terça-feira, 27 de novembro de 2012


vagava...

              e vagava

                                  vagava              

                                                 sem parar...


-roberta laíne.

Take me out

Olho-me no espelho e inclino para baixo minha cabeça. Mais! Eu bem que poderia ser mais! Bem mais... Sinto-me impotente Pai, e, desde que você se foi as coisas estão tão confusas para mim, e me vem a cabeça a palavra mais! Eu poderia ter sido mais, eu poderia estar sendo mais, mas nem isso consigo, me sinto menos, abaixo de zero, num frio cortante e absurdamente assombrador; me sinto descongelando gradativamente, e aos poucos virando nada, se transformando em nada, eu não sou mais nada, Pai...

-roberta laíne.

domingo, 25 de novembro de 2012




Por um lado, era até bonito de se ver a leve apatia que o ódio sentia do amor, uma espécie de mutualismo vigente ali entre ambos. Pois, de certa forma, um não vive sem o outro, ou sem um, o outro não existiria (como queira apontar). E você pode me achar uma louca desvairada por postular que o amor possivelmente não viveria sem o ódio, mas de fato, este é o fato que afirmo. Ou você nunca amou odiando o mesmo alguém? Ou odiou amando misteriosamente alguém? Mutuo, absurdamente recíprocos, como queijo e presunto precisam do pão.

-roberta laíne.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012



Acho que as estrelas são as coisas mais Deus desse mundo...

-roberta laíne.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Misfit

Era uma inquietação, doce por sinal, eu parava e te imaginava em meus vulneráveis braços. Me apropriei de um controle remoto (mental) ao qual me pegava: parando, voltando e repetindo aquele mesmo pensamento, o de todos os dias: teu beijo.
Algumas pessoas logo enjoariam este filme de uma única tomada e sem nenhum figurante, gravada num cenário simples e rústico, em preto e branco, com a mesma trilha sonora, Beatles. Sei que em menos de uma semana qualquer normal enjoaria, mas, em mim, passou o inverno inteiro e você se tornou minha cena de filme favorita. 
Imaginar teu beijo era um dos melhores pensamentos que me alimentava... A parte mais interessante da coisa toda é que você sabe tudo sobre mim, misfit, choro assistindo Fluke - lembranças de outra vida (1995) e te conto de uma maneira que te faz sorrir. Algumas vezes, amores efêmeros me aparecem, uns excitantes, outros monótonos e eu te conto também. Meus gostos você tão bem sabe, Beatles, Chapolin e livros de toda e qualquer espécie, com uma leve queda por meu eterno Álvares, Shakespeare, um pouco de Lispector e Baudelaire. Te conto sobre minha queda por Hitler (nosso estranho segredo), Getúlio Vargas, Leonel Brizola e Che Guevara, politicamente não falando, e um violão frouxo como teu riso sem graça... No mais, você sabe que gosto de falar sozinha, desenhar coisas estranhas e comer sucrilhos, criticar alguns filmes absurdos e sempre elogiar Tim Burton pelo presente Edward Mãos de Tesoura (1991). Secretamente sabemos que passe a primavera que passar, sempre voltamos ao mesmo ponto: você docemente sorrindo, e nós discutindo sobre Tomoyo e Sakura (de Sakura Card Captor, um dos nossos desenhos favoritos), e eu sempre te mostrando alguns de meus poemas, enquanto rimos de seus estranhos neologismos e da maneira absurda que eu te lembro de nós, fazendo cara de boba ao imaginar você...

por dois outonos completos,

-robie. 

terça-feira, 20 de novembro de 2012



Cabisbaixa, olhei pela janela, visualizando mudamente aquele tempo adivinhar meus pesares, tudo estava em tom cinza, e, o máximo de cor que havia era um preto choroso que dava dó só de olhar; parada, comecei a indagar-me: 
"Como você conseguia tão facilmente foder com todos meus planos e pensamentos?"
Vagarosamente, fechei a janela, e deixei meu pensamento vagar por toda casa, até eu perder seu cheiro de vista.

Lentamente,

-roberta laíne.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Fiquei confusa,
       me perdi,
não entendi,
       lá vem você de novo...

-roberta laíne.

domingo, 18 de novembro de 2012

[...]

Ele não era nem tão bom, nem tão ruim, ele apenas era, e eu adorava isto.

-roberta laíne.

sábado, 17 de novembro de 2012

Escuridão, escuridão, escuridão... repeti-a três vezes, e logo em seguida lembrei-me de que nunca tive medo desta palavra. É estranho, eu sei, mas sempre achei que a escuridão fosse como uma xícara de café, com cara de velho ranzinza que enruga o cenho, mas, quando pomos o leite, a escuridão vai embora, e formam-se bolhas chacoalhantes de risos... escuridão, escuridão, sem ela eu jamais poderia enxergar as estrelas como no café com leite.

-roberta laíne.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Era um barco inapropriado, totalmente inapropriado prum corpo desalojado; sem alma, sem espírito, sem nada, absolutamente nada; a não ser, as características de uma parte material que denota ser tudo, mas que na verdade, é mero absolutismo de nada, repito nada, nem cheiro, nem odor, nem alma...

Intrepidamente,

Aos humanos

-roberta laíne.

terça-feira, 13 de novembro de 2012


Era doce o cheiro do papai, e por sorte danada, só eu podia ouvir...

-roberta laíne.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Idiota

Era patético, eu sei. Sabia desde o inicio que nunca poderia ter você - é. Idiota de minha parte, achar que a garota mais linda da cidade se interessaria por mim, eu, logo eu, idiota. 
Um traço, - fora tudo o que você me deu, e eu contente por de ti receber um traço, eu sei, era idiota de minha parte, mas sempre soube que, seria bem mais idiotice se eu não me atraísse por ela, a menina mais linda da minha cidade, seria bem mais idiota, idiota de minha parte.

-roberta laíne.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

domingo, 4 de novembro de 2012

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Pai, eu sei que neste exato momento tu podes me escutar, então quero te desejar uma boa noite, e saibas que, hoje, eu tentei de tudo, tudo pai. Não te contei ainda, mas taquei-me na escada do hospital tentando chegar o mais rápido possível para perto do senhor. Já havia ligado para todo mundo pedindo ajuda, e no final estava ligando para mim mesma do meu próprio celular, não ria pai (risos). Não tenho o número de vezes que entrei escondida naquele hospital para te olhar, mas, vejamos pai, comporte-se bem agora longe de mim, e seja bonzinho, ok? A partir de amanhã porei em um pote todas as tardes que não estiveres aqui comigo, pra te mostrar assim que o senhor voltar. Escuta pai, estas noites não pretendo dormir enquanto o senhor não voltar, se me der muito sono eu tiro um cochilo, mas qualquer coisa o senhor já sabe não é mesmo? Me chama...

Da tua peteca,

-roberta laíne.