domingo, 29 de maio de 2011




A menina estava demasiadamente cansada, então acendeu um cigarro e deixou que a fumaça a conduzisse para outro plano, tragou sem medo aquele que deteriorava gradativamente seus pulmões, e o cigarro também tragou a menina, ambos viajaram, ambos estavam arrasados, a menina por que não encontrava mais sentido para sua vida e o cigarro porque sabia que logo acabaria; ambos subordinados a vida e assombrados com a iminência da morte, mas a menina não parou e nem o cigarro apagou, a menina lutou contra o tempo e o cigarro contra o forte vento que insistia em lhe apagar, mas o cruel tempo foi passando, e o cigarro começou a dizer adeus, a fumaça foi despedindo-se e a menina foi aos poucos voltando de sua relaxante viagem, voltou para o plano da realidade e quando sentiu-se novamente na terra, resolveu acender outro cigarro, pois aqui nada era agradável, a não ser aquele valioso cigarro que lhe tirou desse incessante tormento que a menina tristemente chamou de "vida".  

-Roberta Laíne.

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