Quantas vezes já não tive pena de mim, ao me ver em um canto do quarto, encolhida, jogada às traças, com a alma debulhada em lágrimas... Pergunto a Deus, todos os dias, se serei absolvida do maior pecado que cometo, o de maltratar tanto a mim mesma, com a alma debulhada em lágrimas. Vejo a vida passar em recortes pequenos, como o bater de asas de uma borboleta, enquanto um filme triste passa por minha cabeça, ao fundo uma trilha sonora melancólica, é o som da minha alma debulhando-se em lágrimas. Vejo o sol se pondo, enquanto os pássaros vão em busca de abrigo, vejo as pessoas retornando para suas casas, e a cidade se aninhar inteira, repousando para o próximo dia, mas, e eu? Para onde vou? Onde repouso? Onde está a minha casa? É aí que me encolho num canto escuro, na sargeta da minha vida, e escuto, a noite inteira, o debulhar de minha alma em lágrimas.
- Roberta Laíne.
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