Deixe suas roupas a cá, pendure-as ali, e leia de fato, o que tanto falo, que faltas me faltam, que verbos me embalam, eis os meus Poemas de Quarto... (Roberta Laíne)
segunda-feira, 29 de abril de 2024
domingo, 21 de abril de 2024
domingo, 14 de abril de 2024
Querido diário,
É um pouco esquisito estar recebendo atenção, carinho e cuidado de um homem, pois sempre me conecto a mulheres e é a elas que compartilho o meu íntimo. Mas, desta vez está sendo diferente. Contudo, isso não é algo que me perturbe, pois sempre achei que o amor (ou coisa parecida) pode vir de qualquer lugar, independentemente do corpo ou forma que habite. E isso me faz lembrar de um dos meus filmes favoritos: A forma da água.
Agora, o que tenho achado bem esquisito, é o fato de eu não precisar mendigar atenção. Não sei, talvez eu tenha ficado condicionada, devido a última experiência que tive, a receber pouco. Receber o mínimo. Mas, com o Lucas é muito diferente, porque ele me acha incrível, mesmo eu citando um monte de defeitos que tenho. Ele também acha soluções para cada problema que crio e diz que estará comigo. Hoje, por exemplo, quando citei sobre o meu medo de sumir, como sempre faço, ele simplesmente disse: “quando você pensar em sumir, vou estar lá para não deixar isso acontecer”. Com estas benditas palavras. Benditas porque sei que ele não está mentindo. Benditas porque sinto-as como o calor de um abraço. Benditas porque o vento pode levá-las, mas suas atitudes hão de trazê-las de volta.
Sinto-me acolhida, de modo sereno e sem grandes esforços. Porém, ainda não me sinto apta a gostar de alguém no momento. Quero ficar só, e só depois de estar completamente bem, ficar com outra pessoa. Contudo, essa sensação é demolida quando ele sorri. Puta que pariu, hein, Lucas!? Que diabos de sorriso encantador você tem!? De onde vem tanta bondade e generosidade!? Como consegues ser tão singelo!?
Espero que eu não te magoe, porque tu, somente tu, és como a rosa do Pequeno Príncipe e é o tempo que dedicas a mim, que tem te tornado tão importante.
Com carinho,
- Roberta Laíne.
domingo, 7 de abril de 2024
Há palavras cujo significado eu pesquiso desde os meus 15 anos, mas eles nunca ficam presos em minha memória: insolente, energúmeno, subterfúgio. Pergunto-me, o que há com estas palavras? Por que elas não querem morar em minha memória? Será que elas não gostam de mim? Será que elas me odeiam em silêncio? Compreendo que a minha mente não é o lugar mais aprazível de se fazer morada, mas, e se elas ao menos tentassem? Um teste, talvez. Elucubração, idiossincrasia, incólume. Por que elas não penetram na minha mente? Qual o custo desse movimento? Será que elas me fariam mal? Ou seria questão de merecimento? Será que não as mereço? Pungente, solércia, tenaz. Talvez estas palavras sejam corajosas demais e fujam. Talvez saibam de algum segredo obscuro da mente e por isso não permanecem, saem exasperadamente no intuito de sobreviver. É isto! Elas sobrevivem! Meu Deus, agora invejo-nas… Queria poder segui-las e vê o que há do outro lado. Do lado onde ficam as coisas esquecidas, onde um dia moraremos. E & vocês. Para sempre.
Com carinho,
- Roberta Laíne.