domingo, 14 de dezembro de 2025

 

Será que aos domingos as pessoas procuram mais por poesias?
Será por dor ou por alegria?
É por prazer ou agonia?

- Roberta Laíne. 

domingo, 7 de dezembro de 2025

Quetiapina de 25 mg

Querido leitor, esses últimos tempos consegui um feito inusitado: parei de tomar a quetiapina para dormir. E tudo começou numa bela noite em que eu estava com muito sono e acabei adormecendo sem tomá-la. Isso já estava acontecendo há algum tempo, digo, o fato de eu sentir muito sono antes de tomar o mediacamento. Mas, sempre acabava tomando-o, pois não me sentia segura para suspendê-lo. Em uma consulta, há algum tempo atrás, meu psiquiatra disse que eu poderia tentar tirá-la e assim fiz. Porém, a resposta não foi muito positiva, pois tudo o que consegui foi passar noites em claro. Enfim, voltei a tomar o medimcamento e me distanciei da ideia retirá-lo. [Voltando ao presente]. No dia seguinte de ter dormido sem o comprimido, pensei: "Que tal tentar dormir todas as noites assim?". E foi dessa maneira que eu iniciei a saga de mais uma vez tentar dormir sem a quetiapina. Os primeiros cinco dias foram bem ruins, marcados por noites conturbadas e de grande inquietação. Eu "acordava" no outro dia bem destruída, pois não conseguia adormecer. Contudo, dessa vez, havia alguma coisa diferente, uma espécie de força-voz em mim que dizia: "Não toma, aguenta, só mais hoje". Confesso que os meus dias estavam ficando bem perturbadores, sentia que minha imunidade estava baixando, que eu estava muito mal-humorada e que a minha memória e cognição estavam ficando prejudicadas, afinal, dormir é essencial para que o nosso corpo funcione bem. Enfim, continuei seguindo a voz... Nas minhas orações, durantes os terços, eu pedia mais forças a Deus e foi assim que, sem perceber o dia exato, eu voltei a dormir sem precisar tomar o medicamento. Sendo bem sincera, eu estou muito feliz. Tipo quando nós aprendemos a andar de bicicleta sem as rodinhas de apoio. É como soltar a mão de nossa mãe para atravessarmos a rua. Não sabemos ao certo quando os nossos pais deixam de segurar as nossas mãos e passamos a atraversar sozinhos, mas, esse momento acontece, para todos. Eu soltei a mão da quetiapina e não sei se precisarei segurá-la novamente. Todavia, por enquanto, quero gozar desse momento de liberdade, de sentir minhas mãos livres, ou melhor, Deus as segurou, para que eu conseguisse andar pela tempestade sem afundar. Querido leitor, independentemente do que seja, passe a ouvir mais a voz que há dentro de ti, SE ELA TE FALAR COISAS BOAS, e solte as mãos do que te escraviza, suporte a escuridão, pois os teus olhos vão se acostumar e a luz surgirá. Sabe, somos muito maiores, somos muito mais fortes do que imaginamos. Com ou sem a quetiapina, pois caso eu precise voltar a tomar o medicamento, isso não fará de mim uma pessoa menos incrível...

Com carinho,

Roberta Laíne.

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Sofria calada

Depois…

Pegava todas as palavras que engolia

e fazia poesia.


Não sou eu, eu juro.


Roberta Laíne. 

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Aos meus queridos alunos do cursinho.

