segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Às vezes, ou todas as vezes, eu acho a esperança um dos sentimentos mais covardes do universo, não que eu conheça o universo, mas talvez o universo seja o quintal de minha casa. Hoje, por exemplo, senti uma esperança danada de escrever sobre esperança, mas, olha só, olha ela se findando por aqui, se esvaindo em poucas palavras. 
Engraçado, toda vez que alguém fala de esperança lembro-me de causo particular, de um moço que sempre falava esperançosamente, e eu achando tudo aquilo muito monótono, abstrato demais para o meu gosto... Respirava fundo, por não conseguir estabelecer relação alguma entre significante e significado, e o brilho dos olhos das pessoas. 
Outra vez, quando dei por mim, estava toda esperançosa... Odiei aquilo, esperança sempre incomodou-me; mas, por bem da humanidade, consenti em aceitar aquele "estado de espírito"... Porém, olhando-a sempre de canto de olho, tipo um suspeito,  pois sempre pensei: você não me engana... O fato é que, ao terminar estas palavras, estou incomodada, é um rasgo dizer, mas já estou cheia de esperança, outra vez.

Roberta Laíne.

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