quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Misfit

Era uma inquietação, doce por sinal, eu parava e te imaginava em meus vulneráveis braços. Me apropriei de um controle remoto (mental) ao qual me pegava: parando, voltando e repetindo aquele mesmo pensamento, o de todos os dias: teu beijo.
Algumas pessoas logo enjoariam este filme de uma única tomada e sem nenhum figurante, gravada num cenário simples e rústico, em preto e branco, com a mesma trilha sonora, Beatles. Sei que em menos de uma semana qualquer normal enjoaria, mas, em mim, passou o inverno inteiro e você se tornou minha cena de filme favorita. 
Imaginar teu beijo era um dos melhores pensamentos que me alimentava... A parte mais interessante da coisa toda é que você sabe tudo sobre mim, misfit, choro assistindo Fluke - lembranças de outra vida (1995) e te conto de uma maneira que te faz sorrir. Algumas vezes, amores efêmeros me aparecem, uns excitantes, outros monótonos e eu te conto também. Meus gostos você tão bem sabe, Beatles, Chapolin e livros de toda e qualquer espécie, com uma leve queda por meu eterno Álvares, Shakespeare, um pouco de Lispector e Baudelaire. Te conto sobre minha queda por Hitler (nosso estranho segredo), Getúlio Vargas, Leonel Brizola e Che Guevara, politicamente não falando, e um violão frouxo como teu riso sem graça... No mais, você sabe que gosto de falar sozinha, desenhar coisas estranhas e comer sucrilhos, criticar alguns filmes absurdos e sempre elogiar Tim Burton pelo presente Edward Mãos de Tesoura (1991). Secretamente sabemos que passe a primavera que passar, sempre voltamos ao mesmo ponto: você docemente sorrindo, e nós discutindo sobre Tomoyo e Sakura (de Sakura Card Captor, um dos nossos desenhos favoritos), e eu sempre te mostrando alguns de meus poemas, enquanto rimos de seus estranhos neologismos e da maneira absurda que eu te lembro de nós, fazendo cara de boba ao imaginar você...

por dois outonos completos,

-robie. 

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