Redijo esta carta no dia 07 de novembro de 2025, está fazendo uma linda manhã de sol e tudo o que pretendo emanar por meio dela é luz. Na noite de terça-feira, no final da minha aula, contei aos meus alunos um pouco sobre as minhas lutas e tudo o que venho enfrentando. Em resumo: no final do ano de 2024, entrei em um grande deserto, pois os meus medicamentos contra depressão e ansiedade, doenças que enfrento há mais de 10 anos, pararam de fazer efeito e a partir de então foram longos dias, semanas e meses de profunda escuridão. Minha vida virou de cabeça para baixo, fui afastada da escola que trabalhava, não saía, não comia, não dormia, passava basicamente o dia inteiro sob crises de pânico e ansiedade, foi quando o medo e o desespero se instalaram em minha vida e eu não tinha mais perspectivas. No início deste ano, as coisas ficaram ainda mais obscuras, pois descobri duas doenças no meu intestino, as quais começaram a me maltratar ainda mais. O poço que já era fundo ficou muito abaixo do solo, era difícil, para quem estava na superfície, conseguir me enxergar. E assim os meus dias foram recobertos de várias consultas, exames, diagnósticos, medicamentos, sessões de terapia e dieta. Perdi 10 quilos, a vontade de viver, e me perdi. Certo dia, enquanto estava na sala de espera para uma consulta, uma vizinha começou a conversar comigo e pediu o meu número, disse que queria me apresentar um missionário da igreja católica que vem ajudando muitas pessoas a se reerguerem, por meio de suas lives. Passei o contato e pouco tempo depois ela me enviou alguns links. Cliquei, por curiosidade, mas não esperava grande coisa. No início, eu não entendia muito bem como funcionava e achava que passávamos muito tempo rezando na frente da TV, pois ele entrava quatro vezes ao dia, mas passei a fazer. Havia dias em que eu não conseguia rezar direito, pois estava sob fortes crises; noutros, eu chorava muito. Contudo, os dias foram passando e eu não conseguia mais parar de assistir as lives. Os terços a São Miguel Arcanjo e ao Sagrado Coração de Jesus foram preenchendo o meu dia e foi assim que os meus novos medicamentos começaram a fazer efeito... Eu já conseguia dormir, havia voltado a comer, mesmo que pouco, ensaiava as minhas primeiras saídas de casa, e foi aí que percebi que eu estava começando a escalar o fundo do poço do qual me encontrava. Nesse período, uma amiga veio me visitar e perguntou como eu estava. Como ainda era incipiente a minha melhora, respondi que estava, aos poucos, ficando bem. Foi quando ela questionou se eu não tinha interesse em dar aula em um cursinho, para que eu pudesse retornar aos poucos à sala de aula. A minha resposta foi forte e vibrante: NÃO. Eu não quero. Pouco tempo depois estava eu, em uma sexta-feira à noite, pela primeira vez, dentro da sala de aula que eu disse que não entraria. Mas, antes, tive longas conversas com Deus, e sempre dizia a ele: Mas, Senhor, eu não vou conseguir, olha como eu estou. Magra, triste, abatida, fraca. Porém, Ele sempre respondia: “Dê o passo que eu dou o jeito”. Confesso que ficava chateada, queria mesmo era ficar no meu quarto, curtindo a minha dor. Mas, como a palavra final é sempre a Dele, voltei a estudar, voltei a acessar os arquivos no meu notebook com as minhas aulas, e comecei a lembrar de todos os lugares que já passei, de todas as aulas já que preparei e ministrei, de todos os dias de muitas pesquisas, leituras, estudos... Foi quando comecei a ir me reconhecendo naquelas apostilas, slides, documentos do Word, vídeo-aulas, e assim fui mergulhando novamente naquilo que eu mais amava fazer: dar aula. Depois de conhecer a turma, senti uma necessidade ainda maior de dar o meu melhor, então passei a atualizar os meus materiais e a estudar mais, e entregar o meu máximo, mesmo, às vezes, sob fortes crises. Não sei explicar ao certo, mas quanto mais eu conhecia a turma, mais eu era convencida do quanto eles precisavam e mereciam o meu melhor e assim fiz. Cada sexta-feira era uma grande oportunidade de conhecê-los mais e mais e de me resgatar também... E foi assim que a turma se tornou a segunda melhor coisa que aconteceu no meu ano de 2025. A primeira, vocês devam imaginar, foi o missionário Geraldinho Correia, o das lives de todos os dias. Ele me reapresentou Deus. E, graças a Ele, aqui estamos. Essa carta só existe porque, mesmo com medo, eu disse sim a Deus. Eu disse sim a missão que ele havia me encarregado. Essa carta só é possível porque vocês existem e me mostraram, sem perceber, que viver é incrível, mesmo com todos os percalços e dificuldades. Lembro-me que eu clamava a Deus, em lágrimas, para que ele me desse um motivo para continuar lutando pela minha vida e ele me deu uma turma inteira. UMA TURMA INTEIRA. É Incrível, mas Deus nunca faz pelo menos, ele sempre faz pelo mais. E encerro está carta te dizendo que sim, você foi chamado para viver grandes coisas e você as viverá! Todos somos um projeto lindo de Deus para dar certo. E eu sei que vocês estão com muito medo desta prova, mas coragem! Quando Deus está no barco não importa o tamanho das ondas. Não olhem para a tempestade, olhem para Deus.

