sábado, 27 de junho de 2015

Como havia prometido, aqui estão as postagens das criações dos grupos formados em sala de aula, encarregados de fazerem um construto que melhor representasse a segunda geração Romântica, ou Ultrarromantismo.

Escola D. João VI, grupo 1:

No som do silêncio de uma madrugada, mergulho profundo em mar de lágrimas, e lembrando do teu lado sensível, quebram os silêncios os soluços de meu choro, teu lado maldoso me deixou sem opção, e mergulharei mais profundo que os limites, e de olhos fechados para nunca mais abrirem meu sufocarei em meus gemidos, e encontrarei paz, onde não há mais amigos.

Escola D. João VI, grupo 2:

Eu te amo

Queria eu ter tempo de dizer que te amo
Mas minha morte está próxima
E eu temo que o vazio que me abraça será a morte se aproximando
Oh! Meu querido meu fim está próximo
Temo que as minhas últimas palavras sejam...

Eu te amo.


Escola Padre Sales, grupo 1:

No lugar onde eu estou apenas sinto a dor, amor não me restou.
A alegria que em mim havia em um piscar se esvazia.
O que vejo aqui é uma escuridão, um mundo sem compaixão.
Onde minha única vontade de amar em um rosto voa pelo ar.
E então o que quero para hoje é que a morte ame e que para ela me chame.

Escola Padre Sales, grupo 2:

A Vida

Quanto tempo de vida tenho não sei!
Só sei que aqui estou e certamente daqui irei.
Quando não sei, mas sei que um dia morrerei.
Para os que ficarem digo não chorem,
Pois verei o futuro através dos seus olhos.

Escola Padre Sales, grupo 3:

A minha esperança é de tudo aqui mudar.
Não sou daqui nem sou de lá.
Sou viajante do tempo.
Vivo a bailar.
De onde venho não trago flores e nem trago velas,
Apenas trago no olhar uma esperança de ver o mundo mudar.
Pois a mim, quero apenas um futuro melhor,
Para que nessa viajem deixem a esperança de uma vida melhor.

Nota:
Gostaria de agradecer grandemente a todos os alunos que colaboraram nessa atividade, o intuito maior era mostrar a vocês, grande parte esquecidos, do tamanho do potencial de todos, pois, releiam o que escreverem, e vejam que estão na página dos meus Poemas de Quarto, podem ter a absoluta certeza que vocês estão agora fazendo parte dos meus Poemas de Quarto porque muito tem a contribuir a si próprios e ao mundo! Queridos alunos, nunca deixem que alguém os desestimulem em qualquer das hipóteses, e como principal, não desestimulem a si próprios! Nas aulas escutei em algumas turmas que literatura era "chata", "não servia para nada" ou "coisa de quem não tem o que fazer" bem, aos que insistem com essa ideia, apenas tenho a lamentar o que estão perdendo, pois é através da literatura que viajamos, conhecemos, nos perdemos, nos encontramos, é através da literatura que embarcamos "num sonho dantesco"  e desembarcamos no porto das lembranças, da saudade. É através da literatura que pus esses construtos acima, belos por sinais, de escolas públicas, que tem uma carência enorme, mas um sonho absurdo de ser mais, de ver mais, de vencer mais! Estou mais que satisfeitas por ver e tocar nos pequenos papéis que vocês me deram para eu guardar na minha caixa de "Sonhos Realizados". Obrigada a todos os alunos que acreditaram que escrever, não importa as condições, é a melhor saída.


Grande abraço,

Profª. Roberta Laíne.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Nem rosas nem margaridas
Estou aqui sentada em meu quarto, embargada com esse muito de mim que sempre carrego, não sei para onde vou, não tenho para onde ir, mas já tive. Já tive lares, peitos, ombros, lençóis que me cobriam, hoje não tenho nem rosas nem margaridas. Meu jardim murchou, o que plantei quase brotou, mas logo viera a praga e o partiu em pedaços, o quadro que agora vejo tem uma pintura de uma época longe de mim, tão longe de mim que o vejo embaçado. Acho que vou ficar eternamente sentada nessa cadeira esperando a estrada, mas eu também não sei qual estrada, também não sei dizer se vou a pé ou de carona, a única coisa que tenho certeza é que antes de ir tenho que trocar a água das orquídeas, pois agora nem rosas nem margaridas.

