domingo, 29 de setembro de 2024

Querido leitor, nem acredito que estou viva e consigo vir aqui escrever este texto.

Desde o domingo passado (22), comecei a me sentir muito mal e a ter várias crises de ansiedade e pânico e, tentando precisá-las, em uma escala de zero a mil, elas estavam em 1 milhão. Foi absurdamente perturbador, algo que nem sob uma óptica desumana, eu teria coragem de desejar a alguém. Faziam muitos anos que eu não tinha esse tipo de crise, e isso só me fez lembrar o início da minha depressão. E assim foi... Eu perambulei pela Unidade de Pronto Atendimento Médico da cidade, fui dopada, tive ideais suicídas, confusão mental e uma série de outras coisas, deixando todos da minha família em estado de alerta. O pior eram/são as crises de madrugada, as quais me fizeram ligar para as pessoas que confio e, mesmo morrendo de vergonha e me sentindo um lixo, eu acordava-nas para pedir ajuda. E assim tem sido, tenho vivido dias muito nublados, marcados pelo medo, dor, sofrimento e pela angústia. Minha mãe biológica está tendo que vir dormir comigo, no mesmo quarto, em vigília, pois fui à psiquiatra na sexta-feira e ela aumentou a dosagem do meu medicamento, para ver se consigo sair da crise aguda. As duas últimas noites em que ela dormiu comigo, eu só consegui cochilar um pouco, depois que ela se agarrou a mim e começou a rezar um terço, pedindo para que eu a acompanhasse. Ontem dormi um pouco melhor, mas acordei passando muito mal, e demos início a mais um terço…
Mas uma coisa boa sempre hemos de tirar da dor. Por exemplo, eu não sabia que haviam/há tantas pessoas preocupadas comigo, alguns vizinhos e a minha família. Eu não sabia que era importante e amada, mas parece que sou, pois as pessoas estão me dando muita força e ao falarem comigo se emocionam, então acho que sou uma pessoa boa. E, bem, eu não tenho vergonha de escrever nada disso, pois é o que estou passando, e não se pode ter vergonha de nossas fraquezas, elas também fazem parte de nós. Infelizmente, recebi um laudo médico para afastar-me da escola, pois a minha psiquiatra entendeu que eu preciso parar. Eu preciso parar de ter crises, eu preciso parar de me preocupar em excesso. Eu preciso parar de ter medo de decepcionar as pessoas. Eu preciso parar tanta coisa, e acho que foi por isso que parei, colapsando.
Hoje doeu quando a diretora da escola veio buscar meus livros, os trabalhos dos alunos que não dei conta e as listas e anotações de tudo o que eu já havia feito. Doeu olhar para a minha mesa e enxergar o vazio. O vazio de alguns dos gatilhos que eu tinha, ao olhar para as pilhas de trabalhos. E aqueles pensamentos intrusivos dizendo: “Você decepcionou a escola, seus alunos e a sua família”... Bem, quebrada do jeito que estou, nem sei quanto de efeito esses pensamentos tem sobre mim, mas já estou sentindo falta dos meus livros, do material que eu usava para trocar conhecimento e fazer o que sei com os meus alunos, já estou sentindo falta do abraço e sorrisos deles…

Querido leitor, descobri que é necessário pararmos antes que seja tarde demais.

antes que seja tarde demais.

Com carinho,

Roberta Laíne.

domingo, 8 de setembro de 2024

Querido leitor, 


quem lhe falou que o amor tudo suporta estava mentindo. 


Provavelmente, só estavam querendo lhe vender mais uma dessas ilusões que consumimos nas redes sociais (e também em lugares que eu prefiro não citar). Reitero, onde tiveres que tudo suportar, duvide muito que seja amor. Digo isso com muita tranquilidade na fala, mas também com muita preocupação. A preocupação fica por conta de observar muita gente que se diz amando outra pessoa, quando, na verdade, está, todos os dias, tentando sobreviver a um relacionamento abusivo e altamente tóxico. É importante analisarmos se estamos com o outro por que precisamos ou por que sentimos. É importante certificarmo-nos de que não temos medo da nossa própria companhia. É importante que esse “amor” não esmague as nossas individualidades e flua como um rio, com a agitação por vezes necessária, mas também, e sobretudo, com a calmaria que faz as água se renovarem, num devir constante. Mas se, ao contrário, tudo tenhas que suportar, eu lhes garanto, não há amor.


Com carinho, 


- Roberta Laíne.

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

04 de setembro, dia internacional da Maria Cecília. Vida, mesmo na correria, eu não iria deixar de vir aqui deixar registrado o nosso amor. Quando sua irmã nasceu, eu tive a prova de que Deus me amava e de que Ele nunca me deixaria sozinha. Mas, pouco tempo depois, você veio ao mundo, foi quando eu descobri que ele me amava MUITO e que eu realmente NUNCA MAIS me sentiria sozinha. Você é, de longe, o meu mais lindo milagre, e eu sou tão, mas tão agradecida a Deus, que, às vezes, olho para cima e digo: “Obrigada por tanto. Obrigada por dá-me o melhor presente que um ser humano poderia receber: o amor.”. Cecília, o teu abraço cura todas as feridas que já foram abertas em mim. O teu sorriso, que é luz, salva-me de qualquer escuridão que eu possa estar presa. As tuas palavras e brincadeiras resgatam a minha vontade de sorrir e permanecer viva, para estar aqui, com você. Obrigada por se importar comigo e me incluir nos teus pequenos planos. Obrigada por correr para me abraçar toda vez que você chega em Capanema. Obrigada por ser o meu maior incentivo diário. Obrigada pelas nossas vídeo chamadas e pelas lágrimas que você derrama toda vez que eu preciso desligá-las (fico de coração partido). Obrigada por você ter o seu cantinho em mim, toda vez que vamos assistir “Hotel Transilvânia” (Eu não aguento mais assisti-lo). Por fim, obrigada por sentir de volta tudo o que eu sinto e por me amar de volta tudo o que eu te amo.

Feliz 5 aninhos, minha flor de tangerina.

Amo cada átomo seu.

Com carinho,

Bebé.

terça-feira, 3 de setembro de 2024

Meu bem, vai perdoando pela intensidade, é que o menos, aqui, não cabe.

Com carinho,

- Roberta Laíne.