segunda-feira, 15 de junho de 2015

Estava olhando-me no espelho e percebi que a parte mais perceptível de meu rosto são os meus olhos. Não são azuis nem verdes, são pretos, normais. Normais entretanto, pois percebi que eles emanam uma tristeza profunda. Então continuei a olhá-los e quanto mais via, mais tão profunda ficava, até que, ao perceber que estava caindo num abismo de tristeza, de meus próprios olhos, na mesma hora abaixei o espelho e pus minhas mãos na testa, estava com a respiração ofegante e suada, questionando-me em pensamento: por que? Respirei fundo e voltei a olhá-los, mais uma vez deparei-me com aquela tristeza tremenda, eu não entendia por que eles eram tão tristes! Resolvi mergulhar dentro de mim para olhar-me novamente, então vi-me no espelho aos 7 anos e lá estava eu com os mesmos olhos tristes... Voltei para o agora e fitei-os quando, de repente, percebi um brilho sair deles, pareciam raios de sol, aqueles raios que vemos na tv, quando estamos assistindo algum filme que o personagem está no campo ou no alto de uma montanha para ver o sol nascer. Foi um fulgor estranho, tão estranho quanto a tristeza que emanava, parei de olhar-me e fiquei pensando: como algumas coisas são tristemente estranhas, e brilhantes também. São meus olhos...

My eyes

- roberta laíne.

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