quarta-feira, 30 de janeiro de 2013


glóbulos vermelhos,
não se sabia
se era sangue ou poesia,
saudade ou demência proibida,
ou apenas
lágrimas...

-roberta laíne.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Eyes on fire...

Insano,

...

Um quarto que chovia poesia demente, o seu quarto. Escárnios e zombarias faziam os móveis quando entrei em tua casa e direcionei-me ao teu abrigo, naquele momento, correntes absurdas me trancafiaram e fizeram explodir todos os riscos do desenho de meu corpo...
Teus lábios rosados tomaram todos os verbos que os meus poderiam proferir, eu mal entrei e já estava trancada, presa em tua confusão absurda e doentia, era sombrio como sorrias para mim, quase que explodindo por dentro um pedido agridoce de socorro, enquanto o tempo fazia um percurso morno e fraudulento, tudo conspirava a ti, até o momento em que me destes um molho de chaves na cabeceira de sua cama. Eras tu uma algoz boa? Ou isto fazia parte de um plano bem pensado? Me destes um molho de chaves e a escolha de tentar uma após uma até encontrar o encaixe perfeito, e, desse modo, abrir as correntes que me detinham desde a hora que adentrei em teu quarto. Porém, minha insanidade falou mais alto, joguei o molho pela janela que dava em um abismo impenetrável, só pra não correr o risco de me libertar covardemente dessa flor inconsequente, insólita, e lúgubre que brotara em mim, desde que cruzei com os teus olhos acastanhados.

Por que?
Me perguntei apenas para cumprir o papel dos sentimentos culpados, mas eu não queria resposta, já habitava em meu ser uma espécie de equilíbrio desregrado, com regras desequilibradas, sustentando a falta de lucidez de minha retina apaixonada. Eu não tinha mais um molho de chaves, muito menos a esperança de o ter, eu só tinha o brilho dos teus olhos acastanhados que ofuscava qualquer imagem, via apenas as fagulhas, de um fio condutor que transladava para partes absurdas de meu corpo, completando-me de um vazio absurdo; um vazio de pudor, de ideias, um vazio do próprio vazio que pairava pelo ar...
Em passos falsos, conduzi-me até a janela para despedir-me de minha sorte, tentando imaginar naquela escuridão ininterrupta o maldito molho de chaves, que joguei no alvoroço de minha paixão pelos teus olhos, alagados de um castanho claro. E, quando eu mais carecia de razão, tudo o que minha retina conseguia ver era o amarelo queimado de teus fios de cabelos, mais claros que a esperança...

Insano,

Insano este verso,

Insano de minha parte,

Insano teu quarto banhado de luz e eu presa ali,

Insano jogar em abismo a única saída: o molho de chaves.

Insano de você.

Insano de minha parte.

- roberta laíne.


sábado, 12 de janeiro de 2013

Quando eu era pequena, tudo parecia grande, assim bem grande, quase perto do gigantesco ou do tamanho do universo. Imaginava que papai tinha 3 metros de altura e mamãe 2,5 ou o inverso, e meu maior sonho era conseguir enxergar o ponto mais alto da casa, o auge da 'grandetude' de um objeto, o tão sonhado e para mim inatingível: congelador da geladeira de mamãe!
Aquilo tudo parecia uma espécie de sonho, que fazia o frio e meu picolé ganhar consistência, transformava água em cubinhos de gelo e me deixava bem mais próxima de papai noel. 
Porém era alto, alto demais pra eu ver a magnitude de tudo aquilo, só papai e mamãe eram contemplados para ver o que lá se gerava ou havia. Pensava eu em pedaços do pólo norte e também do pólo sul, de onde se vinha a neve, tudo feito ali, gerado ali.
Quando eu era pequena, tudo parecia grande, assim bem grande e gigantesco. E o pólo norte e sul tinham pedaços guardados, bem guardadinhos, na geladeira de minha mãe...

- roberta laíne.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013


E de repente eu resolvo desistir de mim e todo mundo desiste também.

-r.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013


[...] e fiquei a me perguntar: 
pra onde será que as nuvens vão quando somem de minha retina?

...

-roberta laíne.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013


Vencida. Parei de correr, e me pus a olhar lentamente para a chuva que bailava em mim; era absurdo, percebi seu pranto oculto de saudade, toquei-a e senti uma brandura extrema, era como se fossem pedaços, pedaços de Deus em minhas mãos, que eu podia chacolhar ou deixar cair sobre aquele chão frio e bruto. Mas segurei-a e sorri deixando-me molhar  por completa, nesse momento pedaços de você me abraçaram.. Mais uma vez você,  na chuva que me banhava,

eram pedaços de Deus sobre minhas mãos...


-roberta laíne.