sábado, 30 de dezembro de 2023

Straight from the heart

Oi, pai. Como o senhor está? Faz certo tempo desde a última carta que te escrevi. Estou com saudades. Muitas. Por aqui está tudo tranquilo, até o presente momento. Nenhuma mudança drástica ou trágica. Eu só queria te escrever para me sentir, não sei, um pouco mais perto de ti e protegida & amada, como o senhor sempre fez eu me sentir. E, sinceramente, não tenho nada para falar sobre o ano que está acabando. Eu apenas o vivi e ponto. E, sim, tem toda aquela coisa de gratidão e superação e mais uma série destas palavras que são bastante usadas neste período, mas eu não vim aqui para fazer uma retrospectiva, eu vim apenas para ter a sua companhia. A gente nem precisa conversar, eu só quero ficar aqui, tá bom? E não se preocupe, eu não estou mal ou coisa do tipo, só estou com muitas saudades suas, e também da Cássia e da Zot, porque... eu amei tanto vocês aqui na terra que, caramba, às vezes sufoca não tê-los mais de modo palpável. Acho que estou chorando, mas não é por que eu esteja mal, pai, é só que às vezes doi pra caramba, sabe? E não dá para fazer muita coisa a respeito. A não ser deixar-me aqui. A não ser fechar os meus olhos e sentir que vocês estão me abraçando enquanto eu sufoco a Zot. A não ser chorar e esperar que as minhas lágrimas deságuem no oceano e se transformem em ondas. Eu só quero ficar aqui, tá? Não precisa falar nada, e me desculpa se eu atrapalhei o que o senhor estava fazendo aí no outro plano, eu só precisava vir aqui e ficar um pouco, prometo não demorar. Ah, pai, o senhor poderia me dar um abraço? Não necessariamente apertado, basta ser seu...

Com carinho,

- Peteca. 

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