quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Não há cura para pessoas intensas.
Ou você as acompanha 
ou as deixa no meio do caminho.

- Roberta Laíne. 

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

            Querido anônimo, somente agora vi suas mensagens, muito provavelmente eu sei quem seja você, afinal, pela análise do discurso que fiz, és um homem e poucos foram os homens aos quais tive contato. É raro eu me afeiçoar pelo gênero, mas, quando isso acontece, é extremamente verdadeiro, então eu sei quem é você... E, olha, não precisa se preocupar, eu não irei me matar, quer dizer, não agora, não nesse exato momento ao qual redijo este texto, não estes dias, nem neste século e talvez não nesta existência, mesmo sabendo que posso mudar de ideia amanhã, o que não é nada seguro. Só quero que saibas que você pode vir aqui sempre que quiser, não é um dos lugares mais aprazíveis, mas tem espaço para o caos, espero do fundo do coração que você esteja bem e que também não se mate, não agora, não nesse exato momento ao qual redijo este texto, não estes dias, nem neste século e talvez não nesta existência, mesmo sabendo que você pode mudar de ideia amanhã. “Viver é perigoso, mas talvez seja interessante por conta disso.” Encerro com uma frase tua, a qual persistiu nos dois comentários.

Com carinho,

- Roberta Laíne.

sábado, 10 de dezembro de 2022

Meu bem, me fale, como foi tão fácil me esquecer?

- Roberta Laíne.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

rain doll

Estava na cozinha corrigindo trabalhos, quando começou a chover, sorri para o céu e resolvi dar uma pausa, para ir até o meu quarto. Deitada em minha cama, comecei a contemplar a chuva pela janela. Pouco tempo depois, meus olhos começaram a se encher de lágrimas e minha visão ficou borrada, eu estava chorando, mas não por estar triste, eu simplesmente estava emocionada, deixei com que a chuva que caía lá fora desaguasse dentro de mim, por isso os meus olhos transbordaram, é que eu estava chovendo também... Aquilo foi tão sereno, tão bonito, que resolvi vir aqui, chover mais uma vez.

Com carinho,

Roberta Laíne.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Eu não saberia viver sem o abraço dos meus alunos.

Com carinho,

Prof.ª Roberta Laíne.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Pílulas, mais pílulas, eu sou viciada em pílulas.

- Roberta Laíne.

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Uma partícula ínfima que cairá no esquecimento eterno quando o meu ciclo chegar ao fim.

- Roberta Laíne.

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Todas as vezes que consigo ajudar alguém a passar em uma prova, sinto que, lá de cima, Deus olha para mim, dá uma piscadela e diz: “Foi para isso que eu te fiz.”

Com amor,

- Roberta Laíne.

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Sempre tem aquelas pessoas que, aconteça o que acontecer, elas sempre buscam estar em sua vida. Os anos se passam e você entende o que de fato significa o amor genuíno. Querido Breno, obrigada por tanto. Obrigada pela sorte que tenho.

Quando o que você tem para falar é pouco, mas diz muito

- Roberta Laíne. 

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Desde pequena eu sou assim, não sei gostar de pouquinho, nem devagarinho, só sei gostar tudo de uma vez.

Aí sempre aparece um Pedro, uma Paula, ou uma Júlia, que por não entenderem dessas (amar)guras, só te fazem sofrer… 

Porque eles não sabem gostar desse tipo, eles gostam bem devagarinho, enquanto me ponho a escrever…

No mar revolto, eu mergulho de cabeça, não tenho medo da correnteza, só sei remar ou esquecer.

No mar de amar sentimentos grandiosos, não sou para quem não sabe nadar, comigo é amar-remar ou morrer.

- Roberta Laíne.

domingo, 13 de novembro de 2022

Odeio quando uma coisa ruim acontece e eu sinto vontade de te contar ou ir correndo para os teus braços, pois você sempre tinha algo positivo para me dizer, e conseguia contornar os monstros da minha cabeça, que só dizem coisas horríveis ao meu respeito. Mas eu não tenho coragem de te mandar mensagem, pois meu cérebro já enraizou a ideia de que as pessoas estão muito melhor sem mim e que quando elas estão comigo, coisas muito ruins acontecem, pois minha presença traz má sorte, situações adversas, tristeza e tragédias…

Como eu própria

- Roberta Laíne. 

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

É claro que foi você quem comentou na minha publicação, dá para sentir o cheiro de covardia de longe…

Aquela que não pode ser exposta

- Roberta Laíne.

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Taí um pronome pessoal do caso reto, que foi a maior ilusão da minha cabeça:

nós.

- Roberta Laíne. 

sábado, 5 de novembro de 2022

Não sei por que hoje lembrei tanto de você. Inclusive, peguei meu celular, abri a galeria e rolei a barra até achar nossas fotos, quis revê-las… Fiquei ali parada, pensando uma porção de coisas, será que você ainda lembrava de mim? Será que já tem outra pessoa e me esqueceu? Será que realmente nunca mais iremos nos ver? Abandonei o celular e quis supor que estás bem e que, na verdade, essa saudade é só minha, não parte de você.

Com carinho,

- Roberta Laíne. 

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Eu estou com tanto medo. Eu só queria… Enfim, dormirei por debaixo de dois cobertores até passar…


quarta-feira, 26 de outubro de 2022

À minha a(filha)da

Cecília, quando aprenderes a ler, gostaria que viesses por aqui e lesse isso:

Eu não sei como em meu corpo cabe o amor que sinto por ti. Ele não habita somente em meu coração, como falamos de modo conotativo. Ele transborda todo o meu corpo, e, em cada lembrança tua, há uma flor de tangerina, que brota com o cheiro dos teus olhos e sorriso e cabelos. Por todo o meu corpo, eu te amo.

- Roberta Laíne.

