sexta-feira, 25 de julho de 2014

Era estranho, mas eu sabia que tinha que sentir tudo aquilo que estava sentindo, principalmente por lembrar de uma frase bastante significativa de John Green: "A dor precisa ser sentida". É, realmente aquela dor eu precisava sentir, a dor de sempre, a dor de encontrar-se deslocada e novamente sozinha, sempre sozinha. Encolhida num mundo que eu criei e que morro de medo de sair, e sei que é meio estranho tudo isso, mas, na verdade, não poderia ser diferente, pois eu sou estranha, sempre fui estranha, então agora sou eu e essa dor estranha que combinava comigo.
Resolvi parar de me abastecer com coisas que a maioria das pessoas não veriam a menor graça e larguei o livro que estava lendo, decidi então que iria me entupir de porcarias norte-americanas, e, comecei pelos  filmes, escolhi os mais idiotas possíveis que eu imaginaria ser: "Eu te amo Beth Cooper", "Diário de uma virgem" e "Saindo do armário". Após assisti-los achei engraçado como esses filmes tinham algo em comum, sempre havia um/a idiota que sofria o filme inteiro para no final ser recompensado com apenas um beijo da pessoa mais popular/bonita... Quanta miserabilidade no quesito recompensa! Como pode um ser sofrer tanto e ser recompensado com apenas um beijo no final? O mais estranho era que eu estava me sentindo um daqueles idiotas, juro que tentei me achar nos outros personagens, tentei um por um, desde os que se davam bem, até os que quase não apareciam, mas não encaixei-me, só encaixava-me com o idiota do início ao final do filme, mas tudo bem, a dor precisa ser sentida.
Depois do último filme norte-americano-e-idiota que meu cérebro aguentou, percebi que havia algo extremamente inteligente nesses filmes, uma espécie de lição de moral ou sacada final da vida: são tão idiotas, mais tão idiotas que são reais! É isso! Reais... No final das contas são os filmes mais próximos com nossa realidade, sempre com algo tocante e comovente e isso era a realidade. Por fim, cheguei a conclusão de que, somos todos idiotas no final das contas, e, sempre tem um, que sofre o filme inteiro...
- roberta laíne.

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