- roberta laíne.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Você sabe o mundo? Pois é, ele nunca teve tempo para mim, não, nunca. 

- roberta laíne.
Estava olhando-me no espelho e percebi que a parte mais perceptível de meu rosto são os meus olhos. Não são azuis nem verdes, são pretos, normais. Normais entretanto, pois percebi que eles emanam uma tristeza profunda. Então continuei a olhá-los e quanto mais via, mais tão profunda ficava, até que, ao perceber que estava caindo num abismo de tristeza, de meus próprios olhos, na mesma hora abaixei o espelho e pus minhas mãos na testa, estava com a respiração ofegante e suada, questionando-me em pensamento: por que? Respirei fundo e voltei a olhá-los, mais uma vez deparei-me com aquela tristeza tremenda, eu não entendia por que eles eram tão tristes! Resolvi mergulhar dentro de mim para olhar-me novamente, então vi-me no espelho aos 7 anos e lá estava eu com os mesmos olhos tristes... Voltei para o agora e fitei-os quando, de repente, percebi um brilho sair deles, pareciam raios de sol, aqueles raios que vemos na tv, quando estamos assistindo algum filme que o personagem está no campo ou no alto de uma montanha para ver o sol nascer. Foi um fulgor estranho, tão estranho quanto a tristeza que emanava, parei de olhar-me e fiquei pensando: como algumas coisas são tristemente estranhas, e brilhantes também. São meus olhos...

My eyes

- roberta laíne.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Quando o assunto for 
você, 
não me ponha mais um 
eu.

-roberta laíne.

terça-feira, 9 de junho de 2015

O dia mais feliz da minha vida - Super Nintendo.

Não que a plataforma da Nitendo precise saber, mas, o dia mais feliz da minha vida foi o dia em que eu ganhei meu Super Nintendo... Ah! Um super Nintendo! Mas antes do grande dia eu tive muitos dias de janela... Você não sabe o que são dias de janela? Bem, dias de janela são aqueles em que cê fica olhando, às vezes contemplando, noutras esperando, na janela, meu vizinho ligar o Super Nitendo dele, era de uma janela que eu levantava meus pezinhos 32-33 para vê-lo reproduzir na tela aquele sonho que saía num áudio rouco dizendo: "International, superstar soccer deluxe!!!" Deus do céu! O som daquilo era como a porta de um sonho para mim, era tudo tão colorido, e era de um colorido tão forte e de um som tão ecooso... Ecooso, tá aí uma palavra que não existe, mas que, naquele meu mundo de pés 32-33, existia e como existia!
Só era doloroso mesmo duas coisas, a primeira era ver meu vizinho sempre escolher o Brasil como a seleção que comandaria, ora, eu queria escutar aquele narrador de luxo ecoar o nome dos outros jogadores também, eu era pequena, mas não era besta. A segunda coisa dolorosa era quando eu só escutava o narrador e a droga da janela estava fechada, o idiota do meu vizinho estava jogando na área vip, o quarto dele de janelas fechadas. Mas tudo bem, sempre há um amanhã e sempre havia a manhã seguinte, e, bem, é um tanto quanto vergonhoso, mas eu já sabia as horas que ele ligaria aquele portal para o céu.
Aprendi a dirigir com o Super Nintendo, quando viajava vendo-o jogar "Top gear", era meu segundo cartucho favorito, sem ao menos ser me... Ah! Como era gostoso pilotar na pista à noite, e com chuva ainda, era um máximo! Eu sentia aquela chuva pingar em mim, afinal, eu não estava dentro da casa  mesmo, então fingia estar assistindo a corrida na chuva. O chato era que meu vizinho só escolhia o carro vermelho, ora, eu era criança mas não era babaca! Eu queria saber como seria correr no carro preto ou no cinza, mas ele nunca escolhia, acho que o vermelho corria mais, gastava menos gasolina ou tinha mais nitro, não sei, nunca entendemos mesmo nossos vizinhos... Muito menos quando ele trocava o cartucho de "Top gear" por "Street fighter", achava aquilo a maior babaquice, sei lá, eu nunca gostei de pancada, e aquele cartucho só era aquilo e ainda era ruim, ele tinha que perder o pulmão ali assoprando até a fita pegar, quando pegava. De fato era chato, eu saía da janela e ficava esperando a sexta-feira... Cê não sabe o que significava a sexta-feira? Sexta-feira era o dia do cartucho do MÁRIO! SUPER MARIO WORLD! Ah, era um delírio só! Ganhar vidas consegui cogumelo pegar pena conseguir um yoshi voltar para a fase e poder voar! Ufa! Até que enfim parei de falar sem vírgulas, o ar me faltava também em dia de sexta-feira. Uma vez fiquei assistindo na chuva, nesse dia o vizinho estava tão distraído que esquecera de fechar a janela e eu de ir pra casa, ele estava tão perto, ele já ía zerar, faltava tão pouco, era só mais um chefão e o Mário salvaria para sempre aquela linda princesa, e o fantástico mundo de Mário ficaria colorido, todo colorido e diferente... ta aí, diferente, eu gostava dessa palavra, acho que por isso que gostava mais do Luigi, mesmo meu vizinho escolhendo sempre o Mário.
Bem, acho que não preciso mais contar sobre como me senti quando ganhei o meu Super Nitendo, perderia a graça, eu jogava com os pés já 33-34, descansos, sempre na minha hora predileta, qualquer hora e sem janela.