“Sede fortes e corajosos; não temais, nem vos atemorizeis; porque o Senhor vosso Deus é quem vai convosco. Não vos deixará, nem vos desamparará.” Deuteronômio 31:6

Com profunda gratidão e carinho,

Professora Roberta Laíne.

domingo, 24 de agosto de 2025

Querido leitor, estou chegando ao meu limite. Não tenho mais forças para lidar com todos os meus diagnósticos e com os muitos e diversos comprimidos que preciso tomar diariamente. Eu não vivo, eu sobrevivo. Hoje, em particular, estou carregando toda a tristeza do mundo em meu peito.

Com carinho,

Roberta Laíne. 

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Esquizofrenia

Transformo 

As vozes

Da minha cabeça 

Em poesia. 


CID-10 F20


Com carinho, 


Roberta Laíne. 

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Colecionadora de dores ou de aprendizados?

Capanema, em 30 de junho de 2025.

Querido leitor, trago novas péssimas notícias: o meu irmão está afundado em dívidas, e os valores são muito altos. Essa situação, como boa parte dos nossos problemas, não surgiu da noite para o dia, ela já vinha se arrastando há algum tempo, mas somente no mês passado veio à toda para toda família. E, agora, descobrimos que o problema possui uma dimensão muito maior do que a que imaginávamos. Meu irmão deve para agiotas, muitos agiotas e também para vários cartões, vários mesmo. No início da semana, ele veio ter comigo e me contou tudo. A priori, eu fiquei anestesiada, como quando tomamos um susto, um baita susto! A diferença é que até hoje estou assustada, sem entender como isso chegou na proporção em que hoje se encontra. Toda a nossa família foi afetada e estamos bem desolados. Agora, estamos pensando em soluções rápidas para poder ajudá-lo, uma vez que tudo corre juros e nada espera. E, sim, eu tenho muito medo de que algo de ruim possa acontecer com o meu irmão, que alguém faça mal a ele ou que ele próprio possa vir a fazer. Foi horrível lidar com toda esta situação, principalmente ter que contar para o meu pai biológico e vê-lo tão vulnerável, nervoso e desorientado. Às vezes, minha cabeça dá um milhão de voltas e não chega a lugar algum, sinto-me impotente diante da situação. Eu sinto muita pena da minha mãe biológica, muita mesmo, pois ela não merece estar passando por tudo isso, vivendo sob o medo, a dor e o desespero. Contudo, acredito que tudo isto está acontecendo por um motivo que foge a nossa compreensão humana. Hoje, vejo a dor como uma professora incrível, que nos ensina como viver melhor. E é verdade, meu querido leitor, quanto maior a dor, maior o aprendizado.

Com carinho,

Roberta Laíne. 

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Querido leitor, toda vez que rezamos pelo bem das pessoas ao nosso redor, clamando pela felicidade, saúde, proteção e prosperidade delas, é como se enchêssemos o nosso próprio caminho de rosas. Ser feliz com a felicidade alheia, liberar perdão a todos aqueles que nos fizeram mal, não é sobre o outro, é sobre você, é sobre a sua capacidade de ir além, de acessar a cura dentro de si próprio… 

é construir uma ponte segura, em nossa trajetória, com acesso direto ao céu.

