabe, na verdade, você faz eu me sentir um lixo também. E no final das contas não é para você que eu tenho que correr, e sim de você.

- Roberta Laíne.

domingo, 12 de janeiro de 2020

Na teoria era para eu estar te esquecendo.

- Roberta Laíne. 

sábado, 11 de janeiro de 2020

Para mim, enquanto a Zot estiver viva, mamãe não pode considerar que falo sozinha. 

- Roberta Laíne.

Se você está lendo isso é por que não conseguiu ir embora

Leia com atenção, é minha última carta a ti, me despeço, fica com Deus.

Sabe, não adianta me bloquear, pois estou na tua cabeça, e fazer isso só ratifica ainda mais o quão você não sabe lidar comigo, e nem com você mesma, não em relação a nós. Você nunca admitiu com palavras precisas que estava apaixonada por mim, mas admite de outras maneiras, com atitudes, e com outras palavras também. Ainda vai demorar um pouco até que nossas forças energéticas se estabilizem e voltem ao que éramos antes de nos conhecermos, para que possamos nos deixar ir, em paz. Você sabe que ainda não foi, não se permitiu ir, não totalmente, e eu igualmente, ainda estou aqui debruçada nessas palavras, porque talvez não estejamos prontas para fazer o que precisa ser feito. No entanto, a partir de hoje, eu desconecto a tua poesia de mim, não me cabe mais te deixar presa em minhas palavras, eu vou, mas talvez eu volte, num sábado de chuva como hoje, ou em uma prateleira na forma de livro, ou não, eu simplemente morra na desintegração da memória, tenho medo de te esquecer. Contudo estou feliz, pois, diferentemente do que houve com Cássia, eu sei que você está viva, tem alguém ao seu lado para dar um beijo de boa noite e saber que aquela pessoa acordará ali, ao teu lado. Aqui, aceito viver nosso "brilho eterno de uma mente sem lembranças", assim, me despeço, fica com Deus, tu.

- Roberta Laíne.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Você me fode em silêncio


Gostaria de sentar a tua frente, olhos nos olhos, mãos sobre mãos, você não pode mais fugir. Fica. O relógio incomoda ao trabalhar. Gostaria de te pôr contra a parede, tua boca sobre, entre, fora, dentro, comprimida a minha. Silêncio. Disse com os olhos coisas de amor. Tiro a tua roupa e deixo a casa toda nua, a lua na rua, os móveis excitados, você me chamou de amor pela primeira vez, em meio ao meu ouvido e boca, você congela. Vida. Que verso perverso, eu estava sonhando, você não é minha. Você venceu outra vez. Tu és só tua, dele, dos outros, de todos, mas não minha, não nunca. Sempre. A poesia que tu me roubas é algo que nunca passará, eterna, é algo meu, de mim para ti, para sempre, uma nódoa, uma carta de amor datilografada, um copo de vinho. Um erro, o maior erro, eu sou teu maior arrependimento. Fica. Volta. Vai, mas por favor, nunca mais retorna ou olha para trás.

- Roberta Laíne.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Adedonha

Amor: livros
filme: Edward mãos de tesoura
cor: verde
objeto: Roberta

É sobre como eu me sinto com você.

- Roberta Laíne.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

A maldita dor precisa ser sentida. Eu não esqueci você.


Você foi pior que qualquer uma, porque, em primeiro lugar, você me ouviu, você deu-me atenção, mas depois foi embora, da mesma maneira que a gente joga fora um copo descartável depois de beber água. E você foi ainda pior, foi aquele tipo de pessoa algoz que não joga o copo inteiro, você primeiro fecha a mão, amassa-o, sente o prazer da destruição e só depois joga fora. Você foi pior que todas, porque, em segundo lugar, você não disse adeus, você apenas foi, foi porque seria mais fácil e é, e está sendo, é tão fácil ir, é facílimo ir depois que se bebe a água, amassa o copo e encontra um lixo para descartá-lo.

- Roberta Laíne.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Isso foi tudo o que eu não disse, porque eu não poderia dizer.

Oi? Então, eu só passei aqui para dizer boa noite, espero que você durma bem e que tenha sonhos bons e amenos, como você. Queria agradecer por ter sido sempre gentil comigo, e tudo bem você se afastar, todo mundo vai embora, sabe, e eu não tenho medo, estou bem com a minha condição em afastar as pessoas, lógico que no começo não foi fácil, mas, depois de ver tanta gente indo, comecei a aceitar. Bem, amanhã irei para a cidade em que você está, vou cumprir a minha parte do que havia dito, e por mais que você não esteja lá, está tudo bem para mim, afinal, isso não é sobre você, então não precisa se preocupar, é tudo sobre mim, é a minha maneira de viver o que estou sentindo, de longe, sem incomodá-la, eu jamais te incomodaria, como essa mensagem que não te enviei. E irei porque preciso que seja assim, um pouco do meu jeito, parece bem estranho, mas é o que sou, sou intensa, não consigo ser só um pouquinho, sou uma avalanche, e, olha, não precisa se preocupar, logo logo eu vou parar de sentir isso e me desligar de você, aparecerá outra garota que fará com que eu me distraia do meu plano inicial, e aí a vida vai seguindo, porque precisa seguir, você já reparou que o relógio nunca anda mais depressa quando estamos ansiosos? Por mais que a gente dê milhões de voltas em torno dele, ou do mesmo eixo, ele não se sensibiliza, assim também como ele nunca para quando estamos precisando de tempo. Bem, provavelmente você já deva ter percebido isso... Agora vou tentar dormir, vou aproveitar que acordarei cedo para sentir o alvorecer, talvez Deus me abrace...

Dorme bem, princesa.

- Roberta Laíne.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Que seja feita a sua vontade, porque a minha... A minha é de te amar.

- Roberta Laíne.