terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Sentei próximo a minha cama e comecei a pensar como você seria por dentro, de súbito, me veio a imagem de uma pedra de mármore, algo frio e desconfortável, com cheiro de gelo e pulsação parada, talvez mármore não tenha mesmo pulsação e por isso o ar gélido de quando tocamos, ou talvez... Não, isso não! Acho melhor ficar com a ideia anterior. 
Depois disso, tentei pensar em outra coisa que não fosse esse súbito pensamento em mármore, porém, nada me veio a cabeça, o que me veio mesmo fora um frio cortante, que me fez comprimir os braços... Olhei para o lado, e vi que minha janela ainda estava aberta, olhei então para frente para avistar as horas, meu relógio trabalhava freneticamente apontando duas da madrugada, fitei-o e de súbito novamente veio você, ora parecendo com os ponteiros trabalhando sincronicamente, ora parecendo com os números, parados, fechados, tão exatos e prontos para darem a hora. Nesse momento esqueci a pedra de mármore, você estava totalmente em meu relógio, para ser mais precisa te achei às duas 2 horas e 5 minutos daquela madrugada... Mais uma vez um frio cortante chocou-se em mim, foi então que resolvi fechar minha janela, deitar-me, e ficar de frente para o relógio olhando você trabalhar. Não muito tempo depois adormeci, mas lembro-me que tentei te parar com os olhos, te achei cansada demais daqueles monótonos movimentos, mas fora em vão, você continuou a trabalhar, então fechei meus olhos e imaginei o quanto deveria ser difícil - ser um relógio.

- roberta laíne.

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