segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Particularmente eu não sabia mais o que fazer, desistir dela, era, sem sombras de dúvidas, desistir de mim, e, também, do que de mais bonito continha no cerne de meu ser. Era febril a minha temperatura nos sonhos em que por sorte a encontrava - dormir e acordar significavam a mesma coisa para mim - Você! Me perseguindo nos lugares mais sombrios e calmos do meu eu, onde sonho mais nenhum transladava, você passava, e em meus pensamentos era só: você, você e você. Até em meus pesadelos era VOCÊ, assim alto e estrondante, banhando-me todo o corpo de suor e rápida respiração.
Não esqueço, não esqueço de nada, absolutamente nada no que diz respeito a você, é mais provável que eu esqueça de meu nome a esquecer o teu, só em tocarem no teu nome, ah teu lindo nome...
Mas você foi embora, e desde então fiquei apenas com as lembranças reais, e também com as que inventei... Invento inúmeras lembranças quando as que inventei acabam. Ontem mesmo disseram-me que é mais fácil desistir do que tentar ou esquecer do que lembrar, já que quem vai embora é porque não quer ficar, mas, para mim, para mim era impossível, era inadmissível desistir daqueles olhos oblíquos de cigana dissimulada, daqueles cabelos negros sombreando tudo o que era clarão que tentava num fio de esperança transpassar as frestas das janelas de minha vida. Era impossível! No momento em que eu estava era impossível esquecer de teus lábios que, desde quando os toquei, me perdi em labirintos... São! Desde que os toquei estou perdida e não consigo mais sair, ou será que, sou eu quem não quero sair? Sair também é desistir não é mesmo? Então não! Desistir não dá para mim, hei de permanecer no melhor labirinto que em meus poucos anos de vida já me colocaram: teus lábios. De qualquer forma, ficarei por aqui, inventarei mais lembranças, e todos os dias rabiscarei uma poesia nova em ti, até não sobrar nenhum verbo ou palavra...

Diretamente do labirinto de teus lábios,

- roberta laíne.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013


Ou eu sou uma pessoa muito mais muito ruim, ou eu nasci na época errada, pois desse mundo eu não estou entendendo é mais nada...

- roberta laíne.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Não vou mentir, eu queria mesmo era que ninguém me conhecesse... Não, espera, na verdade, eu queria que apenas minha família, a Rafaela, a Zot e meus peixinhos me conhecessem... Na última consulta com minha psicóloga ela disse-me claro e pausadamente: "Você vive mais no mundo da fantasia do que na realidade, tudo que vês é poesia..." Ela continuou dizendo que isso era lindo, porém eu tinha que viver a realidade... pois bem, assenti, assenti para não discordar de nenhum de seus argumentos e também para parar de atrapalhar meu tratamento, e "aceitar" certas condições, mas minha vontade mesmo era de dizer que eu vivo mais no mundo da fantasia por opção, e de que sei que existe uma realidade que me circunda, mas, esta, é muito muito chata, é alagada de pessoas grosseiras, que brigam por dinheiro e bens materiais, cheia de pessoas, pessoas, e pessoas não são legais, eu não gosto de pessoas, mas eu não poderia dizer isso, então sorri e assenti. Minha intenção não era ofendê-la e nem a ninguém, por isso queria que ninguém me conhecesse, sei que pessoas se ofendem ao saber que eu não gosto de pessoas.

Decorosamente,

- roberta laíne.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013


Você.

- roberta laíne.