A plataforma da Nintendo não precisa saber, mas, com amor

-  roberta laíne. (aos 11)
De dia, sou sol, sou brilho, sou luz intensa.
De noite, sou lua, sou prata, sou nua.
De dia, sou clarão, sou imensidão que emana um grande fulgor.
De noite, sou serena, mansa e pequena, luz que apaga sem fervor.

De dia, sou raios de sol.
De noite, sou raios com chuva.
De dia clareio.
De noite apago.

De dia e De noite, me estardalhaço!

- roberta laíne.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Nossos filhos.
Eu e você.
Nossa pequena e simplória casa.
Meu pouco salário.
A pequena televisão de tubo que comprarei para assistirmos em tempos de copa o jogo do Brasil.
O resto do meu pouco salário, sorvete de abacaxi.
Luzes acesas no fundo da casa, uma pilha de livros ao qual possivelmente estarei mergulhada.
Luz baixa, nós fazendo amor.
Luz clara, o dia nascendo.
Luz alguma, esqueci de pagar a luz.
Luz de velas.
Um rádio a pilha tocando "A noite" - Tiê.
Algumas brigas, muitas brigas, tantas brigas que terminam em luz baixa, nós fazendo amor.
Luz alta, me olho no turvo espelho e vejo, meu Deus, tenho 30 anos, cresci!

- roberta laíne.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Você deveria ser linda quando criança.


Desde a primeira vez que ti vi não fiquei imaginando como era o seu presente, muito menos como seria seu futuro, eu pensei no passado, fiquei imaginando como você deveria ser quando criança... Olhando uma fotografia, vi que tinha razão, eu estava recoberta de uma linda razão: você era linda quando criança! O teu sorriso cortava uma pureza tão grande que ainda não consigo e nem conseguirei descrever com os verbos da língua portuguesa... Os teus olhos grandes, como a lua cheia, emanavam abraços, aconchegantes abraços de quem acolhe o pecador que, de joelhos pede desculpas, como você era linda quando criança! Penso que, se pudesse voltar no tempo, e tocar em tuas pequeninas mãos, poderia ser curada da depressão do mundo aqui dentro, mas aqui, no presente, estou totalmente desprotegida de tua infância. Que estranho você só se revelar a mim nesse tempo tão descabido, será que vejo coisas? Se vejo, então eu te digo, eu vejo, eu vejo como você era linda, era linda quando criança...

Com ternura
- roberta laíne.

Homes moon.


Não consegui escrever hoje, mas eu precisava explodir, então pintei uma lua gigante que acabara de aterrizar nos restos da terra do ano de 3035. Só Deus sabe por que a lua pousara por aqui...

Aos meus queridos tripulantes.

- roberta laíne.