segunda-feira, 31 de outubro de 2011

falando de amor

E mesmo separados o até então jovem poeta que nada, para além de suas poesias, poderia oferecer a sua amada, então fez questão de escrever uma carta dizendo-lhe o porquê a amava, e na carta escreveu...

18 de maio de 1972
Dizem que sou bom com as palavras, mas venho informa-te que a ti nem essa qualidade é atribuída, pois todas às vezes que venho escrever sobre ti, me descompassa o coração e acabo por colocar verbo no lugar de sujeito, e o que era pra ser frase vira canção, eu que tanto tenho amor a te dar, mas que nunca soube como lhe oferecer, sempre quis ser doce nas palavras, encantado com o teu mais lindo e doce olhar, eu que já tive paixões passadas, amores e loucuras, mas nada comparado ao que vivi contigo, nada aos pés do que sinto quando te sinto, vejo quando te vejo e penso quando penso-te, te amo, mas não sei porque te amo, te amo e não consigo esconder, te amo porque és linda, e porque lindo sou eu ao estar com você, te amo porque até dos seus defeitos eu amo e também vinha gostando dos meus, te amo por és doce e serena, te amo pequenina meu amor é seu. 
O tempo ameaça chover, mesmo sua família impedindo vivermos nosso amor, sei que moço optou pelo moço rico destinado a você, por ordem de seus pais, encontro-te no bosque para tomarmos banho de chuva.

- teu pequenino poeta.


O jovem apaixonado e amante deixou a carta na janela do quarto de sua amada, porém não sabia que ela fora embora na mesma noite em que o deixou.

Passara-se uma tarde chuvosa, e o jovem a esperar, esperou ao menos um sinal ou uma simples resposta de sua amada. Porém, passara-se um inverno tenebroso e nada da resposta chegar. Passara-se 28 invernos e ele ainda a esperar a resposta de sua amada. Porém, no inverno de número 29 a menina voltara a sua cidade e passou por frente de sua antiga casa que, sem venda tornara-se abandonada. Ao passar cabisbaixa lembrou do seu antigo e verdadeiro amor, mas continuou as passadas... No entanto, a cerca de 29 passadas depois de sua antiga casa resolveu voltar e entrar, pois o tempo ameaçara uma grande tempestade e ela não queria voltar para aquele quarto de hotel com sua família e assim fez, com 29 os passos que dera. Adentrou na casa e começou a lembrar de tudo como antes era. Lembrou dos quadros e antigos móveis, da vitrola que embalava as tardes de sábado e do antigo vinil favorito de seu pai, e com certo anseio lembrou da parte mais importante da casa, seu quarto. Com medo, fora ao seu quarto que tanto lhe guardou em noites frias e delicadas, olhou para a janela e lembrou de seu amado que tanto passara por ali para consigo dormir nas escondidas, lembrou que todas as noites ele ria de sua estranha mania de procurar a posição certa para dormir e lembrou de suas mãos gélidas e brancas que sempre afagava seu rosto quando se pusera a chorar, foi então que resolveu abrir a janela e de ímpeto dera um salto para trás, ali encontrou uma cartar, a carta. Sentiu seu coração disparar e corou naquele instante, suas pernas tremeram e suas mãos jorraram um suor imediato, ao abrir a carta que iniciava com a data daquela época começou a decair em lágrimas, jogou-se ao chão e começou a ler aquela linda carta. Nesse momento começara uma tenebrosa tempestade e ela não soube como aquela carta aguentou tanto tempo intacta, resistiu ao sol, resistiu a chuva, resistiu ao tempo, resistiu ao vento; foi então que ela descobriu que aquela carta só resistiu a tudo por conta do amor, o mais puro e verdadeiro amor. A jovem que não era mais jovem, pois já haviam passado-se 29 invernos longe daquela casa, resolveu sair no meio daquela tempestade e ir ao local que seu amado há 29 anos marcara, abriu o portão que estava emperrado e saíra a passos longos até lá, chegando no bosque tudo era escuro, mas ali ainda havia a árvore que eles sentavam para conversar e ali ela se pôs, chorou com o vento, chorou com a água, chorou com a carta, chorou com o raio que lhe amedrontava, e a chuva junto consigo chorava, não dera trégua e tudo inundava. Mas de repente ela sentiu umas passadas suaves e silenciosas por detrás da árvore, não sabia quem seria, mas pouco se importava, olhou para trás com os olhos recobertos de lágrimas, e ao olhar viu que ali estava seu antigo amado que também surpreso não sabia que ela  ali estava, ambos sem entender ficaram a se olhar incessantemente, nem o raio que caíra logo perto os atrapalhava, nem o vento, nem a chuva... e não deixando ele pronunciar nada ela se jogara nos seus braços e o abraçara, não houve término de chuva, não houve nada, houve apenas o beijo que ela o dera, que estava guardado por 29 anos, por 29 invernos não houve fala ou sequer palavra, não houve mais tempo, não houve mais espera, houve apenas uma coisa, O AMOR .

-roberta laíne. 

2 comentários:

  1. Muito bom, o amor repassado de fato é o verdadeiro! Ler isto e não recordar do seu primeiro amor e ter certeza de que o mesmo ainda não foi encontrado! Parabéns!

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  2. ow ow tão feliz por saber que consegui despertar essa talvez boa nostalgia em você, '-' muito obrigada por ler *-*

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