sábado, 31 de janeiro de 2015

Eu não tenho amigos, namorado ou namorada, eu não tenho ninguém, sou simplesmente a ponta do iceberg que destruiu o Titanic. Nunca houve pessoa que me entendesse e/ou me ajudasse a entender por que que eu existo, qual a finalidade de minha vida, e o que tenho que fazer aqui. Mas nem sempre fora assim, já tive amigos, já tive namorados e namoradas, e já tive a esperança de que uma dessas pessoas me entendesse, até vaidosamente cheguei a acreditar que estava enfim descobrindo respostas às minhas perguntas, ou então estava ficando próxima de tais respostas, porém, mais uma vez eu era ceifada pela vida, destino, ocasião, como queira chamar, e fui perdendo e perdendo e perdendo, até chegar onde estou, num quarto, empoeirado, repleto de tristezas e tempestades, na parede uns vinis de quem eu não sei, um quadro que não demorarei a quebrar, um poster e alguns livros empilhados, entretanto tudo está morto, tudo o que habita em mim e em meu quarto está morto, com exceção é claro de meu aquário, que ainda há peixes que nadam tentando quebrar esse vidro de existência como eu, ou não, talvez sejam como a maioria, nadam nadam nadam e nada tem a saber... Enquanto isso a terra gira, translada e rotaciona, o mundo corre, pisa, esmaga, inspira e expira, respira, vive e morre. Quantos morreram nesse meio tempo que eu escrevi isso? E se fosse eu? E se fosse minha vez? Pois sei que estamos na fila e quando chega nossa vez é inevitável. Você já parou para pensar que nesse exato momento alguém se foi e que poderia ter sido você? E se fosse você...

Eu já não sei.

- roberta laíne.

2 comentários:

  1. Você ainda por aqui? Caramba! Engraçado que outro dia lembrei-me de você, pois havia um questionamento rondando meu corpo e lembrei-me que era, em seu todo, bom com você. Digo as dúvidas e a controvérsia do diálogo, das coisas...

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