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Continuo a lembrar de ti com a mesma intensidade,
mesmo sabendo que eu você já seguiu,
já se foi, 
fechou a porta, 
esvaiu…

- Roberta Laíne 

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

O que você faria se o teu orgulho não existisse, João?
Acabrunhado, João olhou pelas frestas da persiana, enquanto o seu olhar fugia para bem longe. Quis falar, mas a palavra ficou presa na glote, então balbuciou algo ininteligível. Depois disso, numa tentativa de se recompor, cruzou as pernas, e trouxe de volta o olhar que estava longe, concentrando-o no tamborilar de seus dedos e, depois, na caneta sobre a mesa, a qual começou a girar. 

“Nada”

Foi o que disse ao parar bruscamente os movimentos sobre o objeto. Mas a palavra saiu tão vazia e oca, que o fez se arrepender de não ter pegado a gripe de sua tia, só para ter ficado em casa naquela manhã. Segundos depois, João descruzou as pernas e saiu lentamente para a sua sala. Enquanto pegava seus pertences, em sua mesa, pensou no fato de nunca ter ido ao supermercado com o seu pai. Em seguida, pensou também, no pedido de namoro que não fez ao rapaz que amou, na adolescência. Lembrou-se da carta que escreveu, pedindo desculpas, ao seu ex-melhor amigo, a qual estava guardada em uma caixa de sapatos há 10 anos e nunca foi enviada. Sentiu o peito arder, ao recordar da mensagem de WhatsApp, enviada por sua madrinha, convidando-o para ir à praia, mas que nunca a respondeu e, agora, seria impossível, tendo em vista que a mulher havia falecido há 9 meses. Recordou do feriado de carnaval, em que estava doente, mas não conseguiu ligar à sua mãe pedindo ajuda, o que resultou em uma das piores noites de sua vida. Por fim, sentiu o gosto salgado de uma lágrima, que cruzou-lhe os lábios, no momento em que pronunciou em voz baixa:

“Eu teria sido feliz”

Apagou as luzes da sala e nunca mais voltou. 

Com carinho, 

- Roberta Laíne.


sexta-feira, 14 de outubro de 2022

“Dorme agora, é só o vento lá fora”

Não sei como começar este texto, mas sei que ele precisa existir, então estou aqui, para cumpri-lo. Bem, passei um tempo fora do ar, longe de tudo e de todos, guardada em um canto do meu quarto, para tentar entender o mundo ao meu redor e aceitá-lo. Não é a primeira vez que isso acontece e é sempre bem difícil, pois não sinto as coisas da mesma maneira que as pessoas ao meu redor, e, agora, depois de um tempo mergulhada em mim mesma, eu aceito, sou border. Foi esse o diagnóstico que minha psicóloga deixou comigo: transtorno de personalidade borderline. E escrever sobre me faz lembrar perfeitamente do dia em que ela disse a palavra "border" e levantou a hipótese do diagnóstico, foi como um tiro em meu peito, saí da clínica sangrando e, ao chegar em casa, fui direto para o chuveiro e tudo o que eu conseguia dizer, em baixo da água, era: "Não, não, não... Por favor, Deus, não..."  
A minha angústia toda se deu ao fato de que a palavra borderline não era estranha a mim, inclusive, eu a conhecia muito bem. Tudo começou em 2014, com o namoro mais duradouro que já tive, minha namorada era border, e descobrimos o fato em meados do caminho e foi tudo muito, muito difícil. Eu saí do relacionamento exausta, absurdamente esgotada tanto física quanto psicologicamente e, mesmo tendo posto fim, ainda continuei "junto" a ela, porque Brenda precisava muito de mim e, de certa maneira, eu também precisava dela. Foi no nosso relacionamento que aprendi o que significava o transtorno de borderline, pois li bastante coisa para tentar ajudá-la, foi uma caminhada muito árdua. Lembro uma vez, que postei aqui no blog, um texto intitulado "Minha namorada tem borderline" e ele repercutiu bastante, só que negativamente, uma vez que algumas pessoas comentaram-no, trazendo relatos de o quanto seus ex-namorados(as) borders, haviam destruídos as suas vidas. Na época fiquei bastante chocada com as mensagens depreciativas, pois, o meu texto, deixava uma mensagem positiva à minha namorada border e apesar de tudo de ruim que aconteceu, eu nunca consegui ter uma visão tão maldosa dela. No final das contas, continuo com a mesma visão de antes, Brenda foi uma pessoa incrível e também altamente perigosa (a mim e a ela), porém não me arrependo de absolutamente nada do que fiz e vivi, porque fui muito feliz, e jamais iria querer apagá-la de minha memória, afinal, foi no momento em que estive no mais fundo do poço, que uma border jogou uma corda e disse que me puxaria até a luz e assim o fez. Terminei o nosso relacionamento, pois estava tudo bem impossível e eu estava afundando junto também, inclusive, tornando-me border, e se eu não tivesse terminado, tenho certeza que as coisas teriam acabado de forma trágica. 

***

Sofri muito nesse mês, foi bem horrível, tive crises desesperadoras de ansiedade, de pânico, adoeci, chorei, cortei-me superficialmente, e passei a ocupar o meu quarto quase que 24 horas por dia. Minha mãe sabia que eu estava em crise, mas como ela nunca soube o que fazer, limitou-se a se certificar de que ao menos eu comesse e estivesse viva. E agora tudo ficou mais claro, li sobre borderline para rememorar, assisti a alguns vídeos de psiquiatras para entender mais e durante esse período, muitas coisas fizeram sentindo, agora entendo por que sempre fui muito sensível as coisas e pessoas ao meu redor, desde criança. Agora compreendo com mais clareza por que me jogo de cabeça nas coisas e ficou fácil detectar o motivo pelo qual sou agressiva em situações que me fogem o controle, não tolerando atrasos ou compromissos desmarcados e o por que isso desencadeia, em mim, ataques de fúrias surreais e depois uma grande vergonha. Agora entendo por que estou lutando para esquecer duas pessoas ao mesmo tempo, pois, no final das contas, eu havia esquecido da principal pessoa dessa narrativa, eu havia esquecido de mim, no meio do caminho. E agora sei que Ivane e *aquela que não pode ser exposta* não têm culpa de absolutamente nada, como eu as culpei. Sim, transformei pequenas coisas em bombas atômicas. Sim, sei que eu quem fui a pólvora e também o fogo, ao mesmo tempo. Sim, grande parte da coisa toda foi culpa minha, porque, infelizmente, tenho uma condição escrota, em que meu sistema límbico é hipersensível, e eu acabo por sentir demais, eu sinto muito e estou falando isso nos dois sentidos...

