quinta-feira, 13 de setembro de 2018

É uma espécie de falsa liberdade, parece mais com um precipício, uma liberdade manchada, presa, enclausurada, solitária e incongruente. Você sabe, eu sei, todos nós sabemos, mas ninguém quer falar, ninguém quer pronunciar, ninguém quer dizer a verdade para não causar enxames, ou maiores perturbações à raça humana, mas é fato e fatídico: a liberdade não existe... e não falo isso como se fosse fácil falar, não é fácil, não é, mas todos nós, no fundo, sabemos. Por que lá está ela, no auge da exaustão, no ponto cego da vida, lá está ela, na sua mais pura e doce forma de não estar, de não existir, de sumir diante dos olhos, ouvido, boca, alma.
A pior parte é você saber, e, não poder fazer absolutamente nada. Porque você não pode fazer nada, eu não posso fazer nada, nós não podemos. Fazemos apenas parte do grupo dos inteiros que não podem... E não adianta negar, não adianta se fazer de surdo, cego, mudo, e muito menos fazer essa cara de indignação, assim também como não adianta sair correndo atrás de um dicionário e apontar o dedo pra palavra e dizer: aqui, tá aqui, liberdade existe, olha! Não adianta... pois você sabe, eu sei, e todos nós sabemos, a liberdade não existe, não aqui, não ali, não ainda, não por nós ou por vós, não pelos humanos, a liberdade não existe, não, não ainda.

- Roberta Laíne.

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