quarta-feira, 6 de julho de 2016

Quanto mais a gente estuda, mais nos perdemos em nossas certezas... Ontem eu achava cegamente que o céu era em cima e o inferno em baixo, hoje estou sem teto, não consigo me firmar em uma direção. Nem para baixo nem para cima, não sei a orientação do céu nem a do inferno. O bom de sabermos das coisas é que não sabemos de nada, e o paradoxo de viver nos queima a garganta com o gole seco de ausências que nos preenchem. Estamos a todo momento tentando ser, ser melhor, ser bom, ser mal, ser atraente, ser coerente, ser vivo, no final das contas não sabemos o que no final da tal das contas estamos tentando ser. Carência. Somos seres carentes de paciência, de roupa, de comida, de sexo, de música, de poesia. Tentamos ser bom para sermos suficientes e suficientes para sermos perfeitos. Não somos perfeitos, ou somos? Emanamos luz, alguns clara, outras escura. Ao mesmo tempo que há milhões de células vibrando, para alguns não deva haver célula alguma, a não ser Deus. Deus é uma célula? Quem é Deus? Fé. Somo atordoados de perguntas, somos seres atordoados. Da mais sã ao mais doentio brota algo indiferente aos conceitos de sanidade e insanidade. Somos por que somos ou por que queremos? Somos? Onde estamos? Pra onde vai a água da chuva? De onde vem a água do mar? Somos homens e mulheres e animais? Só? Quem inventou a cor rosa? Será mesmo que existe o azul? Morrer é pouco. Morrer é pouco demais para tamanha vida. Qual a diferença entre um psicopata e aquele momento que você come desesperadamente um fast food sem lembrar que naquele exato momento uma criança negra fecha os olhos de fome. Alguém pode definir a palavra orgasmo? Talvez o 'homem' termo machista por sinal nunca tenha ído a lua, nunca saiu de um cenário, de seu cenário, do seu quarto. E se a água realmente acabasse? E se não existissem heterossexuais? Se John Lennon estivesse vivo será que ainda estaria casado com a Yoko? Qual a função orgânica do cérebro se não psicológica? Você acredita em milagres? Ontem vi uma tv ligada, falando, emitindo cores, viajando, pegou no sono, e, dormiu.

Roberta Laíne.

Nenhum comentário:

Postar um comentário