segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Sinto-me um "Q" desértico perdido nas páginas de um livro de poesia, nasci pra sentir, nasci pra sentir. Às vezes sinto o mundo ao meu redor e começo a ter náuseas, como se eu conseguisse capturar, numa fração ininteligível de segundos, todas as dores humanas que me rodeiam. O peito começa a envergar e o corpo humano dilacera em sucumbir às tristezas do universo, nasci pra sentir, sentir demais. Nasci pra escrever esses engatinhados de vida que o homem dá rumo a lugar algum... eu não tenho o endereço da Lua, e também não tenho o endereço do seu coração. Tudo bem, eu também não tenho mais meu próprio endereço, estou morando nas páginas de um livro de poesia esquecido por você, na prateleira de uma biblioteca. A biblioteca é a personificação da terra, os livros são as possíveis 8 bilhões de pessoas a cá, e, eu, eu sou um livro sem pé nem cabeça, com rimas clichês e morfo entre as bordas. Enquanto isso a ciências avança e o homem se acha ilimitado, mas isso tampouco importa-me, o homem sempre vai achar que o universo é o quintal de sua casa...
Dizem que o amor entra pelos olhos, e isso me fez pensar que, a pior coisa que Deus poderia ter dado ao homem foi o livre arbítrio, e a melhor delas foi o amor. A segunda melhor coisa que Deus deu ao homem foi a poesia, é somente através da poesia que conseguimos mudar o curso do mundo, a expansão do universo e a permanência do amor, ah, a permanência do amor! Eu nasci pra sentir...

- Roberta Laíne. 

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