***

Agora ficou muito mais fácil entender o porquê que eu sempre olhava para alguns casais e ficava me perguntando: "como eles faziam para que durasse tanto tempo?". Eu nunca consegui porque sou border, e as coisas que há em rede, sobre os borders, são bem ruins, e eu sei que ninguém ama um border, sei que nunca ninguém aguentaria a gente, mas eu não estou triste, estou apenas reflexiva, tendo em vista que eu sempre quis casar, ter filhos e uma esposa, e não é fácil saber que isso é praticamente impossível a mim, seria como pedir a um cego que descrevesse fisicamente a pessoa que está à sua frente. Bem, acho que o mais importante disso tudo é que aceito o que sou, e que não tenho vergonha de mim, esforço-me muito para não ser uma pessoa má, e, se, infelizmente eu vim ao mundo, para sentir demais, eu vou sentir, vou sentir até o fim, mesmo sabendo que ninguém nunca amaria um borderline...

Com carinho,

- Roberta Laíne.

quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Eu sabia que isso iria acontecer, sabia que Deus iria escutar os meus pedidos e agora estou aqui, com uma bactéria resistente, sentindo-me horrível tanto fisicamente quanto emocional e espiritualmente. Eu estou exaurida, só tive forças para ir ao hospital para receber o diagnóstico que já sabia e voltar para casa me sentindo mais derrotada, sem forças para absolutamente nada. E, desta vez, eu não irei comprar o medicamento, desta vez não irei tentar combater a sua resistência, desta vez, a única coisa que continuarei a fazer é corrigir minhas provas, até o momento em que meu corpo aguentar, pois tenho um compromisso com os meus alunos e, enquanto eu estiver respirando, irei cumpri-lo. Quando o meu corpo não mais resistir, vou deitar e ficar calada, deixando ele sentir tudo o que a bactéria tem para fazer, deixando com que ela domine tudo o que seja necessário, deixando-me esvair… Dizem que a morte só procura uma desculpa, então desta vez irei ceder, depois de tanto tempo resistindo-a, agora, será a vez de seu triunfo, ela há de reinar sobre a terra-pele que sou e viver enfim sua glória, não há medo, não há discordância, entrego, pois, enfim, o que tanto almeja, de modo terno e sereno, sem nenhum tipo de resistência.

Com carinho,

- Roberta Laíne.

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Todas vez que eu sentir vontade de procurar alguém, 
para pedir ajuda, 
eu vou me trancar no meu quarto,
pegar meu estilete 
e me cortar tão fundo, mais tão fundo, 
que irei acessar o rio mais profundo do planeta, 
até conseguir desaguar nele, 
todas as minhas tristezas, 
gota por gota…

É um texto sobre o mar vermelho

- Roberta Laíne.

terça-feira, 27 de setembro de 2022

domingo, 25 de setembro de 2022

Obrigada por ter me acolhido ontem, eu estava tão perdida, minha cabeça estava dando voltas e mais voltas, e aquelas várias vozes que me perseguem não silenciavam, estavam aumentando absurdamente a intensidade e me deixando surda, eu estava zonza, e os últimos acontecimentos de minha vida faziam a minha cabeça pesar, envergando o meu corpo. Eu me encontrava em uma espiral de pensamentos torturantes, aos quais me davam náuseas, fazendo o meu corpo sucumbir. E, por incrível que pareça, eu não queria fazer besteira, eu não queria me mutilar e nem cometer suicídio, porque ainda não era a hora. O dia em que eu morrer será muito claro, não será noite, e fará um sol escaldante, com raios translúcidos vindos do céu, flores de ipê rosa cobrirão o chão e a tarde terá cheiro de café que acabou de ser passado. Ninguém ficará triste, não haverá sombras, apenas luz. Foi o que disse a ela ontem, deitada em sua cama. E senti quando suas lágrimas molharam meu peito, pois, no final das contas, ela sabe que ninguém pode fazer absolutamente nada a respeito disso. Na verdade, só o fato dela não ter se negado a estar em minha presença, é muito, é grandioso, pois eu precisava ir a algum lugar/pessoa/abraço que me acolhesse e fizesse eu me sentir segura, aceita e protegida. Eu não precisava ser julgada naquele momento. E sei que é obrigação minha lidar sozinha com os meus problemas, afinal, foi eu quem os busquei, mas eu precisava de alguém, eu precisava de ajuda e por mais que minha presença também fosse motivo de dor, por saber que eu não sou mais inteiramente dela, eu precisava de Ivane, pois naquele momento eu "era apenas o frágil, feio e aflito Flicts."

- Roberta Laíne. 

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Esta é uma das poucas vezes em que me desligo de uma pessoa e não me sinto culpada ou com a sensação de que eu poderia ter feito mais, pois, tudo o que fiz foi o que estava ao meu alcance. Inclusive, cheguei a ir, surpreendentemente, além, e estou orgulhosa de mim. Eu me esforcei muito, e lutei bravamente contra todos os monstros e vozes da minha cabeça. E não me arrependo de nada, exceto… Exceto de ter dedicado a minha poesia a uma pessoa que se mostrou, nestes últimos dias, fria e rasa, qualidades totalmente opostas ao que eu esperava. Ter dedicado o que há de mais puro, divino e sacro em mim, a quem não poderia receber, é a minha maior tristeza, pois escrever é única coisa que sei fazer e que sei que Deus me deu para que eu pudesse me sentir importante, no mundo. Mas quando alguém não sabe nos ler, a gente acaba se sentindo insignificante e perdida, como me senti esses dias. Sei que daqui a algum tempo vou me apaixonar novamente, sei que cometerei, talvez, os mesmos erros, porém, desta vez, farei de tudo para que, a próxima pessoa, não receba minha poesia, sem merecer.

