sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Gosto do cheiro de natal... Cheiro suave, terno, doce e por vezes triste como a chuva que cai. Mas vale a ressalva de que todo lugar tem seu cheiro específico de natal. Tem lugar ao qual já fui que cheirava todo e completamente a vinho; já passei por um lugar que o natal só cheirava a chuva, terra molhada e cheiro de barro e casinha alagada no ar; uma vez vi na tv que havia um lugar que o natal só cheirava a panetone, acho que era aí pra fora dos Brasil. Bonito mesmo é o cheiro do natal das crianças, cheira a vermelho, laço, embrulho de presente e papai noel.
Teve um natal em minha vida que eu me lembro que só cheirava a fogos de artifício, parecia mais até cheiro de ano novo, e não de natal. Teve um natal, quando eu era pequena, que cheirava a inocência, lembro-me perfeitamente que, ao acordar, senti o cheiro de café da manhã que se espremia no coador, saí da cama como um foguete rumo a lua quando esbarrei em mamãe e perguntei se ela tinha visto papai noel entrar, mamãe disse que sim coando o café e mandou-me ir olhar de baixo de minha cama. Nesse momento, o mesmo foguete rumo a lua que se chocou com o asteroide mamãe, fez uma curva arriscada e manobrou de volta ao meu quarto, pernas finas dobradas, cabelos cacheados cobrindo meus grandes olhos, estava lá, o presente de papai noel... Se a memória trouxesse exatamente sentimentos que nos inundam em determinadas ocasiões, esse, eu não ousaria pôr em palavras.
São tantos cheiros de natal, cada lugar tem seu cheiro específico, e espero que o meu esse ano tenha cheiro de pipoca e filme, acompanhado de uma boa xícara de chocolate e algumas risadas, com cheiro de pause, pois cheiros como esses dificilmente gostaríamos de deixar evadir, cheiro de pause, pra nunca mais passar e se perder de vista. 
- roberta laíne.

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