segunda-feira, 6 de junho de 2011

Amor de subsistência

Parei.
É, hoje parei e tive uma conversa muito séria com meu coração, fizemos um trato de juntos não amarmos mais ninguém, NINGUÉM, ausência completa de outra pessoa, em troca vou dar-lhe paz e sossego, e a mim ele dará descanso e pouquíssimas frustrações, viveremos assim um amor apenas de subsistência, aquele impossível de não ser ter, básico, indispensável, amor fraterno, aquele que sem percebermos nos pôs ao mundo, nos faz viver.
É coração, juntos fomos um fracasso e, como já dizia Carlos Drummound, há campeões de tudo, inclusive de perda de campeonatos, e mais um perdemos, e sabe meu querido, desista logo do amor, será melhor assim, tanto para você quanto para mim, pois há tempos você não deixa meu corpo descansar, e estou esgotada, demasiadamente esgotada, estou perdendo forças até para escrever, por favor não me tires a escrita, seria fracasso demais para mim ter papel e lápis e de tão fragilizada não conseguir escrever, ver linhas em branco, sem vida, apenas linhas, como seria um passarinho ter asas e não voar. Meu querido coração eu te suplico, pare logo de amar e se iludir, me deixe viver, despeça-se logo desse sentimentalismo e deixe-me sem sentimento viver, pois assim será melhor pra mim e também para você, não mais insista no amor... querido coração por favor.

Roberta Laíne.

sábado, 4 de junho de 2011

Acertando as contas com minha solidão.




Hoje resolvi de uma vez por todas acertar as contas com minha solidão, vou pagar-lhe tudo que devo e não importa para mim o preço, pois preciso libertar-me dessa singularidade que insiste em me deixar vazia. Encontrar-me-ei com minha solidão e lhe direi que não mais a preciso, que irei partir e não a levarei, mas não pretendo magoá-la, pois muito seria injustiça tratar mal quem apesar de tudo acompanhou-me toda vida.
Talvez eu venha até agradecer minha solidão, pois sem ela eu estaria mais sozinha, sei que ser mais sozinha que a própria solidão ou até mesmo agradecê-la, seja fruto de meu aguçado eu insano, mas não me importo, pois agradeço a solidão que acompanhou durante tantos anos e me foi uma leal amiga.
Sabe, andei analisando e preciso de um pouco mais de tempo para despedir-me de minha solidão, necessito dizer a ela que fora sublime comigo, generosa demais ao ponto de não abandonar-me mesmo quando a trocava nos efêmeros momentos felizes, mas ela sempre esteve a me esperar, me quis, e me teve; lembro-me agora quando caminhava junto à solidão por entre ruas e avenidas, eu sempre de cabeça baixa e sem companhia ela tampouco, ambas sozinhas. Lembro-me também quando me apaixonei pela primeira vez e disse pra solidão que agora sim iria ter que me ausentar dela, tirar umas férias, e ausentei-me, porém não foram férias, pois férias duram um mês, minha ausência durou apenas uma semana, e depois de um amor fracassado nada melhor do que sentar num simples bar e ter como companhia a antiga e fiel amiga, solidão outra vez, o que mais fora cômico foi o fato de estar sozinha e pedir duas bebidas, o garçom indagou-me pra quem seria o outro copo e eu disse pra uma fiel amiga, mas a solidão não quis a bebida, e o garçom? Bem, esse não quis mais me atender. Mas vamos parar de relembrar momentos, pois vim mesmo para acertar as contas, porém não sei eu se estou convicta de que quero partir sem minha solidão, é insano talvez, mas vem de meu coração.
O bilhete deixado à solidão:
Querida solidão vim acertar minhas contas com você, mas quero que continues comigo, é, decidi isso, você me faz mal, mas não vou mentir que já me acostumei com sua presença, pois sempre foi uma presente amiga e sem você mais sozinha ficaria.
roberta laíne.