sábado, 12 de março de 2011

Fumando Amores e Tragando Desilusões

                     

                                                                         
Com o auxílio de fósforos, o que outrora se fazia com o atrito de duas pedras, obtenho a chama, chama que acende a nicotina concreta, mas que me faz refletir sobre um amor abstrato.
Inspiro fortemente uma brasa intensa que pouco a pouco vai queimando o papel com as inúmeras químicas que compõe o cigarro, interiorizadas no mais profundo de sua essência, formando assim a fumaça, que após percorrer todo interior de minha boca parte para as duas possíveis saídas, então exalo para fora de meu corpo a união de um amor fantasmagórico com resquícios de desilusões.
Assim também como a fugacidade da vida o cigarro acaba rapidamente e advêm de um ciclo composto de início, meio, e fim, como uma vela, como a vida, a diferença é que a vida é uma só, já o cigarro, ah... Esses são vários, afinal tenho uma infinidade de amores idealizados e frustrações para tragar. 
Em meio a uma fumaça letal e obscura, de tristes marcas de amor, continue, trague, pois só assim trago você para mim.

Roberta Laíne.
                                                                                                                       [editado recentemente] 

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