Com carinho,

- Roberta Laíne. 

quarta-feira, 16 de abril de 2025

Querido leitor, eu amo o barulho de cachorro latindo ao longe. E, por favor, não ria. Sei que isso é absurdamente específico e esquisito, mas eu amo. E, no final das contas, acho que são essas coisas que fazem de nós únicos e encantadores (e bizarros, talvez). E como a maioria das nossas estranhices, não sei muito bem de onde isso surgiu e muito menos o momento exato em que começou. Porém, tenho uma boa referência cinematográfica, o documentário "Retratos Fantasmas", do Kleber Mendonça Filho, por meio do qual conheci o registrado latido de Nico, o cachorro do vizinho. Certa vez, Kleber começou a escutar o latido de Nico, que já havia falecido, e ficou sem entender o porquê de estar escutando-o novamente. A resposta é simples, naquela noite, o seu filme "O som ao redor" estava passando na Globo, e foi de lá que veio o som dos latidos do cachorro, agora eternizado em mais uma de suas obras. Sinceramente, eu acho que você deveria assistir aos filmes de Kleber Mendonça Filho, tanto pela sensibilidade do diretor quanto pelo Nico, o cachorro do vizinho. Enfim, não sei muito bem qual mensagem esse texto quer transmitir, talvez não seja nada muito importante, coisas como os latidos de um cachorro ou quem sabe algo mais elaborado, como a persistência da memória.

Com carinho,

Roberta Laíne.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025



Querido leitor(a), sigo surpresa com estes números e grata pela visita ♥️

sábado, 15 de fevereiro de 2025

Querido diário, há alguns dias o meu blog tem sinalizado um pico de visualizações, o que é algo bem incomum. E, sim, questiono-me quem seja. Quando vejo os números, ponho-me a pensar: Será apenas alguém curioso? Será uma pessoa verdadeiramente preocupada comigo?. De qualquer forma, fico feliz com a “presença”. Fique à vontade. Espero que a poesia te abrace ternamente, e que meus versos lhes sirvam de consolo e carinho. 

Com amor,

- Roberta Laíne. 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025


Capanema, em 09 de fevereiro de 2025

Querida Roberta, é um dia de cada vez e não dois! Não se avexe! Estamos enviando daqui toda a proteção que você necessita. Sua melhor amiga ficou encarregada de cuidar de você como um todo: sua alimentação, os chás, os conselhos, as risadas e lições. Ouça com bastante atenção tudo o que ela fala, pois ela é um espírito evoluído e carrega dentro de si grande sabedoria. Ajude-a com suas dores, ela também precisa de carinho e cuidado. Continue a rezar os seus terços com a sua tia e mãe, eles estão salvando a sua vida. Medite. Encare os seus medos. Ouça boas músicas. Pratique exercício. Perdoe o seu pai e ame. Você é feita de amor, muito amor, então não deve haver lugar em seu peito para solidão e desespero. O que está acontecendo em seu estômago é para testarmos a sua fé! Você está bem! Mas precisa aumentar a sua fé. É a mesma mensagem que deixamos na carta anterior e não se preocupe, você ainda vai voltar a beber Coca-Cola.

Com carinho,

O outro lado.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Capanema, em 04 de fevereiro de 2025

Querida Roberta, você ficará bem! Porém, é necessário que haja mais fé de sua parte. Você precisa acreditar que merece ser feliz, porque você merece. Ninguém veio ao mundo somente para sofrer, estamos aqui com a missão de sermos felizes, mas isso não nos isenta dos obstáculos da vida, pois esses são de suma importância para a o nosso crescimento físico, mental, cognitivo e espiritual. Quem sofre, tende a alargar o coração e ao invés de viver uma vida amarga, deve deixar a vida mais doce. Seus medos e traumas devem ser convertidos em coragem, força e perseverança. Veja o quanto você já lutou. Veja até onde você já chegou e continua uma pessoa doce, que não deseja o mal de ninguém. Você precisa acessar a cura dos seus traumas e medos e ela não está nos medicamentos e sim dentro de você. Nos terços que você reza, nas risadas que você dá e, até mesmo, em suas lágrimas. Quando estamos bem, não deixamos de passar por noites escuras, a diferença é que passamos a carregar a luz dentro de nós. Os mentores e guias espirituais não querem o seu mal, muito pelo contrário, eles querem te auxiliar a percorrer o caminho mais florido da vida. Busque incutir na memória as coisas boas que  você já viveu, elas sim valem a pena de serem lembradas.

