domingo, 31 de maio de 2020

Toda vez que algo me magoa eu corro para cá, para esse blog idiota repleto de merdas tristes que só comprovam a minha incapacidade de conseguir. Eu queria saber construir as coisas, mas eu só sei escrever umas merdas bem tristes que são reflexo do quão incapaz eu sou. Eu não quero mais ser legal e muito menos tentar ser feliz, e que se foda o que escrevi em "um bilhete a mim própria" e que se foda também eu e a merda desse blog idiota, lotado de coisas inúteis, que só servem para me mostrar o quão eu sou uma completa imbecil. 

É um texto sobre a minha incapacidade de conseguir as coisas.

- Roberta Laíne.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

À Maria Pietra

21 de maio de 2017, tu nascia na terra e eu renascia aqui. Tu viestes para me proteger, e salvar a minha vida, pois pouco depois do teu nascimento eu iria enfrentar o momento mais sombrio e devastador da minha vida, no qual fiquei submersa na dor e na escuridão, e tu fostes luz. Você nasceu para que eu pudesse renascer e acreditar novamente na vida, e no amor. Quando você crescer, vou te contar toda a história com muito carinho, e quando eu estiver velhinha, vou te perguntar milhões de vezes se já te contei. Eu não sabia que eu tinha a capacidade de amar como eu te amo, e eu nunca vou amar ninguém como eu amo você. Acompanhar tuas primeiras palavras, teus dois primeiros dentinhos nascendo, teu cabelo tomando a forma encaracolada, tuas perninhas tentando alçar voo para andar. Eu não sabia que Deus me amava tanto, até que você sorriu pela primeira vez, depois ficou sorrindo com a boca cada vez mais cheia de dentinhos, não tenho dúvidas de que teu sorriso é o que há de mais lindo no planeta terra, e teus olhos é meu maior pacto e conexão com Deus, porque tu és luz, tu és luz. Quando tu cresceres, vou te contar todas as aventuras que fizemos juntas, e como você me deu trabalho na hora de vir embora da praça, logo eu que não sei mentir, tinha que inventar histórias extraordinárias para irmos embora, e no caminho te ouvir contando como foi incrível no pula-pula, na piscina de bolinhas, tomando sorvete ou comendo batata. Eu sou feliz, eu sou feliz porque tu és luz, tu és luz. Esses três aninhos representam o momento que eu conheci o amor genuíno, que é aquele que você não pede absolutamente nada em troca, porque você é luz. O amor genuíno fez com que eu inventasse música pra gente cantar, palavras e brincadeiras só nossas. O amor genuíno é aquele que fez com que eu arrumasse meu quarto 14 vezes por dia, esperando ansiosa para que tu viesses novamente brincar aqui, e eu pudesse arrumá-lo mais uma vez. O amor genuíno faz eu largar tudo ir a Castanhal te ver, porque não existe distância, nem dificuldade, nem empecilho que nos impeça de estar próximas, seja por vídeo chamadas, seja por inúmeros áudios no WhatsApp, ou por orações pela tua saúde, antes de dormir. Porque tu és, tu és luz. Feliz aniversário, vida. Bebé te ama (amo-meu-gagau) nessa e em todas as outras vidas que houver, porque tu és luz.


sexta-feira, 15 de maio de 2020

Um bilhete a mim própria.

Não sei escrever sobre coisas felizes, tampouco sei falar bem de mim própria, mas esse texto não é triste, e não falarei mal a meu respeito. Pela primeira vez, há muito tempo, eu não estraguei as coisas. Estou acostumada a estragar os meus relacionamentos e observar a decomposição das coisas, ajudando ainda mais com que elas se dissipem para bem longe. Eu sempre mando as pessoas para um lugar distante de onde eu esteja, de mim, e deixo com que os meus medos me dominem, acabando sempre por deixar minhas paranoias engolir as minhas relações. Por um período de anos, muitos anos, eu passei a me odiar, e por isso perdi inúmeras mulheres incríveis, e após muitos anos, como um feixe de esperança a mim própria eu disse, já chega. Eu quis me entender, eu quis me perdoar, eu quis ser feliz e não ter medo de aceitar as coisas. Eu quis e quero deixar o passado para trás, e me concentrar em novas memórias, em aventuras novas, por mais que o meu coração esteja desgastado, a verdade é que eu sempre vou acreditar no amor, o de fora, e o de dentro, o próprio, e o ao próximo. Por muito tempo eu rejeitei a mim, eu eliminei qualquer possibilidade mínima de ser feliz, mas agora eu não quero mais. Engraçado, isso aconteceu justo quando a menina que eu queria estar não pode estar comigo, e ainda é estranho me observar e ver que eu aceitei ternamente sua impossibilidade, pela primeira vez eu vi alguém agindo como eu agia e eu tomando outra atitude, aceitando e dizendo que estava tudo bem, fiz tudo isso sem excesso de fúria, sem socar parede, sem digitar um monte de palavras ruins, sem me odiar por inteira. Eu quero ser feliz, eu sou feliz, eu quero compartilhar a minha felicidade com outra pessoa, e sou capaz disso. Por muito tempo me convenci de que eu era e sempre seria destrutiva, de que tudo o que eu tocava ou que se aproximasse de mim acabaria mal, de que eu não tinha capacidade alguma de ser feliz com alguém ao meu lado, no entanto eu não acredito mais nisso, eu não deixarei mais com que isso me domine, e sei que sou capaz de compartilhar a minha felicidade com alguém e deixar com que outra pessoa compartilhe a sua comigo. Sei que a possibilidade de falhar é real, talvez eu caia e volte para a outra Roberta, e, na verdade, eu não me desfaço dela, jamais faria isso, só eu sei o quão ela também fora importante, mas que precisava de muitas ajustes para deixar-me ser feliz ao lado de alguém. Escrevo esse bilhete, pois, acaso caia, quero lembrar que em um momento imprevisível senti que poderia conseguir, e só de sentir isso uma onda de felicidade se chocou a mim violentamente, que sou feliz sozinha, mas que também posso ser feliz ao lado de outra pessoa. Quero deixar registrado, para a próxima menina que eu me apaixonar, e amar, que eu posso até cair, mas que estarei fazendo o possível para ser feliz e fazê-la feliz. Prometo deixar-me no presente, prometo tentar, acima de tudo, deixar-me no presente, prometo, a mim, e ao universo, ser o presente, o presente mais vivo que eu possa comportar. Prometo ser feliz no presente, prometo me amar no presente, e prometo amar a próxima pessoa no presente, como feixes de luzes, como uma esperança rara e perigosa, capaz de matar-me, mas também de salvar todo o presente, e toda a minha vida.

