terça-feira, 29 de abril de 2014

Deixe suas roupas a cá, pendure-as ali, e leia de fato, o que tanto falo, que faltas me faltam, que verbos me embalam, eis os meus Poemas de Quarto...

- roberta laíne.

Poemas para ninguém ..



Em quantos pedaços
- eu me desfaço -
quando sozinha me deparo
sendo a maior espectadora
de teu alheio abraço...

em quantos pedaços?

- roberta laine.

segunda-feira, 28 de abril de 2014




Infelizmente, eu não atendo muitas coisas que o mundo me pede...

Desligue-se.

-roberta laíne.

domingo, 27 de abril de 2014

E deixar que eu te beije antes da música acabar...

"When the truth is, i miss you..." (Coldplay)

-roberta laíne.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

[...]

Se um dia me perderes de vista, não me procures tão longe ou em grandes coisas,
costumo dá passos despreocupadamente curtos e sempre me escondo em miúdas coisas.

- roberta laíne.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Não tenho poesia para todos, mas tenho poesia para os que sofrem...

Intrepidamente,

- roberta laíne.
Talvez ninguém leia isso, mas, se, algum dia alguém ler, e pude fazer o que não consegui, por favor o faça. Tenho 22 dois anos e sou dependente química dos medicamentos Oxalato de Escitalopram e Clonazepam, desde que esses dois medicamentos adentraram em minha vida não tive mais vida. Estou pouco a pouco perdendo minha pigmentação e a palidez toma conta de mim, infelizmente não tenho mais muitas expressões em meu rosto, a não ser a de dor e cansaço estampada todos os dias. Acredito em Deus, e me apego a ele praticamente todos os dias, sei que ele me escuta e não tem culpa de meu sofrimento. Sei também que ele quer que eu faça algo, quer que eu exponha meu maior sonho: a existência de uma clínica de reabilitação para pessoas que, por erro médico ou por necessidade fisiológica ou por qualquer outro motivo, são dependentes de medicamentos para depressão, transtorno do pânico, fobia social, toque, esquizofrenia e dentre outras patologias psíquicas QUE SÃO REAIS. Na verdade, mais reais que psíquicas, pois um dia com o meu medicamento é um dia ganho, porém perdido na contagem da vida, a cada dia que tomamos uma pílula ou gotas desses fortíssimos medicamentos estamos garantindo o agora e perdendo o amanhã, assim como acontece comigo. A indústria farmacêutica precisa urgentemente parar de criar novos medicamentos para circularem dentre os hospitais e farmácias movendo uma quantidade gigantesca da pior doença da humanidade: o capitalismo. Medicamentos que atendem aos números do capitalismo, pois cada remédio vendido é um ponto a mais na escala do dinheiro, mas não atendem a escala que deveriam, a escala dos seres humanos.
Para mim não há diferença entre o Escitalopram para a Heroína e do Clonazepam para a Cocaína, um dia sem eles é um dia sem dia, é um dia sem dormir, é um dia de alucinações e suor frio, de taquicardia e sufocamento, são dias de dores, profundas dores... No tórax, no peito, na alma, na vida.
Um dia sem eles é um dia de vômitos ou de vontade de vomitar, porém não sei discernir se a vontade é de pôr para fora a comida ou a vida. Um dia sem eles é um dia de morte, as mãos e os pés ficam gelados, somos cadáveres vivos, somos cadáveres que ao invés de ir para urnas e caixões vamos para filas de espera em emergências e posteriormente para camas de hospitais. Temos tudo, mãos que tremem a todo instante, por conseguinte nosso corpo inteiro começa a tremer, tudo treme, tudo se move, menos as pessoas que estão ao nosso redor e não fazem nada, absolutamente nada para reverter nossos quadros.
Sei que alguns viciados em heroína e cocaína tentam largá-las, mas eles não aguentam as dores no corpo, os vômitos e a porcaria que é não conseguir controlar nem suas fezes e fazê-las nas calças. Os que tomam Escitalopram, Clonazepam e qualquer outra medicação de origem parecida, também tentam sair, mas não aguentam serem cagados todos os dias pela sociedade com a bendita frase: VOCÊS NÃO TEM NADA! Bem, antes que minhas mãos comecem a tremer novamente e o taquicardia com o frio cortante me peguem, eu só queria que alguém lesse isso e fizesse o que eu não pude fazer: salvar a própria e outras VIDAS.

Esperançosamente,

- roberta laíne.