Com carinho,

- Roberta Laíne.

terça-feira, 20 de setembro de 2022

NUNCA, EM HIPÓTESE ALGUMA.

Nunca, em hipótese alguma, retorne a um lugar ou pessoa que tem vergonha de estar com você.

- Roberta Laíne.

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Diário de uma suicída

Tenho certeza que o dia mais feliz da minha vida será quando eu morrer.

Minha mente não vai mais trabalhar e eu enfim vou descansar. Enfim vou descansar.

- Roberta Laíne.

domingo, 11 de setembro de 2022

Fazia tempo que eu não me sentia tão perdida...

- Roberta Laíne.

sábado, 10 de setembro de 2022

Um dos meus maiores sonhos é poder construir uma família com uma mulher, do tipo clichê mesmo, como casar, ter filhos, contas mensais a pagar, e discussões das quais não estaríamos isentas. Mas, a cada dia que passa, eu vejo este sonho se dissipar como uma nuvem, a qual tento agarrar com as mãos, contudo é impossível, pois ela sempre esmaece. É muito doloroso, a mim, sentir que, ao invés de estar perto da realização de um sonho, na verdade, estou ficando a cada dia mais longe, a ponto de minha vista não alcançá-lo mais. Queria acreditar que talvez, um dia, eu consiga encontrar alguém com quem eu possa construir algo, sem precisar sofrer tanto, sem precisar ser tão atordoada pelos meus monstros e traumas, sem precisar me tornar agressiva com as palavras, gestos ou com o meu olhar, sem precisar do passado. Mas tudo o que consigo visualizar é minha solidão, afinal de contas, onde que eu iria conseguir encontrar uma pessoa sem passado? Ou uma mulher que nunca tenha transado com homens? Por que eu odeio homens? O que eles me fizeram? Por que luto há anos contra isso e nunca consegui superar? Isso sou eu? É por isso que é intransponível?. Estou profundamente triste comigo e esta tristeza é muito comum a mim, nunca abandonou-me, sempre carreguei-a em tudo, em meu olhar, em meus gestos, nos movimentos do meu corpo, ao deitar antes de dormir. Inclusive, sempre que acordo, a primeira roupa que visto é ela, essa maldita tristeza crônica, que me acompanha desde criança e que me diz coisas absurdas ao meu respeito. Esta tristeza que, mesmo que eu morra, jamais sairá de perto de mim, pois ela é além-mar, supradimensional, em expansão com o universo, religiosa-e-eterna e para sempre e para s e m p r e.

- Roberta Laíne.

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Sinto que hora ou outra eu vou cometer suicídio, pois eu sei que já não há mais muita coisa para mim, não tenho mais forças para lutar contra os meus monstros e tudo o que eu mais queria era que eles me vencessem de uma vez por todas.

Eu não sirvo para este mundo. Levem-me daqui, por favor.

- Roberta Laíne. 

Roberta Laíne diz: 

Bem, saiba que eu também sinto muita vontade de te olhar nos olhos e te foder. Quero que você goze em meus dedos, quero entrar em você, quero que uma parte minha esteja dentro do teu corpo, e toque a tua alma. Também quero te chupar, com calma, com força, com ardor, quero sentir teu gosto, quero provar da tua boceta e também da tua alma. Quero que você se abra a mim, se escancare, até eu acessar o que mais desejo e, assim, saciar minha sede de poesia, não uma poesia qualquer, a poesia que sai dos teus olhos e deságua entre a tuas pernas. Eu te amo ❤️

sábado, 3 de setembro de 2022

Queria correr para os teus braços, envolver-te nos meus e assim gastar toda a minha vida. Toda a minha vida.

Coisas que escrevemos quando estamos apaixonados

- Robera Laíne.

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Perdida nos meus próprios pensamentos, esta semana eles estão me devorando e me fazendo de gato e sapato.

Quando você não tem mais forças para dizer: já chega!

- Roberta Laíne. 

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Como eu falo para ela que estou com saudade? 
Que queria experimentar como que é fazer amor com o seu corpo, invadindo sua poesia, para fazer arte? 
Como eu falo para ela que estou com muita sede? 
Que queria beber mais uma vez do seu carinho, adentrando sua pele e recobrindo-a de minhas vontades?
Como que eu falo para ela que estou, a cá, escrevendo para saciar meu desejo, de pô-la como assunto principal, para tirar-lhe a roupa e vestir-lhe com meu corpo, recobrindo-a de arte!
Ah, como eu falo? Como eu falo para ela que quero tocar-lhe, com pinceladas mais profundas, desenhando oceanos e mares?
Como eu falo para ela que essa poesia é sobre vontades?

