terça-feira, 30 de junho de 2020


Acabo de desligar minhas coisas, fecho os meus livros, e dou-me por vencida pelo cansaço. Produzir vídeo aulas não tem sido uma tarefa fácil, no entanto eu amo estudar, e tenho estudado bastante. Só que hoje, no horário que o cansaço me ganhou, eu ganhei um presente ao apagar a luz e deitar-me...
Como de costume, olho pela janela antes de dormir, e hoje, ou melhor, agora, vi a lua, e abri um largo sorriso! Seguido dos dizeres: "meu Deus, eu não sabia que iria ganhar um presente, não precisava..." E olha ela, como está incrivelmente fantástica! Que sorriso doce a noite tem, que magia envolta de ti, astro que cintila nos céu, você está se derramando toda na terra em forma de luz... Fecho meu bloco de notas e encerro essa prece, oh, dama da noite, boa noite, e até breve.

- Roberta Laíne.

segunda-feira, 29 de junho de 2020

Obrigada por lembrar de mim.

Obrigada por ter voltado, e, principalmente, por fazer eu me sentir um lixo... Eu já havia esquecido como era horrível se sentir assim.

- Roberta Laíne.

sábado, 27 de junho de 2020

Todas as pessoas que fico lembro de você logo em seguida, por que não vais embora de uma vez, ou fica?

- Roberta Laíne.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

O dia em que a terra parou, o livro, peteca, memória.

Estava conversando com um amigo sobre filmes e  ao dizer que os assistia desde a época do VSH, lembrei-me da minha escola favorita, na qual fiz da primeira à quarta série. Eu gostava de tudo lá, do prédio que era altos e baixos, do qual além de exibir-me e achar aquilo magnífico, também distorcia-o na minha mente, considerando-o o prédio mais alto da cidade, imaginando-o ser de uma altura muito maior do que ele realmente era, por isso dava-me medo de olhar pela janela, pois eu conseguia aumentar sua altura ainda mais, com o poder da minha mente e dos meus olhos gigantes... Gostava de chegar na escola e ter de se enfileirar para rezar alguns salmos e cantar cantigas religiosas, gostava de subir as escadas e ficar cansada, mas sentindo-me vitoriosa. Gostava de, na hora do recreio, abrir minha lancheira e vê que mamãe havia colocado o meu refrigerante favorito, na época, fanta laranja. Agora escrevendo consigo sentir o cheiro, o gosto, a textura de tudo isso, meu Deus, como era bom, como era bom! E foi absorta nessas memórias que lembrei-me de um dia atípico, do qual intitulei "o dia em que a terra parou", mas para narra-lo você precisa saber de um fato peculiar... Talvez eu fosse a única criança que amava a diretora da escola e não sentia medo dela, mas nunca soube o porquê, e, até hoje sei seu nome completo, Carmélia Martins dos Santos, uma senhora de cabelos bem penteados, evangélica, e de uma postura séria, mas que uma vez, ao olhar para mim, e sentir que eu gostava muito dela, falou comigo e perguntou-me: "Você gosta de livros?" respondi que sim, então ela assentiu com a cabeça, pegou um molho de chaves e disse: "vou te dar um presente, acompanha-me." E foi aí que eu entrei no paraíso, era o depósito onde guardavam todos os livros didáticos da escola, que chegavam para a distribuição aos alunos, o lugar era rodeado de pilhas e mais pilhas de livros, eu simplesmente fiquei fascinada, meus olhos grandes rodavam junto comigo em 360 graus para tentar visualizar todo o lugar, senti que uma luz me iluminava naquele momento, e que estava diante da fração de segundos feliz que não conseguimos prolongar por muito tempo, eu estava ecstasiada e então a diretora disse: "Escolhe um livro, o que você quiser, será seu, mas não conta para nenhum aluno." Eu dei uma leve olhada no lugar e fiquei um pouco confusa, eu era muito peteca na época, só meus olhos eram grandes, mas minhas mãos eram muito pequenas e meu corpo muito franzino, mas não podia sucumbir ao medo das pilhas, e em uma caçada miuda eu vi um livro que tinha uma capa meio roxa, cor de açaí, alguns desenhos e o nome "viva a vida", eu já sabia ler, fui a primeira da turma a aprender e aquela cor roxa com o título me chamaram muita atenção, "é esse diretora." "Tem certeza?". "Sim, tenho certeza." Peguei o livro e choquei-o ao meu peito, abracei-o como se fosse um grande prêmio, e algo demasiadamente raro. A diretora sorriu para mim e eu subi o lance miudo de escadas para retornar até minha sala, cheguei sorrateira, guardei-o como o bem mais precioso que alguém poderia ter, e passei o restante da aula ansiosa, contando as horas para chegar em casa e abrir minha mochila, correr para o quarto e folhear o meu grande prêmio, e assim o fiz. Passava horas folheando o livro, lendo suas histórias e narrando para todo mundo daqui de casa o feito, e o quão aquele era o meu livro favorito. Todos sabiam o cuidado extremo que eu tinha com o meu livro da capa roxa,  todos sabiam o quão aquele livro era tudo pra mim, e hoje eu recordo da escola, do depósito, da diretora, do livro e desse dia como um feche de luz, como aqueles segundos que não conseguimos segurar por muito tempo, pois são os mais importantes e felizes de nossa vida.

Escola: Pastor Ananias Rodrigues.
Aluna: Roberta Laíne Costa Bahia.


terça-feira, 16 de junho de 2020

Estou novamente sentindo aquela dor de cabeça terrível, que me faz sentir medo da morte, mas sei que morrer é bom, morrer não doi como essa dor, morrer é tênue. Morrer não faz eu me sentir um lixo como hoje. Morrer não é como a menina que eu gosto que me faz sentir-me sozinha. Morrer não é como passar o dia sem comer, sentindo apenas o peso de existir e resistir. Morrer não doi como a carga de não ter conseguido fazer as minhas aulas, e se sentir uma incompetente e irresponsável, porque quando eu morrer não vou levar essa dor, não terei crises de ansiedade, não me sentirei só, nem irresponsável por não ter feito minhas aulas, porque depois que a gente morre não sobra tempo, não existe mais turma, nem aulas para fazer, não existe dor de cabeça, e nem a menina que eu gosto, quando a gente morre não existe mais mensagem inesperada, troca de olhares e abraço, nem amor, nem amor, não existe mais amor.

Com carinho, 

Roberta Laíne.

domingo, 14 de junho de 2020

Sem dúvidas hoje eu tive uma das piores crises de ansiedade do ano, na verdade, ainda estou tendo. Estou me sentindo exausta, um lixo completo, e foi o que eu tive para hoje, o dia inteiro.
Não pedi ajuda a ninguém, não consigo mais pedir ajuda, já me convenci que devo e mereço sofrer sozinha...
Mas tudo o que eu mais queria era que alguém pusesse aos mãos em volta de mim e me protegesse, de tudo, do mundo, porque hoje eu estou me sentindo um lixo, algo vil, sórdido, e totalmente sem sentido. Excepcionalmente sem sentido. 


Abraça-me hoje à noite papai, por favor.

- Roberta Laíne.

domingo, 7 de junho de 2020

Ontem me perguntaram o que eu já havia feito de mais perigoso e arriscado na vida. Pensei, no intervalo infinito que há entre 0 e 1 segundo, e respondi calmamente: escrever... Escrever era tudo de mais arriscado que eu já havia feito.

- Roberta Laíne.