P.S.: Os piores médicos são aqueles que cuidam de órgãos e não de pessoas, e os piores monstros não são os imaginários, e, sim, aqueles que passam por nós e não fazem absolutamente nada para nos ajudar. (Roberta Laíne)


segunda-feira, 21 de abril de 2014


Remexendo nas minhas coisas, encontrei um pedaço mais que absurdo de mim, era ela, a tão estimada, e por mim glorificada: MINHA BLUSA DO BRASIL! Ah, essa blusa! Verdade que quando gosto de algo, eu gosto mesmo, um gostar absurdo que só eu consigo entender, e, para mim, minha blusa do Brasil era um pedaço da pátria, uma espécie de capa mágica, quando eu a vestia me sentia bem mais - bem mais alta, bem mais bonita, bem mais capaz de fazer o Brasil ser campeão... Lembro-me também da polêmica que minha blusa causava, de fato, todos sabiam que eu nunca gostei de tomar banho e se Lamarck estivesse vivo usaria a mim e a papai como exemplo maior de sua teoria dos caracteres adquiridos, papai não gostava de banho, logo essa característica fora passada para a próxima geração e foi! Agarrei como Taffarel a fobia a água. Ainda bem que o Brasil não jogava todos os dias, diziam as pessoas, mas todos os dias eu queria estar vestida com minha blusa (sem tomar banho, é claro).
Certa vez, lembro-me que esconderam-na, ah, fora o pior dia de minha vida! Procurei-a em todos os guarda-roupas, em todos os lugares que minha mente investigadora e raivosa achava que ela estaria, procurei até na geladeira, mas nada de minha blusa... Como o Brasil estava a um dia da tão esperada e nervosa final, ao contrário de todos, sentei-me nem um pouco animada em minha cama e vesti uma outra blusa, feia, que me deixava feia, pequena e incapaz, mas não protelei minha busca para a manhã seguinte, ela começou cinco minutos depois de estar vestida com a outra blusa... Porém, tive de dormir inconformada, o meu pedaço da pátria estava muito bem escondido, tão bem escondido que dormi e sonhei com esconderijos, acabei chegando a conclusão de que, minha blusa fora enterrada, a sete palmos como os cadáveres. Fiquei imaginando como minha pobre blusa estaria, sem ar, sufocada, suja, fétida, e cheia de terra...
O jogo do Brasil começou e o país inteiro agitou-se, a euforia era indescritível, o nervosismo e a ansiedade sem igual, enquanto isso eu estava parada, emburrada e pensativa, não queria mais saber de Brasil, só pensava em minha blusa soterrada. 
Fim do primeiro tempo, fim da minha paciência! Por que ninguém se oferecia, nesse intervalo de 15 minutos, para pegar uma inchada e desenterrar a minha blusa? Ninguém se comovia com a minha dor, talvez porque ninguém tinha AQUELA BLUSA DO BRASIL.
Final do segundo tempo, final de minha incredulidade, o Brasil estava prestes a ir para os pênaltis e eu sabia que tudo isso era devido eu não estar com minha blusa, então resolvi consternar-me em um quarto e ficar olhando para o nada enquanto todos na casa corriam, se agitavam e faziam orações em nome da vitória do Brasil, e foi consternada olhando para o nada que, vi um pedaço de manga amarela imprensada no meio de algumas outras roupas, na parte mais alta de um guarda-roupa antigo, atônita dei um pulo associando-a com a manga de minha blusa do Brasil, desesperada puxei-a sem saber o que cairia em cima de mim
— os pênaltis começaram —
Era ela! Era a minha amarelinha! Meu pedaço de nação, intacta, com fôlego e sem terra... Vesti-a mais rápido que o segundo chute do Brasil. Corri para a sala e todos estavam olhavando aflitos para aquele pequeno cubículo transmissor, creio que até quem não estava assistindo, talvez, inconscientemente, estava sentindo que o mundo estava girando mais devagar. Minha camisa cintilava... Já havíamos perdido Ayrton Senna (no mesmo ano) não poderíamos perder a Copa, o silêncio mundial fora quebrado com um pulo acompanhado de:  É TETRA, É TETRA, O BRASIL É TETRA CAMPEÃO MUNDIAL!!!
Olhei para minha camisa sã e salva, sorríamos uma para a outra. Eu brilhava de alegria por tê-la encontrado e ela cintilava a bandeira do Brasil!

ufanamente,


- roberta laíne.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

*nota de rodapé: 
na noite de meu aniversário, terminei vagando pelas ruas de minha cidade procurando a única pessoa ao qual não encontraria: 
Papai.

- roberta laíne.

quarta-feira, 16 de abril de 2014


Quanto mais teus passos se dispersam, se apressam, se vão para longe dos meus, mais eu me apresso, escorrego, corro e tropeço para perto dos teus...

- roberta laíne.

sexta-feira, 11 de abril de 2014



Se me permites, eu quero dançar com você...

-roberta laíne.

terça-feira, 8 de abril de 2014




Algumas saudades machucam,
outras,
encolhem a alma...
encolhem a alma...

-roberta laíne.

sábado, 5 de abril de 2014


Entre outras coisas eu optei por ser esquisita... Isso veio perfeitamente a me preencher.

-roberta laíne.

quinta-feira, 3 de abril de 2014



Um banho de chuva para enxercar TU, somente TU em meu pensamento...

- roberta laíne.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Quero a violência de um amor insano.
 Quero um convite para pormos fogo no mundo e não para curar as cicatrizes de outro alguém.
 Quero um barco a vela.
 Quero a discrepância entre NÓS e o mundo.
Quero voar de trem...

-roberta laíne.