- Roberta Laíne.

terça-feira, 23 de agosto de 2022

Caro leitor(a), alguma vez, em sua vida, você já sentiu que todos os problemas do universo são por sua culpa? É que é assim que eu me sinto ultimamente, pois tudo em que há a minha participação termina mal, como se todos os males, do mundo inteiro, estivessem em mim, você já se sentiu assim?. Domingo passado, por exemplo, houve uma briga em minha casa, iniciada por mim, a qual deixou-me extremamente mal, tão mal a ponto de me machucar, violando o meu próprio corpo. Hoje, ao terminar minhas aulas, fui chamada pela proprietária da escola, pois ela verificou nas câmeras que os alunos não paravam quietos, insinuando que eu não havia dado a minha aula. Inclusive, disse que faria uma ocorrência. Eu sorri incrédula, respirei fundo e perguntei olhando em seus olhos: “Deixa eu ver se entendi, a senhora está dizendo que, eu estudei por 12 anos, somando ensino fundamental e médio, mais 4 anos de faculdade, sem contar com o fato de que estudo todos os dias antes das minhas aulas, e a culpa de os alunos não prestarem atenção na aula é inteiramente minha?”. Após ter fechado minha boca, até eu fiquei impactada com minha resposta. Claro que ela ficou totalmente desarmada e na sequência se perdeu no intuito final, que era a ocorrência, e a tentativa de provar que eu não era uma professora firme, dentro de sala de aula. Então, depois de várias trocas e de seu intento deplorável de me convencer que o problema era comigo, já que deixou claro que ele só acontecia em minha aula, mostrei para ela, na tv que transmitia a imagem das câmeras, os mesmos alunos repetindo as atitudes em sala, conversando, usando o celular e desrespeitando a figura do professor. Por fim, desarmada, ela terminou dizendo que aquela história era para morrer ali e que iríamos reverter a situação. De qualquer forma ela já tinha me afetado, já havia me premiado com mais uma culpa e aqui estou com minha cabeça dando voltas, buscando outros problemas para que eu seja culpada, achando que, sem dúvida alguma, problemas grandiosos surgiram por minha culpa, e que se eu não existisse o mundo encontraria um rumo melhor, as pessoas ao meu redor seriam muito mais felizes, pois o vento sopraria a seu favor.

- Roberta Laíne. 

domingo, 21 de agosto de 2022

Diário de uma suicída

Querido diário, hoje tentei me mutilar pela primeira vez, não consegui completamente, mas a marca que ficou foi o bastante para eu saber que na próxima hei de conseguir…

A cada dia se sentindo mais sozinha e incompreendida.

- Roberta Laíne.

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Quando eu estava em crise, ela lia o Pequeno Príncipe para mime, aos poucos, todos os meus medos se dissipavam, até se perderem na imensidão do universo. Não sei bem qual era a parcela de contribuição do livro, mas sei que, sua voz, no outro lado da linha, era o que tinha maior poder sobre os meus medos, pisoteando minha depressão e nocauteando minha ansiedade.

- Roberta Laíne. 

domingo, 14 de agosto de 2022

Meu pai biológico acabou de me desejar feliz dia dos pais, e eu nem sei o que responder, talvez, “obrigada”? Ou quem sabe ignorar o recado e não responder nada? O que deixaria tudo ainda pior?. Sinceramente, acho que ele não deveria ter mandado esta mensagem e, sim, sei que eu quem deveria ter enviado-a, mas, se não o fiz, é por que alguma coisa de errado tem aí e, pela primeira vez, eu não quero levar esta culpa. Eu estou cansada de culpas.

- Roberta Laíne.

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Hoje uma ex-aluna perguntou-me de onde eu tirava todas as coisas que escrevia. Sorri meio sem graça e só me veio uma sentença na cabeça: Dos escombros... 

Eu tiro tudo o que escrevo dos escombros de minha vida.

- Roberta Laíne.

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Por que é tão difícil deixarmos para trás quem amamos?

É um poema sobre quando acaba a esperança e as estrelas perdem o brilho.

- Roberta Laíne.

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Hoje foi a manhã que eu me senti mais humilhada e sozinha na minha vida. Ser professora está me adoecendo e sugando todas as minhas forças. 

- Roberta Laíne.

domingo, 31 de julho de 2022

Não quero voltar para você. Quero voltar para mim.

- Roberta Laíne.

sábado, 30 de julho de 2022

Olhei para a pulseira que chegou e comecei a sorrir: Ah, destino… Você não poderia ter esperado um pouco mais de tempo? Não poderia ao menos ter deixado eu entregar a pulseira que ela tanto queria, igual a minha, de São Bento. Ah, destino, que desalento, poderia ter esperado um pouco mais de tempo…

- Roberta Laíne.

terça-feira, 26 de julho de 2022

Começo este poema pedindo desculpas a Isaac Newton, pois sinto uma necessidade absurda de contestá-lo. Para a física dois corpos não ocupam o mesmo lugar, mas, eu reivindico, pois quando fazíamos amor, ocupávamos! Conseguíamos destruir a física, e todos os anos de estudos de Newton. Ocupávamos o mesmo lugar com os nossos dois corpos, trocávamos de dimensão com os olhos, e o nosso som se propagava no vácuo, eu reivindico! Esse poema é para contestar a física e Newton, e dizer que quando fazíamos amor conseguíamos, ocupávamos o mesmo lugar…


- Roberta Laíne.

segunda-feira, 25 de julho de 2022

Tudo o que faço falta algo, falta você. 

- Espero que isso passe logo e eu possa me reencontrar novamente.

Roberta Laíne.

sexta-feira, 22 de julho de 2022

Queria conseguir desligar minha mente e não pensar em nada, absolutamente nada, apenas para saber como que é ter a mente sã. Deve ser bonito, deve ser muito bonito, como o pôr do sol, como o teu sorriso.

- Roberta Laíne.

sábado, 16 de julho de 2022

Você é decepcionante, baby, decepcionante…

- Roberta Laíne.

sexta-feira, 15 de julho de 2022

"Fim"."!"/"?"

