sexta-feira, 3 de abril de 2020

Silêncio. 
Nós estamos em silêncio.
Esperamos e tememos os barulhos de uma Terceira Guerra Mundial, mas dessa vez foi diferente... Dessa vez ela veio muda, invisível, sorrateira, envolta de um silêncio ensurdecedor. 
Fechado. Fechado. Fechado. Aberto somente das 08 às 14 horas. Fechado. Fechado. Estamos fechados. 
E foi assim que tudo começou... nos fechamos.
Viver era difícil, mas morrer se tornou ainda pior... Agora é mais solitário, sem cânticos fúnebres, sem lágrimas de despedidas, sem poder se debruçar em desespero sobre o corpo enevoado. Fechado.
O vírus afeta a economia, a educação, a saúde, mas principalmente o nosso afeto, a.fé.to. A rua está vazia, mas não há derramamento de sangue. A igreja está vazia, mas não é por falta de padre. O domingo na praça está vazio, mas não é por falta de crianças. O vírus inquiriu: fechado, fechado, fechado. 
A dispensa do pobre está vazia, e a dos ricos recheada, mas até quando? O vírus responde? Até quando seremos egoístas? Até quando vamos perpetuar essa raça vazia, pobre de poesia, pobre de fé em si e no outro, pobre de vida. Até quando? 
Uma folha não cai se não for pela vontade de... 
Ainda tenho esperança, mesmo que o vírus tenha fechado as portas, ainda acredito que seremos melhores... na fé, na doação, e no caráter. Esse vírus que a tudo tem fechado deixou o meu coração aberto em prosa, em verso, em poemas de quarto. 

- Roberta Laíne.

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