quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Quando você é judiada e mesmo assim insiste (em viver)

Querido diário, 

acabo de sair de uma crise horrível de ansiedade. 

HORRÍVEL!

BEM HORRÍVEL!

Não sei ao certo o que a desencadeou, mas acredito que tenha sido a junção de algumas coisas. Tenho me cobrado um pouco mais que o normal ultimamente e eu meio que já sabia que hora ou outra o meu corpo iria me enviar sinais como uma forma de protesto. É. E o dia escolhido foi hoje. Passei o final da tarde tentando contornar a crise, obviamente, usando todo o arsenal que criei para lidar com estas situações, afinal, são 12 anos lutando contra a depressão e a ansiedade. Mas hoje, em especial, tive muita dificuldade para conseguir sair, então fui bem judiada pela dupla dinâmica. Enfim, das minhas tentativas, comecei tomando um banho, pois é algo que sempre me acalma. Depois disso, fiz um chá e tomei-o, mas a crise permanecia ali, altiva. Resolvi então deitar-me para ouvir, no YouTube, um vídeo que sempre me ajuda a diminuir o eixo de ativação da minha ansiedade, através de uma prática de mindfulness. Mas também não deu certo, o que começou a me deixar agitada. Foi bem desesperador. 

E para piorar, eu não sou boa em pedir ajuda às pessoas, pois como eu já estou acostumada a lidar com as crises sozinha, nunca mando mensagem ou ligo para alguém. Contudo, hoje foi diferente. Meus pensamentos estavam absurdamente acelerados, várias e várias e várias imagens começaram a passar pela minha cabeça. Meu coração não ficou para trás e, depois que disparou, comecei a ficar muito confusa e perdida, parecia que a sirene de uma ambulância estava tocando dentro do meu ouvido, e várias luzes vermelhas estavam piscando, era ensurdecedor e ofuscante. Senti vontade de correr, correr muito, correr como o Forrest Gump. Senti vontade de chorar, chorar muito, mas não conseguir. Foi aí que decidi ligar para a minha vizinha e dizer o que estava acontecendo. Infelizmente ela não estava em casa, mas ficou no telefone comigo e me disse muitas coisas. Eu não consegui assimilar todas, pois minha cabeça estava girando muito, mas muito rapidamente, mas consegui diminuir o fluxo dos meus pensamentos. Depois que ela desligou, fui tomar meu remédio e deitei, acabada, destruída, cansada. Meu coração parecia com um batuque de uma escola de samba, em dia de desfile. Meu corpo doía, e os meus olhos estavam baixos, mortos, mórbidos, exaustos. Foi bem horrível e por mais que eu esteja exausta, vim escrever esse texto para dizer que, mesmo judiada, eu insisto (em viver).

Com carinho, 

- Roberta Laíne. 

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