Eu sei que o título desse texto parece um código para ser usado no prompt de comando do windows, mas é que realmente acabamos assim, nas entrelinhas, omissas. Demos um tempo para decidirmos se realmente terminaríamos, no entanto, afastamo-nos sem ter anunciado, com palavras, nosso fim. Ivane não teve coragem de terminar comigo, e eu também não tive coragem de terminar com ela, e assim está sendo, não dissemos adeus, mas também não continuamos, e acho que está tudo bem. Confesso que esse foi o término mais estranho da minha vida, mas sei que nada acontece por acaso, então permito que ele exista, para que tudo possa tomar o lugar que deveria. Há momentos em que tenho a sensação de que deveríamos conversar mais uma vez e, a partir daí, terminarmos, de fato. No entanto, às vezes penso que isso seria apenas um pretexto para nos vermos novamente, pois não há mais nada a ser dito, já sabemos que chegou ao fim, então não há a necessidade de validar o que já é real. Enfim, mais uma vez estou sozinha comigo mesma, e eu não acho a minha companhia insuportável, eu até gosto, por mais incrível que isso possa parecer, o único problema é que eu já estava acostumada a ter a companhia da Ivane, e sei que vai demorar um pouco até eu aprender a estar totalmente bem comigo apenas, a única coisa que desejo é que eu possa ser lembrada por algo bom que eu possa ter feito, sem jamais se cegar aos meus erros, porque eles foram muitos, mas era tudo o que eu podia oferecer, fizeram parte de mim, e sei que me esforcei muito para termos tido tempo de, em algum momento, sermos para sempre.


Eu sei que eu falhei muito, mas também sei que o universo há de recompensar tudo.

Com carinho,

- Roberta Laíne.

terça-feira, 12 de julho de 2022

É bastante difícil para uma pessoa como eu, digo, inconsistente, volúvel, inoperante em diversas situações e, por vezes, patética, conseguir ficar por muito tempo em uma relação, seja ela amistosa, amorosa, ou qualquer que seja envolvendo pessoas. Eu tenho sérios problemas com pessoas na vida real. Há, em mim, dificuldades absurdas com a lida, mesmo me esforçando bastante para modificar isso. Não sei explicar muito bem o que acontece, eu só acho que ninguém me compreende e, que, por dentro, as pessoas riem de mim, então uma fúria sem precedentes me envolve e tudo o que desejo, naquele momento, é puni-las, para que possam sentir o mesmo que eu sinto. Eu também não consigo entender o porquê de que quando as coisas não saem como eu planejo, sou extremamente afetada, simplesmente me transformo em um monstro e um turbilhão de pensamentos e sentimentos embaraçam a minha cabeça, dominando o meu corpo e envergando a minha alma, fico atordoada sem entender de onde saem tantas emoções-e-pensamentos-e-sensações. Às vezes tenho um pouco de vergonha de mim, do monstro, e me recolho para não causar mais danos, pois não sei controlá-lo e, quando me recolho, e fico alheia a qualquer tipo de envolvimento com pessoas, sinto-me mais aliviada, pois sei que não estou magoando ninguém e não há ninguém para me incompreender e, logo depois, rir de mim.


Obs.: a palavra “incompreender” não existe.

- Roberta Laíne.

sexta-feira, 3 de junho de 2022

Desde o dia em que Ivane entrou na minha vida eu tenho sido uma pessoa mais feliz. Ivane cuida de mim como ninguém, e me ensina todos os dias, a visualizar a vida com mais leveza e a procurar saídas e não prisões para os meus problemas. Ao seu lado eu me sinto segura e mais forte, pois sei que ela não me deixaria sozinha e nem desistiria de mim. Ela não tem medo da minha depressão, ansiedade, pânico ou das paranoias de minha cabeça, muito pelo contrário, ela enfrenta todas elas junto comigo e me dá forças para não desistir e continuar. Há dias em que tudo está de cabeça para baixo em minha vida, então penso nela, penso que a tenho, ou melhor, que temos uma a outra, e que posso sair correndo de onde quer que eu esteja para o seu colo, abraço-abrigo-e-casa, então uma sensação de alívio invade o meu corpo e perpassa suavemente a minha alma. Inclusive, é por mim, por ela, e por sua crença absurda em nós, que tenho me esforçado todo os dias, que tenho ido à terapia em busca de remexer em meus vazios e prisões para achar saídas. Eu nunca conheci alguém tão resiliente quanto Ivane, nunca havia visto tanta bondade, generosidade e luz, sair somente de um ser, e sei que nada do que eu escreva conseguirá transmitir a gratidão que sinto por tê-la em minha vida. Espero somente que ela seja feliz, porque quando a gente ama alguém de modo genuíno, queremos verdadeiramente que essa pessoa desfrute da felicidade, em doses grandes, em excesso, em demasia, porque é isso o que pessoas boas devem receber do universo. Obrigada por tanto, por se esforçar tanto, obrigada por tudo, obrigada por ser você.

Eu te amo, ontem, hoje, amanhã e em todas as outras dimensões em que eu esteja, sob um coração bobo que a ti emana amor.

Com ternura,

Roberta Laíne.

domingo, 8 de maio de 2022

A recompensa...

Depois da avalanche que passei no dia anterior, ontem foi um dia mais ameno, com menos crises de ansiedade e pânico, menos pensamentos intrusivos, e com toda aquela agonia vibrando em uma frequência mais baixa, sem me perturbar tanto. Então, pela parte da tarde, resolvi ir à missa com a mamãe, inclusive, fui movida por três motivos: 1. sempre sinto a necessidade de ir à igreja. 2. porque gosto de agradá-la e sei que ela fica muito feliz quando vou. 3. hoje é dia das mães e senti a necessidade de acompanhá-la e, por meio de orações, agradecer por sua vida. No final das contas gostei muito de ter ido à missa, fez bem à minha alma inquieta. Um dos primeiros sinais de recompensa por ter aguentado o dia anterior. Bem, há alguns dias, eu havia prometido à Ivane que iria tentar dormir em sua casa, no sábado, para assistirmos a algum filme, comermos, e dormirmos juntas. Assim, logo pela manhã, havia dito à mamãe que não iria dormir em casa, pois sairia e só voltaria na manhã do dia seguinte, nesse momento me surpreendi muito com a sua resposta, pois, ao invés de ficar chateada e/ou fazer algum tipo de comentário do qual ela achasse que me atingiria, mamãe simplesmente disse que seria bom, pois iria aproveitar para lavar as coisas da minha cama. Confesso que fiquei bem espantada com a sua resposta, e mais surpresa ainda por saber que ela não falou aquilo forçado, ela simplesmente disse, e ficou tranquila com aquilo. Um dos segundos sinais de recompensa por ter aguentado o dia anterior. À noite, já na casa de Ivane, eu estava serena; pedimos um lanche que eu queria que ela experimentasse e, após comermos, fomos olhar a lua; ficamos de mãos dadas olhando-a, enquanto comíamos fini e eu bebia coca-cola, ouvindo algumas músicas que selecionei; eu estava em paz, estava terna e amena. Um dos terceiros sinais de recompensa por ter aguentado o dia anterior. Eu não sabia que poderia ser recompensada pelo dia anterior de merda que tive, eu não lembrava como era almejar a vida, pois sem a depressão, o pânico e a ansiedade, meu corpo e minha mente conseguiam conversar, sem o meu coração fazendo barulhos assombrosos, era possível viver e gostar de estar viva, era possível continuar e ter a consciência disso foi um dos quartos sinais de recompensa por ter aguentado o dia anterior.

