sábado, 24 de novembro de 2018

A palavra é matéria, 
as sensações que elas causam 
é que são espírito...

Roberta Laíne.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Fazia tempo que eu não me acordava assim, com uma dor de cabeça dos infernos, a boca seca, e minha mão inchada; os três sintomas são da depressão, a dor de cabeça, provavelmente da síndrome do pânico, a boca seca, possivelmente de uma crise de TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada) e a mão inchada... Bem, a mão inchada é por eu não saber lidar com a realidade ao meu redor, principalmente quando alguém mente para mim, tudo o que eu sinto é uma vontade de socar a primeira coisa que vejo na minha frente. Nesse dia, a primeira coisa que vi na minha frente não era bem uma coisa, era minha ex-namorada que havia mentido para mim, mas calma, eu não soquei a cara dela, há tempos treinei o meu cérebro para não bater em pessoas, então bato na segunda coisa que vejo pela frente, geralmente uma parede. É tudo muito rápido, mas eu consigo usar 1 segundo pra desviar o comando do meu cérebro para uma parede...
A parte mais estranha não isso, mas, sim, sempre acordar depois... Acordar depois de ter passado uma noite inteira lutando contra o meu cérebro e os comandos que ele manda para o meu corpo e, logo em seguida, um outro comando dizendo: não...  É um emaranhado de comandos e anticomandos. O mais chato mesmo é acordar depois dessa luta épica e não se sentir o Sylvester Stallone em Rocky, é horrível ser nocauteada. O bom, é que 6 anos de depressão deu-me preparo físico suficiente pra saber que eu não vou morrer, já sei das dores no dia seguinte, e já sei que não vou morrer, a verdade é que, eu sempre sobrevivo ao dia anterior, mesmo não achando necessário que, mas eu  sempre sobrevivo, e, essa, essa é sem dúvidas a pior parte. Talvez seja muito fácil, para você, contornar as coisas, mas para mim não, isso é quando eu as contorno, geralmente eu vou embora sem maiores explicações e as pessoas também não procuram saber o porquê e tudo fica bem, é só assistir a vários filmes, ler uma porção de livros e tomar o remédio no horário, ah, claro, e escutar a voz que diz lá no fundo: as pessoas nunca vão te entender, afaste-se, você é perigosa e destroi tudo o que toca...

Você é perigosa...

E destrutiva...

- Roberta Laíne.

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Se cada palavra for uma lágrima que eu não derramei... O que farei de mim no inverno?

- Roberta Laíne.

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Compôr
Para não
Decompor

- Roberta Laíne.
Existem muitas incongruências entre o fio de cabelo que separa a vida e a morte. Ontem eu estava pensando nisso e em outras questões sutis... E é estranho o que direi daqui para frente, mas sempre me achei especial, do tipo muito especial, e é estranho eu sei, e sei também que todos nós somos especiais, independentemente se você é Hitler ou Gandhi, de Deus ao Diabo, você sabe, no fundo, que é especial, pois você faz parte da coisa toda... da coisa toda!
No entanto, sempre me achei um pouquinho mais especial, tipo, sempre pareceu, para mim, que eu iria descobrir alguma coisa, tipo a porta que abrimos para sair da terra e entrar noutro planeta, ou quem sabe desvendar um enigma que salvasse toda a raça humana, porém, a única porta que eu consegui abrir, até hoje, foi a porta do meu quarto, exceção do dia que perdi minhas chaves...
Bem, eu sei que é bem estranho se achar especial, e muito mais ainda, se achar mais especial que os demais, e sei que soa como narcisista, petulante, e impertinente, mas, eu sinto que em algum momento, lugar, espaço, tempo, haverá uma porta, não sei se grande ou miúda, mas haverá, ela estará lá, todos tentarão abrir, oito bilhões de possibilidades, mas, somente eu, somente eu terei a chave, e salvarei todo o universo...

Roberta Laíne.

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Às vezes, ou todas as vezes, eu acho a esperança um dos sentimentos mais covardes do universo, não que eu conheça o universo, mas talvez o universo seja o quintal de minha casa. Hoje, por exemplo, senti uma esperança danada de escrever sobre esperança, mas, olha só, olha ela se findando por aqui, se esvaindo em poucas palavras. 
Engraçado, toda vez que alguém fala de esperança lembro-me de causo particular, de um moço que sempre falava esperançosamente, e eu achando tudo aquilo muito monótono, abstrato demais para o meu gosto... Respirava fundo, por não conseguir estabelecer relação alguma entre significante e significado, e o brilho dos olhos das pessoas. 
Outra vez, quando dei por mim, estava toda esperançosa... Odiei aquilo, esperança sempre incomodou-me; mas, por bem da humanidade, consenti em aceitar aquele "estado de espírito"... Porém, olhando-a sempre de canto de olho, tipo um suspeito,  pois sempre pensei: você não me engana... O fato é que, ao terminar estas palavras, estou incomodada, é um rasgo dizer, mas já estou cheia de esperança, outra vez.

Roberta Laíne.