Com carinho,

Roberta Laíne.

domingo, 10 de maio de 2020

É um texto sobre a pertinência de tua partida.

Você não me faz falta, você me faz saudade.

É um texto sobre a pertinência de tua partida.

Se eu soubesse que somos reais, eu iria correndo até a tua casa e te daria um beijo. 

É um texto sobre a pertinência de tua partida.

Se eu fosse especial, te olharia nos olhos e sorriria, você entenderia o motivo de cada estrela está disposta no universo. 

É um texto sobre a pertinência de tua partida.

Se eu soubesse que tu serias feliz ao meu lado, eu faria uma prece aos astros. Você entenderia o que o sol faz com as flores.

É um texto sobre a pertinência de tua partida.

Mas ai de mim, falta, partida, irreal, (in)especial, infeliz, e prosa. 
Mas ai de mim, página virada. Mas ai de mim conto cor de marfim. Mas ai de mim sinfonia de Chopin. Mas ai de mim, verso de Jobim, ai de mim, ai de mim. 

Sou assim? Sou assim? Irreal, vento nublado, chuva da tarde, ai de mim, ai de mim.

Como pode? Ai Ai de mim! "Como pode um ser como eu não se despedaçar", ai de mim,  ai de mim! 

É um texto sobre a pertinência de tua partida.


- Roberta Laíne.

sexta-feira, 8 de maio de 2020

"I wish I was special, but I'm creep"

Cássia, Pai, por favor, me tirem daqui! Eu não estou bem, eu não estou conseguindo, eu estou exausta. Por favor, eu quero ir, eu quero ser especial, levem-me daqui. Cássia, eu nunca te julguei, eu sempre te entendi, eu te entendi tanto, o que posso fazer para também ir? Leve-me. Pai, isso não é vida, você não escolheu isso para mim, tu sabes, tu sabes o que sinto, então tira-me. Eu não quero dinheiro, eu quero ser especial, eu não quero fama, eu só quero meu pai e minha namorada.

- Roberta Laíne.

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Estava me sentindo inteiramente triste, atolada de sentimentos confusos e perturbadores, o mundo lá fora refletia aqui dentro. Eu sentindo frio e cansaço, era no corpo, era na alma, era no sal e no sol que faltava nas paredes de minhas células. Uma necessidade extravagante de carinho, de afeto, de mãos entre os fios dos meus cabelos que pudessem amenizar toda e qualquer coisa, o peso de existir. Eu estava exausta, esvaindo aos poucos, deitada em minha cama comecei a acariciar os meus cabelos, minha testa estava suada, limpei com cuidado, fiz-me carinho, acalentei-me, e de repente, quando tomei por mim estava tranquila, quieta, como um bebê que dorme após ser amamentado. Eu estava tão minha, era minha, mais minha do que nunca fui, e como era bom! Como era bom me ter novamente, tocar-me, sentir-me, está em mim, apenas em mim, eu estava de volta! Ah, como era bom estar de volta! Recoberta de carinho, de afeto, de sentimentalidades, tudo tão ameno, tudo tão sereno, o mundo lá fora não me atingia mais, apenas o mundo aqui dentro, minhas células comportadas, prontas para dormir. Puxei o lençol e embrulhei-me, beijei-me ternamente, acariciei de último os cabelos e me pus para dormir. Dormi calma como o fundo de um oceano, em mim tudo era atlântico, sob corais nadei o universo, coberta de mim eu era minha, tão minha, só minha, e de mais ninguém.

- Roberta Laíne.

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Escrever é a acordar sorrindo e dormir fodida... Foi o que eu disse, foi o que eu disse.

- Roberta Laíne.