Na terra, em 18 de setembro de 2013

Uma carteira? Não o senhor não gostava de carteiras. Uma blusa listrada? Um perfume? Um relógio? Um radiozinho novo? Não, isso não existe mais, essa dúvida não há mais, porque, apesar de hoje ser seu aniversário, você não está mais aqui papai. Não, não mais! Então o que eu posso lhe dar? Como posso lhe presentear? Tudo bem pai o senhor sabe que estou chorando e queres que eu enxugue essas lágrimas que caem tão natural como o nascer do sol. Mas é que, Pai... Hoje é o seu aniversário, e como vou dar-lhe aquele abraço e escutar teu sorriso bobo dizendo com os olhos cheios de lágrimas:
— Own peteca, minha filha lembrou do papai foi? 
— Foi papai, eu me lembrei do senhor...
Sabe pai, está tudo tão chato hoje aqui, sem graça, sem vida, logo no dia do teu aniversário! Logo no dia que a Renata trazia uma blusa ou um short novo para o senhor experimentar e ficar sorrindo dizendo: 
 — É para mim minha filha?
Ou quando todos se reuniam e compravam um relógio novo pro senhor, ou quando eu ía atrás de uma blusa listrada para lhe dar de presente, mas cadê papai? Não compramos nada, pois, não há mais papai... Lembra-se do ano passado? O senhor, no seu último aniversário, batendo lindas palmas e sorrindo, seguido de vozes vivas e alegres, cantando os parabéns a você nesta data que para nós é tão querida, mas e hoje? O que tem hoje? Não tem nada papai, vamos nos calar e não haverá palmas no cair da noite, não haverá a procura de presentes e nem o meu abraço, muito menos o teu tão lindo sorriso papai...
Quando comecei a escrever e vieram as lágrimas, não eram lágrimas exatamente, era a derrama de saudade, eu estava derramando saudades, estava derramando a vontade de te abraçar e te dizer feliz aniversário papai, eu estava... Eu estava derramando sentimento, Pai. Mas não irei mais falar dessas coisas, pois talvez Deus não queira entregar-te esta carta por está tão carregada de lembranças, por isso, por temer que ela possa te fazer mal, quero apenas te dizer que, não, eu não estou feliz, mas, saibas que ficarei, e que sim! Sua peteca lembrou, lembrou que hoje comemoraríamos os 75 anos do meu grande e único heroi, meu papai...

Feliz Aniversário tá? Aproveita aí! Sorria, sorria que teu sorriso é lindo demais pai...

Da tua sempre peteca,

Roberta Laíne.
Dez meses depois, e, ainda há frases que me cortam o coração... Pois, vez ou outra transeuntes batem na porta e perguntam:
— Teu pai está aí?
— Não senhor... Ele morreu.

- roberta laíne.

sábado, 14 de setembro de 2013

Peguei meu bloquinho de papel e comecei a escrever algo que iniciava com: Como não esquecer? Depois de pôr o título, bati a caneta por incontáveis vezes no pontinho do ponto de interrogação, enquanto um turbilhão de coisas se passaram em minha cabeça, eram risadas, músicas, vozes, trechos e fragmentos de livros, besteiras, besteiras significativas, lágrimas, gritos, abraços, e novamente risadas... Quando dei por mim 15 minutos havias se passado e eu ainda ali, no título, perfurando o pontinho do ponto de interrogação, então fechei o bloco e não consegui escrever nada, absolutamente nada, e você, caro leitor, a única coisa que deve lembrar ao ler isto é apenas o que consegui escrever no meu bloquinho:

Como não esquecer?

Com carinho,

- roberta laíne.

Pancadas violentas de teu nome em músicas, livros, e no corpo de outras pessoas assombram minha audição...

- roberta laíne.
Assistir um filme, passar mal, ler e te esquecer
Assistir um filme, passar mal, ler e te esquecer
Assistir um filme, passar mal, ler e te esquecer
Assistir um filme, passar mal, ler e te esquecer
                                            ... e te esquecer

- roberta laíne.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

— Andas bebendo?
— Ando!
— Algo forte?
— Sim.
— O que?
— Poesia...

- roberta laíne.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

03 de Setembro de 2013 - Séc. XXI - As únicas pessoas que apoiam o que sinto por você são apenas duas: eu e minha sombra.

- roberta laíne.