segunda-feira, 28 de maio de 2012

Liar.

Eu sabia o quanto era frágil, sabia também que em mim habitava uma assustadora vulnerabilidade, eu só não sabia o circo que inocentemente criaria. E nele me fiz de palhaço, onde você sofisticamente me aplaudia. Eras tu, meu principal espetáculo e eu a palhaça que docemente vivia uma mentira que, acreditando, acabava por sorrir, e era assim, era assim que eu fazia, todas as noites colocava uma peruca colorida revestida de ilusões e um nariz vermelho jurando que havia amor, tudo isso para interpretar tua peça, tua fantasiosa peça chamada de sentimento. Mas como em um passe de mágicas, as cortinas se abriram, e antes que eu estivesse preparada para entrar em cena, o que era para ser mais uma noite de show, tornou-se o desfecho mais sombrio que revestiu a platéia, a ver todo o despreparo que havia por detrás daquele iludido palhaço, banhado de verdade com sua nudez inocentemente a amostra, e tu, tu fortes quem abriu as cortinas antes da hora, tu, somente tu, não destes conta que um dia eu, o teu palhaço, pudesse compreender o real sentido da tua peça, tua ludibriosa peça, que no final das contas não recebeu nenhum aplauso e não teve a menor graça.

- Do teu palhaço,

- roberta laíne.

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