Fique bem e lute.

Com carinho,

O outro lado.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Talvez, tudo tenha que dar errado para dar certo. 

Querido diário, se me pedissem para descrever como é uma crise de ansiedade, eu diria que é tipo quando alguém está tocando bateria, só que muito mal, alto e descompassado. Não é um som, é um barulho. Um barulho alto. Muito, muito alto. A ansiedade é uma descanção.

Com carinho,

- Roberta Laíne. 

quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Querido diário, há tantas coisas acontecendo na minha vida, que eu não sei nem por onde começar. Mas vamos lá: voltei a ter crises. E, dessa vez, elas estão absurdamente fortes, como nunca estiveram, e isso tem me assustado bastante. O medo de enlouquecer ou surtar e ter que ir amarrada para uma clínica psiquiátrica tem me rondado. Penso na minha família, e no quão seria muito doloroso a eles me verem nesta situação. E o pior é que essas crises estão começando a tomar conta de todo o meu dia, ficando mais severas no final da tarde. Minha família já não sabe mais o que fazer e eu muito menos. No sábado, fui a um terreiro de umbanda, sendo recebida pela mãe Maria que, certa vez, há muitos anos atrás, havia me recebido. Em sua casa, ao me tocar, ela reagiu tristemente, indagando-me com tom de piedade: “meu Deus, minha filha, por que tanta tristeza? Por que tanto sofrimento?”. Eu olhei para ela e fiz com as mãos um gesto que demonstrava um “também não sei” e depois baixei a cabeça. Após dar outra volta por mim, ela se assustou, ficando gelada, pois havia sentido um espírito frio que me acompanhava, de um amor que já morreu… Sem rodeios, disse a ela que era a Cássia, e fiquei um pouco mais triste. Parecia que toda a tristeza do mundo estava dentro de mim, e eu a carregava sozinha nas minhas costas. Bem, na sequência, dona Maria deixou claro que sou médium (e das fortes) e que demorei muito tempo para procurá-los. Deixou claro também que a minha mediunidade é somente para coisas boas, curas e o bem. Ela disse que o meu coração era muito bonito e bondoso e só via coisas boas saindo dele. Que eu era meiga e doce. Fiquei feliz ao ouvir isso, pois lembrei de papai, do meu doce papai, e, nesse momento, um pouco de toda a tristeza do mundo saiu das minhas costas. 
Queria que tudo o que estou narrando tivesse acontecido de modo sereno, como parece, mas não foi bem assim, tudo aconteceu enquanto meu corpo se tremia de medo, meu coração estava disparado e minhas mãos estavam geladas. Acho que é o medo do novo/desconhecido para mim, ligado ao fato de eu ter sido criada dentro da igreja católica e sempre ouvir coisas ruins sobre religiões de matriz africana. Porém, eu não tenho absolutamente nenhum tipo de preconceito. Acredito que bem e mal se faz dentro de qualquer religião e fora delas. Mas também sei que preciso enfrentar os meus medos. Não há mais nada que a ciência possa fazer por mim, estou tomando vários medicamentos, fazendo terapia e etc. No final das contas eu sei que o meu problema é espiritual e que preciso enfrentar tudo isso com muita garra e força. Todavia, questiono-me se tenho toda essa garra e força, questiono-me que tipo de pessoa sou. Todos os dias tenho lutado contra seres invisíveis, contra a minha própria mente, contra eu mesma, com as ferramentas que tenho por perto: um terço, muito medo, e minha família. Espero que eu vença, porque eu sei, mais do que ninguém, o quanto mereço ser feliz. Eu mereço muito. É ardente e violento o quão mereço ser feliz.

Com carinho,

- Roberta Laíne. 

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Querido diário, eu não venci a depressão. Eu venço, todos os dias.

Com carinho,

Roberta Laíne.