sábado, 16 de fevereiro de 2013




Era notório que a imensidão daquele campo significava Deus, assim como era notório também que, aquele entardecer absurdamente em tons laranja significava: Deus, Eu e Você. E, deitadas na relva, começamos a olhar para as nuvens. Você como sempre criativa viu um dragão de boca escancarada, procurei o dragão, mas graças a Deus não o vi; enquanto eu, como sempre estranha, vi um caranguejo, você procurou-o, e, por sorte, não o viu também, como não vi seu dragão de boca escancarada. Ainda bem que eram apenas nuvens, pensei escondida, enquanto ficamos ali procurando imagens estranhas... Dava para ouvir o gargalhar de Deus lá de cima a nos olhar. De repente, você resolveu perguntar-me o que eu realmente via quando olhava para as nuvens, lembro-me perfeitamente que respondi em escarnio: "Eu vejo nuvens!" você sorriu dizendo que eu era uma completa e perfeita idiota, sorrimos e após o término do sopro de nossas gargalhadas, um fio de silêncio tomou conta do lugar, foi quando quebrei-o e disse: "Quer mesmo saber o que eu vejo quando olho para as nuvens?", ela assentiu e eu disse: 
"Deus... Eu só consigo ver Deus... quando olho para as nuvens."

Na tarde de 14 de janeiro de 2024

- roberta laíne. 

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