Querido diário, trago dúvidas.
Dentre todas as coisas que escrevi por aqui, desde a crise aguda que entrei, a que redigirei agora é a mais delicada:
eu não quero mais.
Não estou falando de viver.
Calma, senta, vou te explicar direito…
Bem, das poucas certezas que tenho na vida, uma delas foi a que escolhi como profissão. Ser professora é, de longe, o que eu mais amo e tenho habilidade para exercer. Contudo, ultimamente, não consigo mais me imaginar dentro de uma sala de aula. Não consigo mais visualizar a professora Roberta. E isso é bem estranho e perturbador. Eu estou morrendo de saudades dos meus alunos, não sei nem mensurar o tamanho desta falta. Os detalhes, os benditos detalhes… Porém, eu não quero mais voltar para a sala de aula. E acho que no fundo eu já sabia que se eu parasse… Dói tanto, sabe? Dói porque é um amor. Dói porque envolve pessoas & sentimentos. Dói porque era uma das minhas poucas certezas. Dói devido aos malditos detalhes. Queria dormir e acordar sendo a professora Roberta novamente, a que eu deixei no meio do caminho, perdida, abandonada. Queria dormir e acordar lá, sendo o que eu sempre amei ser. Queria me ter de volta, mas tudo o carrego são incertezas e dúvidas. E o desejo de que Deus tenha misericórdia de minhas falhas.
Com carinho,
- Roberta Laíne.
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