quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Morar com mamãe novamente está me fazendo recuperar coisas que eu já havia perdido no decorrer do tempo. Nunca terei palavras para agradecer o que essa mulher fez e faz por mim desde o dia em que me pegou para criar. Ambas já sofremos bastante uma pela outra, devido não compartilharmos de algumas ideias e conceitos, mas nunca nos desrespeitamos, nunca chamei um palavrão ou levantei a voz para ela, nem fiz minha tatuagem ainda (pois para ela é coisa do demônio), mesmo eu sabendo que o tal do demônio não tem nada a ver com o ato de fazer uma tatuagem, no entanto a educação que ela teve, no tempo dela, ditava outra coisa, então preciso respeitar... Respeito, está aí a palavra chave para toda e qualquer relação, pois o respeito com a figura de minha mãe sempre foi grandioso, temer às vezes é necessário para a manutenção dos nossos valores, e, digo, já sofri bastante por ter que bular os valores dela para dá lugar aos meus, o que se faz importante dizer que, nossos valores nem sempre, ou quase nunca, serão iguais aos de nossos pais e isso é normal, pode ser até reconfortante dependendo da perspectiva que você o vê. Quanto a mim e mamãe, em grande parte do  tempo não dá para levar a gente a sério, um rico exemplo disso é termos passado a semana toda brigando por causa de um pisca pisca (risos), ela insiste em dizer que é dela, mas o pisca pisca é meu, o que fazer? O mais sábio a se fazer é dá a ela e dizer: "sabe, mãe, eu andei repensando e esse pisca pisca não é meu, não sei onde estava com a cabeça por achar isso, tome-o de volta". Talvez no fundo ela saiba que é meu, mas quer saber se eu sei o valor de doar, o valor de desistir de mim para acreditar em quem amo, o valor de doer. Talvez seja só a idade dela dizendo para ser rabugenta, talvez... A gente nunca sabe ao certo a razão das coisas, por mínimas que sejam. Então quero dizer que nesse momento estou reaprendendo com minha mãe que muitas coisas não importam, a exemplo o tamanho que ela tenha, a quantidade de seus fios brancos, sua escolaridade, intelecto, o que realmente importa é o respeito, o que importa é o amor.
Por longa data eu achava que ela só pegava no meu pé, mas, hoje, agradeço por ela ter pegado sempre no meu pé, pois descobri que essa é a maneira que ela tem de dizer: Roberta, eu te amo.

Então, peço que, se existe alguém lendo isso, não importa onde você esteja ou o que esteja fazendo, vá até sua mãe ou pai em forma de mãe e diga: Mãe, a senhora não sabe o tanto que tenho a te agradecer... Obrigada por pegar no meu pé, obrigada por rezar por mim, obrigada por brigarmos por coisas bestas (talvez um pisca pisca)...  Eu te amo.

Com carinho,


- Roberta Laíne.