- Roberta Laíne.

sexta-feira, 6 de maio de 2022

Essa semana tem sido preenchida de dias muito difíceis para mim. Eu estou cansada, estou muito cansada. Na verdade, estou exausta! Exausta de adoecer, de ir ao hospital, e de ser a fraca, desde criança. Um dos meus maiores cansaços é o dos meus remédios e das minhas idas ao hospital. Quando você luta contra a depressão e ansiedade há 10 anos, chega um momento em que você fica exausta de tudo, de absolutamente tudo e todos, da sua família, de médicos, de psiquiatras, de terapeutas, diagnósticos, enfermeiros, exames, remédios, clínicas, hospitais. Você começa a ir a esses lugares se sentindo uma fracassada, um lixo, um barco cheio de buracos. Inclusive, é assim que me sinto em grande parte da minha vida, um barco cheia de buracos, que está enchendo de água a cada dia que passa, naufragando dia após dia. 

Eu estou mudando muito nestes últimos tempos, mudando para pior. Estou a cada dia mais irritadiça, estressada, ansiosa, oscilando de humor com muita facilidade e, sobretudo, deixando a ideia de suicídio entrar em minha mente como uma real possibilidade, e isso me assusta, pois eu nunca pensei em suicídio, mesmo depois de uma grande amiga ter se matado na adolescência; mesmo depois de minha namorada ter tirado a própria vida na idade adulta; mesmo depois de assistir a inúmeros outros suicídios; eu nunca quis, nunca me imaginei, porém, ultimamente, as coisas têm mudado muito em minha cabeça e tudo tem ficado confuso e desorganizado. É engraçado, nessas horas eu nunca consigo pensar em ninguém, são momentos de puro egoísmo, em que eu só consigo pensar em minha dor e não meço a dos outros, a dos que iriam ficar. Logo em seguida, minha visão fica turva, tudo fica lento, e a morte com seu hálito metálico começa a baforar em meus ouvidos convites tentadores, é incrível, é incrível como tenho ficado inebriada e cega. Eu realmente não sei o que está acontecendo comigo dessa vez, não sei o que está conseguindo me atordoar tanto, não sei por que estou regredindo absurdamente e numa velocidade espantosa, logo agora que tenho trabalho, tenho a Maria, tenho namorada, e voltei desde o final do ano passado à terapia, mas nada está surtindo efeito, eu não sei o que falta. O que falta? Que vazio é esse? Ele tem nome? Por que eu estou tão exausta? Por que está tudo tão escuro? Quem esqueceu de ligar as luzes? Dá para ligá-las novamente?. Em seu leito de morte Goethe disse: “Luz, mais luz!” e agora eu imploro: Luz, mais luz, mais luz, por favor!

- Roberta Laíne.


sábado, 23 de abril de 2022

Hoje pensei em morrer, eu quis muito morrer, meus pensamentos estavam tão desorganizados que tudo o que eu queria era pôr um fim em minha vida, no entanto, o rosto de Maria surgiu em minha cabeça, foi nesse momento que uma frase voraz sussurrou em meus ouvidos: “É por ela, você precisa conseguir por ela, você vai conquistar tudo por ela! 

É  

P    o     r      e     l     a ”


- Roberta Laíne. 


quinta-feira, 24 de março de 2022

Só leia este texto se você estiver fodidx

Quantas vezes já não tive pena de mim, ao me ver em um canto do quarto, encolhida, jogada às traças, com a alma debulhada em lágrimas... Pergunto a Deus, todos os dias, se serei absolvida do maior pecado que cometo, o de maltratar tanto a mim mesma, com a alma debulhada em lágrimas. Vejo a vida passar em recortes pequenos, como o bater de asas de uma borboleta, enquanto um filme triste passa por minha cabeça, ao fundo uma trilha sonora melancólica, é o som da minha alma debulhando-se em lágrimas. Vejo o sol se pondo, enquanto os pássaros vão em busca de abrigo, vejo as pessoas retornando para suas casas, e a cidade se aninhar inteira, repousando para o próximo dia, mas, e eu? Para onde vou? Onde repouso? Onde está a minha casa? É aí que me encolho num canto escuro, na sargeta da minha vida, e escuto, a noite inteira, o debulhar de minha alma em lágrimas.

- Roberta Laíne.

segunda-feira, 7 de março de 2022

Aquele que tem o teu nome, Ivane.

