domingo, 18 de fevereiro de 2024

Querido diário, não consigo precisar o quanto a filosofia tem me ajudado...

Recentemente, descobri uma professora chamada Lúcia Helena Galvão e tenho acompanhado-a através de algumas de suas participações em podcasts. E, em linhas gerais, estou chocada com toda a sua inteligência, coerência, sabedoria e serenidade. Suas abordagens e explicações têm trazido a mim a compreensão de muitas coisas, auxiliando-me no melhoramento de minhas posturas e atitudes perante as situações que me cercam. A filosofia, sem dúvida, é como um abraço, por meio do qual estou resgatando o conforto e a paz de viver, de estar viva. E é por meio dela que tenho aceitado mais as coisas como elas são. Porém, isso não significa que me tornei uma pessoa conformada. É que agora eu consigo visualizar, com mais clareza, a existência de coisas que eu não posso mudar, pois elas não estão sob o meu controle. Quem nos ensina esse movimento, de concentrarmo-nos somente naquilo que podemos controlar e não gastar nossa energia com aquilo que não controlamos, é o estoicismo. Para reduzir ainda mais o seu significado, é quando você para de dar murros em ponta de faca, com o objetivo de não levar golpes. Pois, até que se prove o contrário, facas sempre cortarão, então por que golpeá-las?
Outro ponto em que também tenho encontrado paz, é na questão das minhas conquistas. Eu sempre me senti inferior em relação a outras pessoas. Aquela coisa de fulano comprou sua casa, beltrano seu carro e cicrano está viajando o mundo. Bem, de modo mais claro, vejo que não serão essas coisas que irão mensurar a minha importância e valor, por mais que o capitalismo diga o contrário. E isso também não significa, mais uma vez, que eu me tornei uma pessoa acomodada ou que desisti dos meus objetivos, mas sim que comecei a aceitar o tempo de todas as coisas, pois sei que elas hão de se concretizar, caso necessitem. Cada um está sincronizado em uma frequência, possui uma missão e dispõe de ferramentas diferentes. Sócrates não tinha nada, até a sua túnica era de um tecido grosseiro. Diógenes morava em um barril e só tinha uma tigela para beber água, e quando viu uma criança utilizando as mãos para o fazer, desfez-se do objeto. Estou falando de filósofos importantes, os quais possuem ensinamentos que reverberarão pela eternidade. Não foi a casa, o carro e nem o dinheiro deles que os tornaram eternos.
Talvez você não entenda em qual ponto eu queira chegar, mas, hoje pela manhã, Cecília deitou-se na minha cama e nos abraçamos ternamente, enquanto a chuva caía lá fora. Pela janela do meu quarto, vi gotas de felicidade resvalando sobre o teto, enquanto eu sorria e dizia para mim mesma: meu Deus, como eu estou me sentindo feliz e realizada neste momento, e isso nada tem a ver com o meu saldo bancário e nem com as coisas que possuo.

Com carinho,

Roberta Laíne.

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