domingo, 15 de julho de 2018

Hoje faz exatamente um ano daquele dia catastrófico, daquele world trade center desabando sem dó nem piedade em cima de mim, eu fiquei só escombros, eu fiquei totalmente esmagada sob escombros, o céu parecia respirar derrota... Não tenho vergonha de dizer que achei, do fundo de mim, que não iria sobreviver, afinal, eu nem queria sobreviver em um mundo que você não estivesse, e você já não estava mais, mas eu sobrevivi, ainda não sei o motivo pelo qual, talvez para poder escrever depois de uma ano um pouco de você. Engraçado que, eu perguntava tanto para Deus: Por que? Por que você fez isso com ela, comigo, com todos? Mas não tinha sido culpa de Deus, assim também como não tinha sido culpa dela, e nem de ninguém. Culpa? Me sobrecarregaram de culpa, eu me sobrecarreguei de culpa, a culpa toda só apontava para mim, e eu tinha que carregar ela nas minhas costas, afinal, era e é muito fácil culpar, apontar, e responsabilizar alguém por uma situação pavorosa e fatídica, eu aceitei a culpa, eu me tornei a culpa e isso turvava minha visão para ver qualquer coisa boa que viesse de você. Mas aí, aquele mesmo Deus que eu questionei começou a me dizer: filha, a culpa não é de ninguém, não estamos falando de culpa, nem de morte, nem de vida, então eu quero que você perceba que devemos falar de sorrisos... Eu não entendi o que Deus queria me dizer com essa coisa de sorriso, eu não fazia ideia do que sorriso tinha a ver com um montão de lágrimas. Então entremeios as minhas orações e lágrimas eu comecei a sorrir, pois havia entendido o que Deus queria dizer com sorriso! Buh! Ele queria dizer: olha aí filha, você e todas as pessoas tiveram sorte de terem assistido por inúmera vezes o sorriso dela! Desse modo, tornei a conversar com Deus, afinal, nós seres humanos, somos extravagantes e queremos sempre mais, então disse para ele: por que você não deixou ela um pouco mais aqui? Por que ela não se deixou mais tempo? Aí Deus olhou para mim e disse: porque tudo nessa vida tem começo, meio, e fim. Que sentido as coisas mundanas teriam acaso não tivessem um final? A partir disso comecei a entender que aquele sorriso lá de trás teria que ser um motivo de sorrisos de saudade mais aqui na frente... Nesse tempo, aprendi que onde quer que as pessoas que amamos estejam, elas sempre, SEMPRE, sorrirão para nós, principalmente uma pessoa como Cássia que tinha um sorriso feito lua minguante, parecia onda do mar que quebra na margem de areia, quando ela sorria, uma luz clara saía do fundo dos olhos e da alma que parecia que o mundo iria acabar, é por isso que agora eu choro sorrindo...

Que Deus e Nossa Senhora do Rosário estejam sempre contigo, eu te amo, eu te amo sorrindo...

Roberta Laíne.

Nenhum comentário:

Postar um comentário