Eu queria escrever um pouco sobre a Ivane, pois ela tem sido, ultimamente, peça fundamental em minha vida. Primeiro de tudo queria dizer que ela me dá nos nervos por ser demasiadamente grudenta. Meu Deus, ela enche o meu saco com essa coisa de me agarrar e me encher de beijos, fazendo aquela vozinha melosa que eu odeio, um saco! No entanto eu a amo, e tem sido esse amor uma das partes mais leves de minha vida. A propósito, somos duas pessoas totalmente diferentes, somos muito diferentes, muito diferentes mesmo! De todas as namoradas que tive, Ivane é a mais diferente de mim, obviamente isso tende a suscitar conflitos e faíscas, mas ao mesmo tempo talvez seja o que nutre o que sentimos uma pela outra. Ivane me ajuda muito a driblar a minha cabeça, não sei o tanto de vezes que já cheguei ou saí perturbada de sua casa, com corpo e alma em total desequilíbrio, mas, depois de muitas tentativas de diálogo, ela conseguiu me ajudar a achar a saída, por mais dispendioso de tempo e paciência que isso possa ter custado a ela. Inclusive, Ivane nunca esteve cega à minha depressão, ansiedade e traumas, muito pelo contrário, ela aceita que eu tenho limitações, e me oferece a mão para que eu possa transpor essas barreiras. É difícil encontrar alguém que queira te ajudar, principalmente quando você é uma bola de problemas, por isso sei do sou grande valor em minha vida. Eu sempre tive muita sorte em encontrar pessoas simplesmente incríveis, não por me ajudarem, mas, por eu perceber o quão elas são realmente fodas, como a Ivane é, carregando qualidades que me hipnotizam: um coração gigantesco, e uma resiliência tremenda. Obrigada por suportar a larva, antes que ela se torne borboleta. Amo você.

- Roberta Laíne. 

sábado, 22 de janeiro de 2022

"Happiness is a butterfly"

Ontem dormimos juntas pela primeira vez e isso foi muito importante para mim, principalmente porque, no meio da madrugada, eu acordei muito mal, com uma crise de pânico e ansiedade severa. Eu estava gelada, com o coração a mil e uma sensação horrível. Nessa hora, lembrei da mamãe e do meu quarto, desejando estar em casa, sem entender o porquê de essas crises terem reaparecido. Decidi acordá-la e avisar o que estava acontecendo e recebi em troca compreensão e colo. Eu tinha certo medo de ser julgada, passei tantos anos escutando o quão minhas crises eram besteiras, que acabei por sentir medo de que todos assim as achassem, mas ela não. Inclusive, perguntou-me se eu não queria que ela lesse para mim e eu disse que sim. Então, buscou seu celular e abriu um aplicativo que possuía vários livros, nessa hora meus olhos brilharam e dei um sorriso meio sem graça, pois outra onda de pânico estava se formando em meu corpo. Agarrada a mim, pediu-me para escolher um título e eu respondi quase que simultaneamente: "O pequeno príncipe". Não sei ao certo o porquê da escolha, e de ter sido o único livro que veio à minha mente naquele momento em que ela estava altamente bagunçada. Talvez pelo fato de eu sempre ter achado a obra doce, um livro ameno que, inclusive, trata de coisas amargas e difíceis. Talvez eu quisesse voltar a dormir e só conseguisse se me distanciasse da maldade das crises e da prisão que é o medo de senti-las novamente. Agarrei-me ao seu braço e repousei minha cabeça sobre o seu peito enquanto ela lia, naquele momento eu estava totalmente vulnerável, mas não tive medo de que ela soubesse disso, não tive medo de demostrar que estava precisando muito de sua ajuda e do pequeno príncipe também. Após a terceira crise cessar, enquanto ela lia, meu corpo foi se acalmando, o pânico e a ansiedade perceberam que, por mais que continuassem, agora eu não estava mais com medo e sozinha, agora estava abrigada e terna, foi aí que dormi novamente, enquanto o alívio tomava conta de todo o meu corpo e eu percebi que a felicidade é uma borboleta...

- Roberta Laíne.

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Oi, boa noite, você está aí? Então, eu só queria conversar com alguém, sabe. É a minha cabeça. São os meus pensamentos. Eles estão me perturbando novamente. Eu estou chorando porque eles estão dizendo coisas horríveis ao meu respeito. Eles dizem que eu só magoo e decepciono as pessoas e, que, por isso, eu deveria morrer. Pois sou ruim, muito ruim, desse modo, preciso morrer, para não magoar mais ninguém, nenhuma pessoa ao meu redor. Sabe, eu estou sentindo vontade de cometer suicídio, porque eu sinto que mereço morrer. E eu queria me desculpar pela minha existência no mundo e por mais uma porção de coisas, mas minhas lágrimas estão deixando a minha visão turva, impedindo-me de continuar a escrever. Então fica bem, dorme bem.

Com carinho, 

- Roberta Laíne.

domingo, 9 de janeiro de 2022

Meu Deus, que saudade de repousar minhas mãos sobre tua cintura, enquanto as tuas dançavam sobre o meu pescoço...

Te beijar era artístico.

- Roberta Laíne.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

"C'est pas moi, je le jure" Não sou eu, eu juro"

Por que eu faço isso? Por que eu expulso as pessoas da minha vida? Por que eu fiquei com a mente adoecida? Oh, baby, diga-me, entre uma pílula e outra por que eu não tenho controle? Qual o sentido de tudo isso? Por que o meu cérebro me domina e diz coisas horríveis aos meus ouvidos, alternando com maestria entre o sussurrar e o gritar palavras violentas? Por que eu sucumbo, baby? Você está aí? Consegue me ouvir? Diga-me a verdade, dá para me tirar daqui? Oh, baby! Não me diga que esta prisão não tem fim. Baby, você pode me ouvir? Pode me puxar? Você pode acalmar os meus olhos e dar-me um beijo de boa noite? Baby, você está aí?

- Roberta Laíne.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Estou me sabotando de modo severo. Não sinto mais vontade de voltar para a escola. Não sinto mais vontade de sair do meu quarto. Não sinto mais vontade de fazer absolutamente nada. Tudo o que eu quero é respirar lentamente e permanecer parada, submersa na escuridão. Eu não quero mais estar aqui. Não quero continuar forçando minha presença ridícula e desnecessária entre as pessoas. Não quero mais continuar sendo a fodida que sou, a mente mais fodida do universo, a pessoa mais desnecessária do planeta. 

- Roberta Laíne.